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Proximidade digital

Streaming e serviços inovadores conectam pessoas em tempos de distanciamento social

Ellen Kiss

__Ellen Kiss__ é empreendedora e consultora de inovação especializada em design thinking e transformação digital,...

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Como dizem, a necessidade é o motor da inovação. No momento em que fomos proibidos de viajar, frequentar escolas, ir aos shoppings ou aos nossos encontros sociais e tivemos de ficar em casa, nos vimos obrigados a inovar e a reorganizar nossas vidas em torno de uma nova rotina, preservando algumas das nossas atividades essenciais.

Para os fãs do universo digital que, como eu, já realizavam boa parte de suas atividades digitalmente, o impacto, em termos práticos, não foi tão grande. Continuamos fazendo compras, pagando contas, participando das aulas, assistindo a filmes e lendo jornais com o apoio da tecnologia. Ou seja, não houve uma mudança radical. 

Mas como sempre há espaço para evoluir, resolvi experimentar outros hábitos e confesso que fui surpreendida. Descobri, por exemplo, que é possível, sim, fazer atividades físicas como ioga e meditação na sala da minha casa, no horário e na duração mais conveniente para mim. Outra (re)descoberta foi a Peloton, empresa fundada em 2012 com sede em Nova York, cujo principal produto era uma bicicleta de spinning que permitia aos usuários participarem remotamente de aulas. Recentemente, a empresa lançou o Peloton Digital, um serviço de assinatura mensal que permite participar de aulas de ciclismo, corrida (em esteira e ao ar livre), ioga e meditação via streaming. 

Descobri também que além das mídias sociais tradicionais como 

Facebook e Instagram que me conectam com meus amigos, posso me conectar com quem não conheço, mas está geograficamente próximo a mim. O Nextdoor, serviço digital que permite que as pessoas se conectem e compartilhem em seus bairros, tem ajudado muitos lojistas locais durante a crise. A empresa, com sede nos Estados Unidos, está presente em 11 países, com mais de 10 milhões de usuários. Por meio do Nextdoor consegui saber da chegada de um novo carregamento de papel higiênico no mercado local, por exemplo. E me inspirei a deixar um cartaz na porta de casa, agradecendo aos entregadores por seu papel fundamental durante a crise.

A pandemia de Covid-19, que nos obrigou a um total distanciamento social, na verdade, nos aproximou. Esperava me sentir distante, mas estou mais próxima do que nunca. Meu WhatsApp nunca esteve tão ativo, com convites para Zoom, lives e party houses. Conversei com amigos com os quais há muito tempo eu não falava. Participei de aniversários em que, por morar fora do País, certamente eu não iria. Consegui apoiar algumas causas, promovidas por pessoas que eu não conhecia. 

Acredito que um dos benefícios desta crise é nos forçar a usar a internet como sempre deveria ter sido – para conectar, compartilhar recursos e apresentar soluções individuais de forma coletiva. Se usadas da forma correta, as ferramentas digitais nos ajudam a fortalecer nossos laços no mundo real. Assim, além de novas situações, experimentaremos a tecnologia como meio para mantermos a saúde mental em tempos de crise. E que fique a lição quando tudo isso passar.

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