Liderança, Diversidade

Sua liderança é inclusiva?

6 traços de líderes que estão potencializando a diversidade nas empresas, até mesmo em cenários de incerteza
Fundadora e CEO da Blend Edu, startup que já tem em seu portfólio empresas como 3M, TIM, Reserva, Movile, Grupo Fleury, TechnipFMC, Prumo Logística, brMalls etc. Thalita também está presente na lista da Forbes Under 30 de 2019, como uma dos 6 jovens destaques na categoria Terceiro Setor e Empreendedorismo Social.

Compartilhar:

De um ano para o outro, o mundo teve que se reinventar quase que por inteiro. Sem tempo hábil para organizar a transição para uma vida em isolamento, sem previsões de término e sem amostra de dados suficientes para planejar o futuro, não temos noção do que nos espera até o final de 2020, muito menos em 5 anos. A pandemia de Covid-19 acelerou drasticamente hábitos, formatos de trabalho, consumo, relações, entretenimento etc, e seus aprendizados passaram a ser diários, a partir da prática, um dia de cada vez.

Esse é o cenário onde fomos imersos nos últimos tempos, que colocou em **destaque nas organizações questões relacionadas à preocupação com o bem-estar emocional, físico e mental dos funcionários**. Mais do que nunca, o papel de líder foi colocado em evidência, sobretudo no entendimento das diferentes necessidades de seus liderados, servindo como termômetro para os desafios futuros de formação de lideranças em um mundo pós-pandemia.

*Leia também: *[*Mundo Vuca: como o coronavírus potencializou a discussão sobre esse conceito e seus impactos na gestão de pessoas.*](https://www.blend-edu.com/conceito-mundo-vuca-e-impactos-na-gestao-de-pessoas/)

## O futuro é de uma liderança inclusiva

Os 4 maiores desafios para líderes do futuro – segundo um [**report publicado pela Deloitte sobre liderança inclusiva**](https://www2.deloitte.com/us/en/insights/topics/talent/six-signature-traits-of-inclusive-leadership.html),  destacados após pesquisa com mais de 1.000 líderes globais e 1.500 funcionários sobre suas percepções sobre liderança, – são voltados para a gestão de diversidade de:

– **Mercado**: considerando as novas soluções e disrupções potencializados pelos empreendedorismos.

– **Consumidores**: cada vez mais empoderados pela tecnologia e que demandam produtos e serviços cada vez mais personalizados.

– **Ideias:** uma vez que a comunicação digital permitiu acesso à informação e poder de fala.

– **Talentos**: com diferentes perfis de comportamento e relação com o trabalho, e com novas expectativas com relação ao equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

A partir do reconhecimento dessas 4 variáveis que vão alterar drasticamente o papel dos líderes do futuro, a pesquisa aponta** 6 características** a serem desenvolvidas para que a liderança esteja preparada para a gestão dessas diversidades, são elas: 

1. **Comprometimento:** saber lidar com a diversidade e inclusão não é tarefa fácil, envolve tempo e dedicação para entender a fundo sobre o tema, por isso a importância de ser uma prioridade na agenda da liderança. 

2. **Coragem:** precisam estar dispostos a desafiar o status quo, não apenas reconhecer a diversidade, mas serem agentes de transformação na organização e encorajarem outras lideranças a serem proativas na priorização da inclusão.

3. **Compreensão de seus vieses inconscientes: **em âmbito pessoal e organizacional, os líderes devem ter consciência dos vieses existentes para conseguirem atuar sob eles e reduzir seu grau de influência nos processos. Saiba mais sobre esse conceito [ao ler esse artigo aqui.](https://www.blend-edu.com/vies-inconsciente-nas-empresas-entenda-o-conceito-e-dicas-para-minimiza-los-na-organizacao/)

4. **Curiosidade:** abertura permanente para os diferentes pontos de vista, buscar sempre ouvir as vivências das pessoas e construir grupos diversos de trabalho.

5. **Inteligência cultural:** habilidade de mediar relações transculturais, tendo consciência dos impactos da sua própria cultura em sua forma de atuação e na criação de expectativas em relação aos outros.

6. **Colaboração:** capacidade de empoderar cada indivíduo do grupo, ao mesmo tempo que empodera o coletivo, elevando a inteligência geral. 

A partir dessas 6 características apontadas pelo estudo da Deloitte, fica evidente o protagonismo da liderança inclusiva na construção de equipes diversas, multiculturais e empoderadas, além da responsabilidade em reconhecer vieses e engajar outras pessoas no tema. 

