Uncategorized

REDES SOCIAIS: SUA LIDERANÇA PROÍBE, TOLERA OU INCENTIVA?

Os gestores mais modernos incentivam seus colaboradores a usar as redes, especialmente as profissionais, para obter vantagens competitivas | Por Osvaldo Barbosa de Oliveira
Diretor regional do LinkedIn para a América Latina, gerencia as áreas de negócios de soluções de talentos, soluções de marketing e soluções de vendas de toda a região. Foi responsável pelo início das operações da empresa no Brasil, em 2011. Antes, atuou por 20 anos na Microsoft.

Compartilhar:

Há quatro anos tive uma conversa com um usuário do LinkedIn. Funcionário da área comercial de uma empresa, ele me pediu que entrasse em contato com sua liderança para solicitar que liberasse o uso do LinkedIn para os colaboradores. “Meu trabalho é prospectar clientes e uma de minhas principais ferramentas é o LinkedIn, porém não posso usá-lo no escritório. Tenho de chegar em casa, após o expediente, para poder fazer meu trabalho”, dizia.  

Ainda há empresas que, como nesse exemplo, proíbem o uso das redes sociais no trabalho. Alegam que prejudicam a produtividade, sem entender os benefícios dessas redes, sobretudo as profissionais, para obter conhecimento, entrar em contato com fornecedores, prospectar clientes, estar visível para oportunidades de negócio e encontrar e atrair talentos.

Outras organizações apenas toleram o uso das redes no escritório, seja porque é trabalhoso configurar as restrições, seja porque o controle é inócuo, dado que boa parte dos acessos se dá por meio de smartphones, difíceis de controlar. Nessas empresas, o ato de atualizar o perfil nas redes sociais profissionais é visto com desconfiança pelos líderes; acham que o colaborador está procurando emprego. Mesmo que tenham algum conhecimento dos benefícios do uso profissional das redes na área de recursos humanos para atrair talentos, ainda não percebem como os funcionários podem se beneficiar (particularmente em vendas).  

As lideranças empresariais mais modernas já estão em uma nova fase: incentivam os colaboradores a usar as redes, especialmente as profissionais, para obter vantagens competitivas. Até potencializam sua presença nas redes profissionais por meio dos contatos pessoais dos funcionários. Eis algumas de suas estratégias:

**Social selling.** Vendedores podem, nas redes, identificar os profissionais-chave e os decisores de seus potenciais clientes empresariais, obter insights valiosos sobre eles, entrar em contato por meio de uma apresentação, evitando a abordagem fria, e mantê-los engajados. Em suma, podem aumentar as vendas.  

**Marca empregadora.** Se o perfil de seus funcionários é acessado por diversas pessoas e causa boa impressão, a empresa fortalece sua marca como organização empregadora. Ela é humanizada. As companhias também podem fazer publicidade no perfil dos colaboradores para divulgar sua marca ou atrair candidatos.

**Mais comunicação.** O número de conexões de primeiro grau dos funcionários é entre cinco e dez vezes maior que o de seguidores da página da empresa, segundo uma pesquisa que fizemos. Há uma grande oportunidade de amplificar as mensagens da empresa por meio de seus colaboradores. É possível fazer isso de maneira simples, com ferramentas que fazem a publicação no melhor horário para cada indivíduo e possibilitam a análise do impacto desses posts.  

**Liderança de pensamento.** A estratégia de thought leader, segundo a qual um executivo sênior da empresa dissemina ideias e tendências nas redes sociais, é adotada por um número crescente de empresas, que assim se associam a um conteúdo relevante. Executivos como Richard Branson, CEO da Virgin, Meg Whitman, CEO da HP, e, no Brasil, Walter Longo, mentor de estratégia do Grupo Newcomm, e Romero Rodrigues, fundador do Buscapé, são bons exemplos.

Empresa: não ignore mais o impacto das redes sociais. Elas transformam os negócios.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação

Living Intelligence: A nova espécie de colaborador

Estamos entrando na era da Inteligência Viva: sistemas que aprendem, evoluem e tomam decisões como um organismo autônomo. Eles já estão reescrevendo as regras da logística, da medicina e até da criatividade. A pergunta que nenhuma empresa pode ignorar: como liderar equipes quando metade delas não é feita de pessoas?

Liderar GenZ’s: As relações de trabalho estão mudando…

Mais da metade dos jovens trabalhadores já não acredita no valor de um diploma universitário — e esse é só o começo da revolução que está transformando o mercado de trabalho. Com uma relação pragmática com o emprego, a Geração Z encara o trabalho como negócio, não como projeto de vida, desafiando estruturas hierárquicas e modelos de carreira tradicionais. A pergunta que fica: as empresas estão prontas para se adaptar, ou insistirão em um sistema que não conversa mais com a principal força de trabalho do futuro?

Liderança
O problema está na literatura comercial rasa, nos wannabe influenciadores de LinkedIn, nos só cursos de final de semana e até nos MBAs. Mas, sobretudo, o problema está em como buscamos aprender sobre a liderança e colocá-la em prática.

Marcelo Santos

8 min de leitura
ESG
Inclua uma nova métrica no seu dashboard: bem-estar. Porque nenhum KPI de entrega importa se o motorista (você) está com o tanque vazio

Lilian Cruz

4 min de leitura
ESG
Flexibilidade não é benefício. É a base de uma cultura que transformou nossa startup em um caso real de inclusão sem imposições, onde mulheres prosperam naturalmente.

Gisele Schafhauser

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O futuro da liderança em tempos de IA vai além da tecnologia. Exige preservar o que nos torna humanos em um mundo cada vez mais automatizado.

Manoel Pimentel

7 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Setores que investiram em treinamento interno sobre IA tiveram 57% mais ganhos de produtividade. O segredo está na transição inteligente.

Vitor Maciel

6 min de leitura
Empreendedorismo
Autoconhecimento, mentoria e feedback constante: a nova tríade para formar líderes preparados para os desafios do trabalho moderno

Marcus Vaccari

6 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Se seu atendimento não é 24/7, personalizado e instantâneo, você já está perdendo cliente para quem investiu em automação. O tempo de resposta agora é o novo preço da fidelização

Edson Alves

4 min de leitura
Inovação
Enquanto você lê mais um relatório de tendências, seus concorrentes estão errando rápido, abolindo burocracias e contratando por habilidades. Não é só questão de currículos. Essa é a nova guerra pela inovação.

Alexandre Waclawovsky

8 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A aplicação da inteligência artificial e um novo posicionamento da liderança tornam-se primordiais para uma gestão lean de portfólio

Renata Moreno

4 min de leitura
Finanças
Taxas de juros altas, inovação subfinanciada: o mapa para captar recursos em melhorias que já fazem parte do seu DNA operacional, mas nunca foram formalizadas como inovação.

Eline Casasola

5 min de leitura