Em 1985, a P&G ganhou o prêmio “Fornecedor do Ano” do Walmart, mas não levou. Quando Sam Walton, CEO da rede supermercadista, telefonou ao colega da P&G para dar a notícia, não conseguiu falar com ele, tal a ineficiência do atendimento (foi transferido seis vezes), e o prêmio foi para outro fornecedor.
O episódio fez a P&G repensar sua relação com o Walmart, definindo que as duas organizações passariam a ser parceiras, colaborando em todos os níveis e em todas as funções de negócios. O que proponho às companhias do Brasil é o mesmo exercício de repensar, não por causa de um prêmio perdido, mas porque não podemos prescindir de uma supply chain brasileira que seja competitiva. E mais: proponho que essa competitividade seja promovida com inovação em gestão, como recentemente escrevi nas redes sociais. Creio ser possível inovar em três dimensões nesse caso:
**1. Integração de informações.** Montar uma supervia de informações entre o fornecedor e o cliente pode acelerar os giros de estoque de formas inimaginadas. Foi o que fizeram a P&G e o Walmart depois de firmada a parceria, segundo o paper Supply-Chain Integration through Information Sharing, de M. Grean e M. J. Shaw: a P&G repunha seu estoque no Walmart com base nos dados recebidos do centro de distribuição deste, com redução do tempo de ciclo em três ou quatro dias.
**2. Eficiência operacional.** Todos os elos da cadeia de valor devem trabalhar em conjunto, atuando no mapeamento e otimização dos processos operacionais. Se dentro de uma empresa poucas pessoas têm uma visão clara de como os processos acontecem, imagine como é esse desafio entre empresas com agendas e objetivos não necessariamente alinhados. O esforço é contínuo.
**3. Desenvolvimento gerencial.** As mudanças tecnológicas, eco nômicas e sociais que as empresas vivem só vão ganhar velocidade, profundidade e complexidade daqui por diante. Para garantir que os elos de nossa supply chain acompanhem isso, devemos dar a seus gestores acesso à mesma caixa de ferramentas que os líderes de nossas empresas têm, desenvolvendo-os e levando-os a atuar com base em um modelo de gestão capaz de potencializar as forças do coletivo. A HSM tem apoiado seus clientes nesse nivelamento de cadeias de distribuição e fornecimento pelo desenvolvimento do capital humano.
A sabedoria popular nos ensina que nenhuma corrente consegue ser mais forte que seu elo mais fraco; portanto, inove na gestão de sua supply chain. A responsabilidade por fortalecer todos os elos cabe à empresa que é dona da cadeia de valor.