Gestão de Pessoas

A era da transformação: moldando novos modelos de trabalho e de liderança

Liderança visionária e cultura de inovação são essenciais para capturar os benefícios desta era e enfrentar os desafios da "Geração de Transição".

Compartilhar:

Estamos testemunhando a Era da Transformação, onde todas as facetas da vida, desde a forma como vivemos até como trabalhamos e interagimos, estão passando por mudanças significativas.

As grandes mudanças geralmente surgem a partir de grandes crises: em 2022 o dicionário Collins escolheu ‘Permacrise’, que significa, um período extenso de instabilidade e insegurança, como a palavra do ano. Diante de tudo o que vivemos não poderia ser diferente, e saber lidar com esse cenário é a única certeza que temos.

Porém o ser humano segue uma lógica linear de evolução enquanto as tecnologias vão para uma lógica exponencial. Lidar com esse paradoxo não é fácil para ninguém.

Em 2024, entramos em um Superciclo Tecnológico, identificado pela futurista Amy Webb. Este período contemporâneo é impulsionado por três forças tecnológicas simultâneas: Inteligência Artificial, Ecossistemas Conectados das Coisas e Biotecnologia.

Estas inovações estão no centro de uma transformação sem precedentes, comparável apenas a outros momentos cruciais da história, como o surgimento da energia elétrica e a criação da internet.

Lembram-se da mudança de paradigmas que a internet provocou em nossas vidas? Pois é, estamos no meio dessa onda e somos a chamada “Geração de Transição”, e isso representa sim uma enorme oportunidade.

Para que seja possível capturar os grandes benefícios deste processo, o mundo corporativo precisa encontrar novos caminhos para se adaptar aos modelos desta nova era, onde as bases são outras.

E não estamos falando de inovação em produtos e serviços, onde vemos uma agenda intensa de descobertas, estamos falando de revisitar como fazemos negócios e isso implica nos modelos de gestão e liderança, algo muito mais profundo e fundamental.

Segundo estudo conduzido pelo IDC e Accenture, dentre as 200 empresas pesquisadas de diversos setores, 55% afirmaram ter alguma iniciativa em “Business Agility” em toda a organização, mas apenas 34% dos entrevistados indicaram claramente uma mudança estratégica na forma de operar, impactando eixos essenciais que permitem a inovação como por exemplo menos rigidez e burocracia.

Mas como desenvolver uma cultura aberta à inovação? Processos engessados e burocráticos precisam dar espaço à flexibilidade e à valorização do aprendizado, como por exemplo criar células de times que aprendem e evoluem continuamente.

Líderes visionários devem adotar uma abordagem horizontal de competências, atuando como verdadeiros facilitadores abandonando hierarquias verticais de autoridade e estimulando a colaboração e a autogestão. E se, por um um lado, as empresas precisam ajustar constantemente seus processos e operações para ter maior alinhamento com a estratégia, cultura e processos, visando resultados de curto prazo, por outro, precisam buscar a inovação, muitas vezes desconstruindo modelos para se adaptarem às mudanças. Um desafio para a ambidestria!

E é justamente a ambidestria que faz parte dos comportamentos que formam a base da cultura do iFood. Uma das estratégias que impulsionam essa capacidade de mudar rápido é o modelo de jetskis, onde equipes multidisciplinares e compostas por poucos membros, com alguns comportamentos específicos como coragem e espírito desbravador, têm a autonomia necessária para tomar decisões rápidas e iterar sobre suas ideias sem a necessidade de aprovações extensas.

A ideia é botar para rodar sem medo, testar hipóteses, coletar feedback e trazer ajustes necessários de maneira ágil. As ideias bem-sucedidas são escaladas e incorporadas à operação principal.

Na Intel, outro exemplo, a jornada de transformação ocorreu durante a pandemia, quando o mercado de tecnologia passou por mudanças significativas e aceleradas e era essencial ser ainda mais inovador e adaptável.

A transformação começou com uma revisão da cultura organizacional, repensando estratégias para ambidestria e formas de trabalhar e se relacionar com equipes internas e clientes. Incorporou-se um modelo de gestão mais ágil e flexível, integrado a essa nova cultura e passou-se a valorizar novos comportamentos dos times, mais voltados para experimentação e aprendizagem. Uma verdadeira transformação sistêmica.

