Para começar, vou deixar bem claro: eu não sou especialista em Inteligência Artificial. Sou eterno aprendiz de inovação, mas considero que não temos especialistas em IA, senão aqueles que estão a criá-la, digo programando mesmo e desenvolvendo a “bagaça”. O resto é tudo Caio Ribeiro de IA, que nem eu: pode até ser um excelente comentarista, mas jogar mesmo, não jogou muito. Sou fã do cara e se tem uma coisa que ele tem de sobra é o que vamos comentar aqui: inteligência e capacidade crítica.
Vamos falar sobre o Chat GP Tico e o Chat GP Teco, a dupla dinâmica que está agitando o mundo da Inteligência Artificial (IA). Não, não são personagens de desenho animado, aqui eles estão representando os nossos queridos neurônios e nossa capacidade de pensar.
A pergunta da vez é: com a IA, será que ficaremos um tantinho preguiçosos com tanto pensamento terceirizado?
A IA, sem dúvida, nos trouxe avanços espetaculares. Ela é a mão invisível que organiza nossos e-mails, o cérebro por trás das recomendações personalizadas de filmes e a força que dirige carros autônomos. Mas, enquanto nos deleitamos com suas maravilhas, precisamos ficar atentos para não deixar nossos próprios “neurônios”, o Tico e o Teco, em um canto empoeirado da mente.
Pense na calculadora: você faz contas dificílimas, mas aos poucos ela vai nos tirando a habilidade de fazer contas rápidas de cabeça. Por que você precisa saber a tabuada se é só perguntar para a Alexa? O GPS nos leva a qualquer lugar, mas nos deixa perdidos sem ele. A IA é como isso, só que em esteroides. Ela pode compor músicas, escrever artigos e até conversar como um velho amigo. Maravilhoso? Sem dúvida. Preocupante? Talvez um pouco.
É como saber tudo e não saber nada. Tão perto e tão longe. Imagine um mundo onde “Chat GP Tico” faz todo o pensamento lógico por nós e “Chat GP Teco” cuida da criatividade. Que espaço sobra para o exercício mental que mantém nosso cérebro afiado? Não queremos acabar como passageiros inertes em nossas próprias vidas, dependentes de uma IA para cada decisão ou pensamento.
Dizer que eu não preciso saber o caminho porque tem o Waze é algo razoavelmente tranquilo, porque eu preciso saber o caminho só quando pego o carro. A ação é saber o caminho. Agora imagine a ação ser pensar. Ou criar. Pensamos e criamos o tempo todo, para tudo. Será que alguma hora chegaremos à conclusão de que não precisamos mais pensar, porque a IA pensa por nós?
O vício em IA de alguma maneira ameaça sufocar a criatividade humana, as habilidades de pensamento crítico e o bem-estar mental. O consumo passivo de conteúdos gerados pela IA inibe a criatividade, à medida que os indivíduos se habituam ao entretenimento pré-embalado em vez de se envolverem em atividades imaginativas. Ao invés de parar e imaginar, a gente joga na IA e vê o que vem. Ela faz para nós. É uma conveniência viciante. Se pedir iFood todo dia, você vai parar de cozinhar. E essa exposição constante a conteúdos personalizados pode impedir as habilidades de pensamento crítico, levando à perda de autonomia e à tomada de decisões fundamentadas.
A IA pode sim, inadvertidamente, representar uma ameaça à nossa criatividade e pensamento crítico com dependência, limitação da exploração pessoal, inibição do aprendizado profundo e um grande eco de ideias existentes.
Para evitar essas armadilhas, é essencial usar ferramentas de maneira complementar ao seu próprio pensamento e criatividade. Encorajo você a questionar, refletir e explorar além do que a IA pode fornecer, usando a tecnologia como uma alavanca para o pensamento crítico e a inovação, e não como um substituto para eles.
Veja, não é competição de quem é ou será melhor. É sobre pensar na saúde dessa simbiose. Não podemos esquecer que a IA só dá respostas pelo que já respondemos, e se já respondemos é porque já perguntamos.
Sem o que sabemos, ela não saberia nada.
Se Adão tivesse um Chat GPT e perguntasse se ele deveria comer a maçã ou não, a IA não saberia responder, ou provavelmente falaria das vitaminas e das propriedades benéficas da maçã. Porque até aquele momento, ele não tinha “comido” nada e a IA não saberia o significado disso.
Mas a IA não tem capacidade preditiva? De saber o futuro? Tem, por matemática e probabilidades, nunca com 100% de certeza. Muito legal para as apostas de jogos de futebol, mas não teria previsto a pandemia do coronavírus.
De fato, a IA pode nos tornar excessivamente dependentes: imagine toda tomada de decisão profissional, interações sociais, ou até o que vamos aprender, tudo isso depender do que a IA vai nos sugerir?
Não estou dizendo para jogar fora nosso querido Chat GP Tico e Teco. Longe disso! A IA é uma ferramenta incrível que, quando usada com sabedoria, pode melhorar significativamente nossas vidas. Desde a cura de doenças, previsão de ciclones, melhoria de trânsito e por aí vai. Mas, assim como com qualquer ferramenta poderosa, precisamos de um manual de instruções para uso responsável.
Então, como equilibrar essa relação? Simples: mantenha a curiosidade viva! Use a IA como um trampolim para novas ideias, não como um sofá confortável. Permita que o Tico e o Teco dancem com o Chat GP Tico e GP Teco, mas não os deixe fora da festa.
Afie suas perguntas que a IA irá afiar as respostas.
Antes, não concordávamos sempre nas “respostas” (graças a Deus), mas quase sempre concordávamos nas perguntas. Agora, iremos nos diferenciar pelas perguntas.
Em suma, adotemos a IA como parceira, não substituta. Que ela seja a chama que acende nossa própria criatividade e pensamento, não o balde de água que os apaga. Assim, podemos garantir que a jornada rumo ao futuro seja não apenas tecnologicamente avançada, mas também intelectualmente enriquecedora.
Como diria Paul Tudor Jones:
__”Nenhum homem é melhor do que uma máquina. E nenhuma máquina é melhor do que um homem com uma máquina.”__
Boa aventura de IA para você.