Talvez nenhum investidor tenha chamado tanto a atenção nos últimos tempos quanto Ray Dalio, fundador da maior empresa de fundos multimercados (hedge) do mundo, a Bridgewater, com US$ 150 bilhões em ativos sob gestão. Ele lançou livro novo – *Princípios para a Ordem Mundial em Transformação: por que as nações prosperam e fracassam* –, anunciou inflação e recessão nos EUA, reclamou do controle do bitcoin, apostou alto contra ações europeias (e recuou) e por aí vai.
Como Dalio tem insistido na palavra “dor” para definir o que o mercado e a sociedade enfrentam, __HSM Management__ recuperou o que ele falou sobre dor, alguns anos atrás, em entrevista a um podcast do *Business Insider*. O investidor contou que, em 1982, no início de carreira, teve de demitir oito pessoas por uma aposta de investimento errada que ele fez e isso “foi uma experiência muito, muito, muito dolorosa”. Ele “amava aquelas pessoas e não queria perdê-las por nada”. Mas essa dor, segundo ele, mudou seu modo de tomar decisão para sempre. “A dor é uma grande professora. Nós temos sucessos e fracassos na vida. Mas aprendemos realmente com os fracassos, porque são as experiências dolorosas que nos fazem refletir e mudar. A dor ensina humildade.”
No podcast, Dalio conta que incorporou “o medo de poder estar errado” em sua famosa ousadia. “Eu não queria ter menos risco, porque não queria ter menos oportunidades. O que eu queria era manter a mesma oportunidade, mas gerenciando melhor o meu risco. Eu queria jogar, não ficar no banco”, explica. “Isso mudou toda a minha abordagem de tomada de decisão. Passei a me perguntar: ‘Como eu posso saber que não estou errado?’” Isso o fez abrir bem mais a mente e lidar com seu não saber. “Todo sucesso que tive deveu-se mais ao fato de eu saber lidar com o que não sei do que a algo que eu soubesse.”
__Leia também: [“Great resignation”, versão líderes](https://www.revistahsm.com.br/post/great-resignation-versao-lideres)__
Artigo publicado na HSM Management nº 154