A mudança é a única constante, e a nossa geração, “Geração de Transição”, exige uma Geração de Transformadores. Líderes e organizações que aprendem continuamente e que possuem coragem para abandonar velhos paradigmas e abraçar o novo. Aqueles que se abrem a diversas fontes de inspiração e de possibilidades, e que conseguem deixar o futuro, tão incerto e volátil, emergir.

Você ainda acredita que já estamos neste processo de transição ou isso é apenas uma tendência, algo distante do dia a dia da maioria das empresas?

Nós acreditamos que o futuro pertence àqueles que saírem da arquibancada e entrarem na arena, para mudar o que deve ser mudado. E você, está pronto para transformar?

Compartilhar:

Artigos relacionados

Homo confusus no trabalho: Liderança, negociação e comunicação em tempos de incerteza

Em um mundo sem mapas claros, o profissional do século 21 não precisa ter todas as respostas – mas sim coragem para sustentar as perguntas certas.
Neste artigo, exploramos o surgimento do homo confusus, o novo ser humano do trabalho, e como habilidades como liderança, negociação e comunicação intercultural se tornam condições de sobrevivência em tempos de ambiguidade, sobrecarga informacional e transformações profundas nas relações profissionais.

Liderança
29 de setembro de 2025
No topo da liderança, o maior desafio pode ser a solidão - e a resposta está na força do aprendizado entre pares.

Rubens Pimentel - CEO da Trajeto Desenvolvimento Empresarial

4 minutos min de leitura
ESG, Empreendedorismo
29 de setembro de 2025
No Dia Internacional de Conscientização sobre Perdas e Desperdício de Alimentos, conheça negócios de impacto que estão transformando excedentes em soluções reais - gerando valor econômico, social e ambiental.

Priscila Socoloski CEO da Connecting Food e Lucas Infante, CEO da Food To Save

2 minutos min de leitura
Cultura organizacional
25 de setembro de 2025
Transformar uma organização exige mais do que mudar processos - é preciso decifrar os símbolos, narrativas e relações que sustentam sua cultura.

Manoel Pimentel

10 minutos min de leitura
Uncategorized
25 de setembro de 2025
Feedback não é um discurso final - é uma construção contínua que exige escuta, contexto e vínculo para gerar evolução real.

Jacqueline Resch e Vivian Cristina Rio Stella

4 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
24 de setembro de 2025
A IA na educação já é realidade - e seu verdadeiro valor surge quando é usada com intencionalidade para transformar práticas pedagógicas e ampliar o potencial de aprendizagem.

Rafael Ferreira Mello - Pesquisador Sênior no CESAR

5 minutos min de leitura
Inovação
23 de setembro de 2025
Em um mercado onde donos centralizam decisões de P&D sem métricas críveis e diretores ignoram o design como ferramenta estratégica, Leme revela o paradoxo que trava nosso potencial: executivos querem inovar, mas faltam-lhes os frameworks mínimos para transformar criatividade em riqueza. Sua fala é um alerta para quem acredita que prêmios de design são conquistas isoladas – na verdade, eles são sintomas de ecossistemas maduros de inovação, nos quais o Brasil ainda patina.

Rodrigo Magnago

5 min de leitura
Inovação & estratégia, Liderança
22 de setembro de 2025
Engajar grandes líderes começa pela experiência: não é sobre o que sua marca oferece, mas sobre como ela faz cada cliente se sentir - com propósito, valor e conexão real.

Bruno Padredi - CEP da B2B Match

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Liderança
19 de setembro de 2025
Descubra como uma gestão menos hierárquica e mais humanizada pode transformar a cultura organizacional.

Cristiano Zanetta - Empresário, palestrante TED e filantropo

0 min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Inovação & estratégia
19 de setembro de 2025
Sem engajamento real, a IA vira promessa não cumprida. A adoção eficaz começa quando as pessoas entendem, usam e confiam na tecnologia.

Leandro Mattos - Expert em neurociência da Singularity Brazil

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de setembro de 2025
Ignorar o talento sênior não é só um erro cultural - é uma falha estratégica que pode custar caro em inovação, reputação e resultados.

João Roncati - Diretor da People + Strategy

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)