Direto ao ponto

A Ásia se rende ao ESG

Doadores priorizam meio ambiente, diz o South China Morning Post

Compartilhar:

Nas últimas décadas, os filantropos na Ásia se voltavam principalmente para educação, saúde e alívio da pobreza. Mas mudanças na direção das famílias, com a nova geração assumindo o comando, bem como a emergência de novas causas urgentes, trouxeram uma mudança de foco. Hoje, os recursos estão todos migrando para a sustentabilidade e a proteção do meio ambiente, segundo artigo do diretor do banco HSBC Brent York no South China Morning Post.
Essa evolução, compatível com a ascensão dos consumidores verdes da região, já abordado neste Direto ao Ponto, revela um interesse crescente em entender quais são as necessidades locais, combinado com um desejo cada vez maior de aplicação da riqueza privada em mudanças significativas. A visão de longo prazo, por sua vez, já existia na cultura oriental.

O meio ambiente é talvez o mais destacado dos três fatores ESG, principalmente devido à pressão por emissões líquidas zero carbono. Promover o conhecimento – pesquisas – a esse respeito com impacto ambiental de longo prazo é uma área em que a filantropia tem um papel significativo a desempenhar.

Um bom exemplo disso é uma fundação filantrópica que financia pesquisas em uma universidade de Hong Kong sobre como o aumento da temperatura da água do mar está afetando cnidários marinhos, como corais, anêmonas-do-mar e águas-vivas. O trabalho ajudará os conservacionistas a desenvolver estratégias para proteger a biosfera nas próximas décadas.

No dilema-chave enfrentado por todos os filantropos, entre satisfazer necessidades imediatas e necessidades das gerações futuras, a escolha não precisa ser binária, como alguns casos asiáticos comprovam. No Sri Lanka, uma fundação está financiando um estudante que criou um projeto para utilizar energia solar no desenvolvimento de comunidades rurais no longo prazo. Mas ele identificou um hospital local que sofre de frequentes cortes de energia hoje e fez parceria com ONGs e fundações para construir um sistema de painel solar autossustentável. Isso resolveu a escassez de energia no longo prazo e reduziu a dependência de combustível caro no curto prazo.

Envolver ONGs como parceiras no processo e reconhecer seu papel é o que tem garantido que a filantropia asiática não gaste dinheiro à toa.

Brasileiro ajuda filipino

Lá no início dos anos 2000, quando a crise energética gerou uma série de apagões no Brasil, o mecânico Alfredo Moser teve uma ideia literalmente brilhante: instalou no telhado de sua casa várias garrafas PET transparentes, de dois litros, cheias de água. Assim, conseguiu substituir as lâmpadas de sua casa, no interior de Minas Gerais, por esses “litros de luz”, que trazem a luz do sol para dentro das casas.

O projeto chegou aos ouvidos do filantropo filipino Illac Diaz, fundador da My Shelter Foundation, que promove ações sustentáveis de baixo custo no Sudeste Asiático. Diaz levou a ideia de Moser para as Filipinas e hoje ela já está em 15 países, graças ao movimento “Litro de Luz”. A ONG também instala iluminação de rua e lampiões com placas solares portáteis. No lugar das lâmpadas, sempre garrafas PET.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Liderança na gestão do mundo híbrido

Este modelo que nasceu da necessidade na pandemia agora impulsiona o engajamento, reduz custos e redefine a gestão. Para líderes, o desafio é alinhar flexibilidade, cultura organizacional e performance em um mercado cada vez mais dinâmico.

Data economy: Como a inteligência estratégica redefine a competitividade no século XXI

Na era digital, os dados emergem como o ativo mais estratégico, capaz de direcionar decisões, impulsionar inovações e assegurar vantagem competitiva. Transformar esse vasto volume de informações em valor concreto exige infraestrutura robusta, segurança aprimorada e governança ética, elementos essenciais para fortalecer a confiança e a sustentabilidade nos negócios.

China

O Legado do Progresso

A celebração dos 120 anos de Deng Xiaoping destaca como suas reformas revolucionaram a China, transformando-a em uma potência global e marcando uma era de crescimento econômico, inovação e avanços sociais sem precedentes.

Finanças
O Revenue Operations (RevOps) está em franca expansão global, com estimativa de que 75% das empresas o adotarão até 2025. No Brasil, empresas líderes, como a 8D Hubify, já ultrapassaram as expectativas, mais que dobrando o faturamento e triplicando o lucro ao integrar marketing, vendas e sucesso do cliente. A Inteligência Artificial é peça-chave nessa transformação, automatizando interações para maior personalização e eficiência.

Fábio Duran

3 min de leitura
Empreendedorismo
Trazer os homens para a discussão, investir em ações mais intencionais e implementar a licença-paternidade estendida obrigatória são boas possibilidades.

Renata Baccarat

4 min de leitura
Uncategorized
Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Ivan Cruz

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Edmee Moreira

4 min de leitura
ESG
A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

Ana Carolina Peuker

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
Conheça o conceito de Inteligência Cultural e compreenda os três pilares que vão te ajudar a trazer clareza e compreensão para sua comunicação interpessoal (e talvez internacional)

Angelina Bejgrowicz

4 min de leitura
Liderança
Entenda como construir um ambiente organizacional que prioriza segurança psicológica, engajamento e o desenvolvimento genuíno das equipes.

Athila Machado

6 min de leitura
Empreendedorismo
Após a pandemia, a Geração Z que ingressa no mercado de trabalho aderiu ao movimento do "quiet quitting", realizando apenas o mínimo necessário em seus empregos por falta de satisfação. Pesquisa da Mckinsey mostra que 25% da Geração Z se sentiram mais ansiosos no trabalho, quase o dobro das gerações anteriores. Ambientes tóxicos, falta de reconhecimento e não se sentirem valorizados são alguns dos principais motivos.

Samir Iásbeck

4 min de leitura
Empreendedorismo
Otimizar processos para gerar empregos de melhor qualidade e remuneração, desenvolver produtos e serviços acessíveis para a população de baixa renda e investir em tecnologias disruptivas que possibilitem a criação de novos modelos de negócios inclusivos são peças-chave nessa remontagem da sociedade no mundo

Hilton Menezes

4 min de leitura
Finanças
Em um mercado cada vez mais competitivo, a inovação se destaca como fator crucial para o crescimento empresarial. Porém, transformar ideias inovadoras em realidade requer compreender as principais fontes de fomento disponíveis no Brasil, como BNDES, FINEP e Embrapii, além de adotar uma abordagem estratégica na elaboração de projetos robustos.

Eline Casalosa

4 min de leitura