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O caso da GERDAU no BRASIL

Como uma empresa bem-sucedida pode manter-se saudável? O caso Gerdau, desenvolvido aqui, oferece algumas lições valiosas

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Todas as empresas precisam, de tempos em tempos, revisitar sua cultura. Até as mais bem-sucedidas. Não raramente o entusiasmo do sucesso se transforma em arrogância e o vírus do subdesempenho satisfatório entra em ação. O vírus é o mesmo que faz algumas crianças tirarem nota 6 na escola. Elas passarão de ano, mas seu desempenho terá sido muito inferior ao que poderiam ter alcançado (e que deveriam ter alcançado, em nome de seu futuro). Tenho participado de experiências felizes na prevenção e no combate a esse vírus no meio empresarial. Entre as contramedidas, uma das mais importantes costuma ser a construção de uma causa, verdadeira, que mobilize as pessoas, que as faça vibrar, que lhes dê um norte claro, que as encha de orgulho. Aliás, diga-se, a causa é necessária também quando o desempenho é satisfatório. A causa, em geral, pressupõe jornadas de transformação com quatro grupos de pessoas: 

**• Os resistentes. São facilmente identificáveis.**

**• Os espectadores. Ficam à espreita; suas decisões “dependem do que acontecer”. Sem moto próprio, são pesos contrários a esses movimentos.**

**• Os atores. Cuidado com eles! É o grupo mais difícil de identificar; fingem concordar com o rumo das coisas, mas, quando não se sentem observados, revelam quem realmente são.**

**• Os autores. Esses, sim, vão coconstruir a nova história. Quando se cria o contexto para mobilizar as pessoas para a nova causa, eles aparecem. Esse grupo precisa ser reforçado e ter sua ação reconhecida (tanto monetariamente como não monetariamente).**

Uma das experiências felizes que mencionei também enfrentou esse quadro. Apresento-a aqui, em breve relato, com a colaboração de Vítor Mendonça, dirigente da Gerdau Business do Brasil. Ele afirma: “Tenho muito orgulho de pertencer, há 30 anos, ao grupo Gerdau. Os valores sólidos, o compromisso com o País, a vontade de fazer sempre melhor são marcas importantes da empresa”. 

Vítor e seu time de subordinados diretos trabalharam duro investindo no que era preciso mudar para chegar lá. “Tivemos a coragem de mapear a organização. Gostamos de alguns traços culturais da nossa ‘foto’, mas detestamos outros. Estávamos criando a consciência de que nos impediriam de ter um futuro brilhante, honrar nossa história.” Alinhados com a presidência da Gerdau, eles foram em frente em relação aos traços indesejados e já celebram vitórias. “Envolvemos 550 lideranças. No próximo ciclo, de forma estruturada, serão 2.200 líderes e então chegaremos aos 25.000 colaboradores. Tomamos decisões duras com consciência e nos comprometemos a não admitir o subdesempenho satisfatório nem atores. E os resultados desse período, inclusive os econômico-financeiros, mostram que estamos na direção certa.” A prática comprova que é possível matar o vírus e mudar a nota. Requer coragem, mas, em compensação, as empresas podem deixar o 6 para trás e tirar 11!

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