## Não basta reconhecer a diversidade. É preciso agir.

Esse pensamento é muito presente do movimento de igualdade racial, de que não basta apenas reconhecermos que a sociedade é racista, precisamos [**ser ativos contra o racismo para a eliminação de desigualdades e preconceitos históricos**](https://www.blend-edu.com/como-lideres-podem-ser-aliados-no-debate-racial/).

Essa é a lógica que deve guiar os líderes no novo contexto mundial, totalmente diferente do que estávamos acostumados até 2019. Para liderar nos tempos de hoje e no futuro será preciso ser agente ativo na busca por diversidade dentro das equipes para ampliar nosso olhar, encontrar outras saídas para os novos dilemas e construir um senso de pertencimento para além das paredes das empresas, que já desmoronaram.

Essa é a perspectiva introduzida por Andres Tapia, senior client partner na Korn Ferry, consultoria internacional de gestão organizacional, em seu [artigo sobre liderança inclusiva.](https://www.kornferry.com/insights/articles/the-inclusive-leader) Ele ressalta o papel de líderes inclusivos em transformar o ecossistema a partir de atitudes que envolvam mais players e na formação de talentos inclusivos capazes de alavancar os níveis de inovação no mercado.

## Líder protagonista X líder coadjuvante

Outra forma de abordagem de liderança inclusiva é por meio do modelo de alternância. Essa metodologia é abordada pela escola de futurismo, Aerolito, em seu curso digital first, como modelo de liderança que deve ser priorizado pelas organizações antenadas com o futuro, prevendo: 

– Consideração de contextos cada vez mais dinâmicos de trabalho;
– A inserção das novas [**gerações **](https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2019/05/29/o-que-e-a-geracao-alfa-a-1a-a-ser-100-digital.ghtml)no mercado;
– Novos modelos de gestão organizacional, que tendem a ter uma gestão fixa cada vez mais reduzida, interagindo com grandes comunidades de profissionais espalhados pelos vários cantos do mundo. 

A Aerolito, inclusive, lançou seu primeiro [**processo seletivo intencional**](https://medium.com/aerolito/aerolito-processo-seletivo-intencional-para-mulheres-negras-a11abaa7da74?source=search_post———7) de contratação de mulheres negras, construído com a colaboração da [**PretaLab**](https://www.pretalab.com/).

Nessa dinâmica futurista de trabalho, **o desafio das lideranças será cada vez mais voltado para o desenvolvimento da capacidade de empoderar pessoas** para que elas assumam a liderança em projetos específicos, de modo a criar comunidades de profissionais que alternam entre posições de protagonistas e coadjuvantes de forma fluida.

Essa visão vai ao encontro da capacidade da liderança compreender e reconhecer o **lugar de fala **de cada pessoa da sua equipe, possibilitando que cada um tome à frente de projetos que dizem respeito às suas vivências individuais, criando uma cultura colaborativa, sem perder a individualidade de cada um.

*Leia mais sobre em: *[*A importância do lugar de fala na criação de ambientes mais inclusivos.*](https://www.blend-edu.com/a-importancia-do-lugar-de-fala-na-criacao-de-ambientes-mais-inclusivos/)

## O futuro é humano

A humanização das relações já era um tema ascendente nos debates organizacionais sobre gestão de pessoas, ganhando ainda mais destaque com o isolamento social adotado como medida de contenção na disseminação do coronavírus. A inteligência interpessoal, ou seja, aquela capaz de nos guiar nas relações sociais, nos dando pistas sobre como nos comunicar na diversidade, como reconhecer nossos vieses culturais e empoderar outras pessoas, será grande aliada na formação de novos líderes.

Diante de tantos desafios listados aqui e inúmeras habilidades apontadas na formação de líderes inclusivos, no final das contas estamos falando sobre a importância do olhar dos profissionais estarem atentos à** diversidade humana** e seu potencial para a formação de lideranças inclusivas.

*Leia também:* [*Ebook “A importância da diversidade”*](https://conteudo.blend-edu.com/ebook_importancia_diversidade_vol1)

## Crie uma cultura inclusiva e treine seus colaboradores

Em abril, a nossa equipe da [Blend Edu](http://www.blend-edu.com/) lançou uma pesquisa para mapear e gerar insights sobre as estratégias de diversidade e inclusão (D&I) durante a pandemia.

