Transforme seu marketing com martech stack: o guia completo
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“Seja você mesmo, todas as outras personalidades já têm dono”, atribuída a Oscar Wilde, esta frase pode servir de inspiração aos líderes de marketing com desafios de branding. Até porque, o processo de construção de marca em um mundo tão globalizado e conectado, pode ser altamente complexo se levarmos em consideração todas as variáveis de mercado que impactam a percepção do consumidor sobre a nossa marca. Mas é possível simplificar. E o segredo está em algo não tangível, mas que pulsa dentro das empresas: a cultura organizacional.
Antes de decidir trabalhar em uma startup, vivi no mundo das multinacionais. P&G e J&J, ambas longevas empresas norte americanas de bens de consumo. Quem olha de fora pode achar que são similares. Será?
Na P&G há uma cultura sólida de decisões baseadas em dados e é esperado que o funcionário tenha “accountability”/responsabilidade por seu negócio. Além disso, a prática de promover pessoas de dentro da organização, além de exigir do líder que ele treine a geração seguinte, contribui para a preservação do jeito de ser e fazer da empresa. Não à toa, muitas vezes os funcionários de lá são chamados de “proctoides”.
Já a J&J nasceu do cuidado com as pessoas e isso reflete em como diferentes pontos de vista são considerados na tomada de decisão, o que exige um número maior de alinhamentos no dia a dia da organização. Familiar é uma boa palavra para definir a percepção que os funcionários têm sobre a cultura da empresa.
Ambas têm em seu propósito a satisfação das necessidades das pessoas com produtos de qualidade. Mas a maneira como entregam isso aos clientes é bem diferente, de acordo com seus valores, que na marca se manifestam como a sua personalidade.
A cultura organizacional tem sido cada vez mais relevante no processo de decisão de profissionais que avaliam novos passos de carreira. Comigo foi assim. Quando decidi mudar para o universo das startups, a cultura inclusiva e ousada da Acesso Digital me encantou logo de cara. Uma empresa que pivotou seu negócio depois de oito anos de existência demonstrava muita coragem para experimentar o novo, um valor relevante para mim. Nos papos que tive com o time antes de aceitar o trabalho, conheci pessoas de origens e pensamentos diferentes, que demonstraram, na prática, o papel da diversidade no fomento à inovação.
Ainda que a empresa tenha um bom guia de cultura, é na prática do dia a dia que ela se materializa. E mais: é nos tempos de crise, como os que estamos vivendo hoje com a pandemia, que este jeito de ser e fazer é testado na prática. Neste contexto, cito alguns rituais marcantes da Acesso Digital que, inclusive, se fortaleceram em tempos de trabalho remoto:
As campanhas anuais de metas, em que todos os funcionários da empresa, da copeira ao presidente, viajavam aos Estados Unidos para celebrar os objetivos atingidos ficaram no passado, mas a Acesso Digital não perdeu seu jeito irreverente de comemorar. Recentemente a conquista de um cliente do setor de bebidas resultou na entrega de cerveja na casa dos funcionários, que brindaram em uma celebração feita por vídeo chamada.
Possivelmente o item que mais se intensificou na crise. Foi assim que os papos mensais com a liderança viraram semanais, divididos em dois momentos: um para compartilhar novidades e outro de perguntas e respostas. Sem filtro, sem alinhamento prévio, com perguntas feitas e votadas pelos colaboradores.
Convidar pessoas experientes do mercado para compartilhar aprendizados com os colaboradores sempre foi uma prática, conhecida como “Voz da experiência”. Neste período de isolamento, o programa passou a ser semanal e já contou com convidados como o CEO do Hospital Albert Einstein, que esclareceu dúvidas sobre a Covid-19 e o Paulo Storani, ex-capitão do Bope, que falou sobre como lidar com situações extremas.
E na sua empresa? Como estão os rituais de cultura neste período de isolamento? Seja presencial ou virtualmente, é na consistência entre discurso e prática que está a chave do sucesso para fortalecermos, de maneira simbiótica, cultura e marca em nossas organizações.
Trocou as grandes corporações pelo mundo das startups e atualmente é CMO da unico, IDTech especializada em tecnologia para identidades digitais.
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