Uncategorized

Supply Chain: nenhuma corrente é mais forte que seu elo mais fraco

Para manter sua cadeia de fornecimento competitiva nessa rota de mudanças, é preciso inovar em sua gestão, com integração de informações, eficiência operacional e desenvolvimento de gestão
Guilherme Soárez, CEO da HSM

Compartilhar:

Em 1985, a P&G ganhou o prêmio “Fornecedor do Ano” do Walmart, mas não levou. Quando Sam Walton, CEO da rede supermercadista, telefonou ao colega da P&G para dar a notícia, não conseguiu falar com ele, tal a ineficiência do atendimento (foi transferido seis vezes), e o prêmio foi para outro fornecedor. 

O episódio fez a P&G repensar sua relação com o Walmart, definindo que as duas organizações passariam a ser parceiras, colaborando em todos os níveis e em todas as funções de negócios. O que proponho às companhias do Brasil é o mesmo exercício de repensar, não por causa de um prêmio perdido, mas porque não podemos prescindir de uma supply chain brasileira que seja competitiva. E mais: proponho que essa competitividade seja promovida com inovação em gestão, como recentemente escrevi nas redes sociais. Creio ser possível inovar em três dimensões nesse caso:

**1.  Integração de informações.** Montar uma supervia de informações entre o fornecedor e o cliente pode acelerar os giros de estoque de formas inimaginadas. Foi o que fizeram a P&G e o Walmart depois de firmada a parceria, segundo o paper Supply-Chain Integration through Information Sharing, de M. Grean e M. J. Shaw: a P&G repunha seu estoque no Walmart com base nos dados recebidos do centro de distribuição deste, com redução do tempo de ciclo em três ou quatro dias. 

**2.  Eficiência operacional.** Todos os elos da cadeia de valor devem trabalhar em conjunto, atuando no mapeamento e otimização dos processos operacionais. Se dentro de uma empresa poucas pessoas têm uma visão clara de como os processos acontecem, imagine como é esse desafio entre empresas com agendas e objetivos não necessariamente alinhados. O esforço é contínuo. 

**3.  Desenvolvimento gerencial.** As mudanças tecnológicas, eco nômicas e sociais que as empresas vivem só vão ganhar velocidade, profundidade e complexidade daqui por diante. Para garantir que os elos de nossa supply chain acompanhem isso, devemos dar a seus gestores acesso à mesma caixa de ferramentas que os líderes de nossas empresas têm, desenvolvendo-os e levando-os a atuar com base em um modelo de gestão capaz de potencializar as forças do coletivo. A HSM tem apoiado seus clientes nesse nivelamento de cadeias de distribuição e fornecimento pelo desenvolvimento do capital humano.

A sabedoria popular nos ensina que nenhuma corrente consegue ser mais forte que seu elo mais fraco; portanto, inove na gestão de sua supply chain. A responsabilidade por fortalecer todos os elos cabe à empresa que é dona da cadeia de valor.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Liderança
As tendências de liderança para 2025 exigem adaptação, inovação e um olhar humano. Em um cenário de transformação acelerada, líderes precisam equilibrar tecnologia e pessoas, promovendo colaboração, inclusão e resiliência para construir o futuro.

Maria Augusta Orofino

4 min de leitura
Finanças
Programas como Finep, Embrapii e a Plataforma Inovação para a Indústria demonstram como a captação de recursos não apenas viabiliza projetos, mas também estimula a colaboração interinstitucional, reduz riscos e fortalece o ecossistema de inovação. Esse modelo de cocriação, aliado ao suporte financeiro, acelera a transformação de ideias em soluções aplicáveis, promovendo um mercado mais dinâmico e competitivo.

Eline Casasola

4 min de leitura
Empreendedorismo
No mundo corporativo, insistir em abordagens tradicionais pode ser como buscar manualmente uma agulha no palheiro — ineficiente e lento. Mas e se, em vez de procurar, queimássemos o palheiro? Empresas como Slack e IBM mostraram que inovação exige romper com estruturas ultrapassadas e abraçar mudanças radicais.

Lilian Cruz

5 min de leitura
ESG
Conheça as 8 habilidades necessárias para que o profissional sênior esteja em consonância com o conceito de trabalhabilidade

Cris Sabbag

6 min de leitura
ESG
No mundo corporativo, onde a transparência é imperativa, a Washingmania expõe a desconexão entre discurso e prática. Ser autêntico não é mais uma opção, mas uma necessidade estratégica para líderes que desejam prosperar e construir confiança real.

Marcelo Murilo

8 min de leitura
Empreendedorismo
Em um mundo onde as empresas têm mais ferramentas do que nunca para inovar, por que parecem tão frágeis diante da mudança? A resposta pode estar na desconexão entre estratégia, gestão, cultura e inovação — um erro que custa bilhões e mina a capacidade crítica das organizações

Átila Persici

0 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A ascensão da DeepSeek desafia a supremacia dos modelos ocidentais de inteligência artificial, mas seu avanço não representa um triunfo da democratização tecnológica. Embora promova acessibilidade, a IA chinesa segue alinhada aos interesses estratégicos do governo de Pequim, ampliando o debate sobre viés e controle da informação. No cenário global, a disputa entre gigantes como OpenAI, Google e agora a DeepSeek não se trata de ética ou inclusão, mas sim de hegemonia tecnológica. Sem uma governança global eficaz, a IA continuará sendo um instrumento de poder nas mãos de poucos.

Carine Roos

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A revolução da Inteligência Artificial está remodelando o mercado de trabalho, impulsionando a necessidade de upskilling e reskilling como estratégias essenciais para a competitividade profissional. Empresas como a SAP já investem pesadamente na requalificação de talentos, enquanto pesquisas indicam que a maioria dos trabalhadores enxerga a IA como uma aliada, não uma ameaça.

Daniel Campos Neto

6 min de leitura
Marketing
Empresas que compreendem essa transformação colhem benefícios significativos, pois os consumidores valorizam tanto a experiência quanto os produtos e serviços oferecidos. A Inteligência Artificial (IA) e a automação desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo a resolução ágil de demandas repetitivas por meio de chatbots e assistentes virtuais, enquanto profissionais se concentram em interações mais complexas e empáticas.

Gustavo Nascimento

4 min de leitura
Empreendedorismo
Pela primeira vez, o LinkedIn ultrapassa o Google e já é o segundo principal canal das empresas brasileiras. E o seu negócio, está pronto para essa nova era da comunicação?

Bruna Lopes de Barros

5 min de leitura