Participaram 45 grandes empresas, que compartilharam como seus programas são estruturados e quais ações estão sendo implementadas para potencializar a estratégia de diversidade nos tempos atuais. Entre as 10 ações mais recorrentes, estão treinamentos para colaboradores e líderes.

Ao aprofundarmos nestas ações, descobrimos que liderança inclusiva é um dos temas mais abordados. Se quiser saber mais sobre os insights desse estudo, faça o download gratuito do relatório completo pelo link: [**http://bit.ly/diversidade-benchmarking**](http://bit.ly/diversidade-benchmarking)

Nossa equipe já realizou este treinamento em empresas como TIM, Ipiranga, Reserva, Prudential e Movile, tanto virtualmente quanto presencialmente. Ao longo destes projetos, observamos que é fundamental que os líderes entendam:

– O conceito de liderança inclusiva e porque este assunto está sendo tão discutido como um elemento da liderança no século 21;
– Quais são os comportamentos esperados;
– Quais são os erros mais comuns, ainda cometidos por muitas pessoas;
– Que pessoas são referências e que servem como “role models”;
– A importância de se fazer uma autoavaliação para entender o que pode ser diferente;
– Compreensão de como seu comportamento pode ser diferente ao longo da jornada do colaborador;

Não deixe de abordar este conteúdo com a liderança da sua empresa. Afinal, a liderança do futuro será cada vez mais empática, diversa e inclusiva.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Mercado de RevOps desponta e se destaca com crescimento acima da média 

O Revenue Operations (RevOps) está em franca expansão global, com estimativa de que 75% das empresas o adotarão até 2025. No Brasil, empresas líderes, como a 8D Hubify, já ultrapassaram as expectativas, mais que dobrando o faturamento e triplicando o lucro ao integrar marketing, vendas e sucesso do cliente. A Inteligência Artificial é peça-chave nessa transformação, automatizando interações para maior personalização e eficiência.

Uso de PDI tem sido negligenciado nas companhias

Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Regulamentação da IA: Como empresas podem conciliar responsabilidades éticas e inovação? 

A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Governança estratégica: a gestão de riscos psicossociais integrada à performance corporativa

A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

Liderança, Times e Cultura
Comunicação com empatia, gestão emocional e de conflitos e liderança regenerativa estão entre as 10 principais habilidades para o profissional do futuro.

Flávia Lippi

4 min de leitura
Gestão de Pessoas, Liderança, Times e Cultura
É preciso eliminar a distância entre o que os colaboradores querem e o que vivenciam na empresa.

Ana Flavia Martins

4 min de leitura
Estratégia e Execução, Carreira
Solicitar crédito sempre parece uma jornada difícil e, por isso, muitos ficam longe e acabam perdendo oportunidades de financiar seus negócios. Porém, há outros tipos de programas que podemos alçar a fim de conseguir essa ajuda e incentivo capital para o nosso negócio.
3 min de leitura
Liderança, Times e Cultura
Conheça os 6 princípios da Liderança Ágil que você precisa manter a atenção para garantir que as estratégias continuem condizentes com o propósito de sua organização.
3 min de leitura
Uncategorized
Há alguns anos, o modelo de capitalismo praticado no Brasil era saudado como um novo e promissor caminho para o mundo. Com os recentes desdobramentos e a mudança de cenário para a economia mundial, amplia-se a percepção de que o modelo precisa de ajustes que maximizem seus aspectos positivos e minimizem seus riscos

Sérgio Lazzarini

Gestão de Pessoas
Os resultados só chegam a partir das interações e das produções realizadas por pessoas. A estreia da coluna de Karen Monterlei, CEO da Humanecer, chega com provocações intergeracionais e perspectivas tomadas como normais.

Karen Monterlei

Liderança, times e cultura, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
Entenda como utilizar a metodologia DISC em quatro pontos e cuidados que você deve tomar no uso deste assessment tão popular nos dias de hoje.

Valéria Pimenta

Inovação
Os Jogos Olímpicos de 2024 acabaram, mas aprendizados do esporte podem ser aplicados à inovação organizacional. Sonhar, planejar, priorizar e ter resiliência para transformar metas em realidade, são pontos que o colunista da HSM Management, Rafael Ferrari, nos traz para alcançar resultados de alto impacto.

Rafael Ferrari

6 min de leitura
Liderança, times e cultura, ESG
Conheça as 4 skills para reforçar sua liderança, a partir das reflexões de Fabiana Ramos, CEO da Pine PR.

Fabiana Ramos