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Quando todo mundo comunica, qual é o papel da comunicação interna?

Nos novos ambientes colaborativos e velozes, a área está sendo convidada a assumir novos papéis | por Inara Pilatti
Diretora de comunicação interna do Facebook para a América Latina.

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Com maior ou menor velocidade, todas as empresas estão caminhando para um ambiente mais aberto e colaborativo, em que as pessoas – não importa de que nível hierárquico – ganham mais espaço para se expressar e têm mais voz. Os millennials, que já começaram a ocupar cargos de gestão nas organizações, não querem apenas ouvir; eles querem falar, participar e criar. Até 2025, 75% da força de trabalho será composta por essa geração e, pouco a pouco, as empresas estão se moldando para criar uma estrutura em que os talentos queiram trabalhar e dar seu melhor.

Quando a cultura da organização se abre para dar voz a todos, o ambiente inteiro se transforma. As ferramentas de trabalho se convertem em plataformas de interação e todo mundo passa a ser comunicador e a gerar conteúdo. Aí os profissionais de comunicação interna (CI) têm de ocupar uma cadeira mais estratégica e, para isso, precisam desocupar a atual. Acontece que muitos têm dificuldade de desapegar.

A primeira coisa a internalizar é que, nesse novo ambiente, CI deixa de ser um hub de informação. A comunicação é feita por todos, a todo momento – um movimento que acontece no mundo. O neurocientista Daniel Levitin conta que, nos últimos 30 anos, a quantidade de informação que recebemos a cada dia quintuplicou. Equivale a ler 175 jornais de ponta a ponta todos os dias. É impossível controlarmos.

A boa notícia é que, quando o profissional de CI não precisa mais ficar criando todas as matérias da newsletter ou editando os conteúdos das várias áreas da companhia, ganha tempo para olhar para a organização e gerar maior impacto:

• Ele passa a ser um articulador da conversa interna. Começa a identificar quem são os influenciadores e a equipá-los com a narrativa correta para que, no mar de informações, as pessoas entendam aonde a empresa vai e qual é a função delas.

• Seu papel de guardião dos valores fica mais fácil. O CI circula mais na organização e escuta mais as pessoas e a liderança, conseguindo ter uma visão melhor de onde há coerência com os valores da empresa e onde isso falta.

• Começa a conectar os grupos e comunidades internos que se formam. Há informações duplicadas? As pessoas estão discutindo os mesmos planos e assuntos em fóruns diferentes, gerando retrabalho e gasto de energia? O CI as coloca em contato.

• Passa a compartilhar seu conhecimento de comunicação com esses geradores de conteúdo sem formação na área. Às vezes, técnicas básicas já ajudam.

• Torna-se coach de comunicação da liderança. O líder está falando A, mas as pessoas entendem B? Ele está escutando o time ou só tentando colocar em prática a própria visão? Transmite mensagens consistentes ou aparece com uma nova prioridade a cada dia? Se ajudar os líderes a se conectar melhor com seus times, o CI nunca mais precisará “criar um plano para engajar a liderança” e terá cadeira fixa nas reuniões estratégicas.

Tudo isso é BEM mais bacana do que ser um hub de informação, não? No começo, é difícil desapegar. Mas, depois, a gente nem lembra como conseguia centralizar toda a comunicação da empresa. Experimente! É libertador

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