Estratégia e Execução

A pandemia em dados

Conhecer o número real de óbitos associados ao novo coronavírus é importante para que os estudos econômicos quanto ao impacto da pandemia sejam mais precisos. Por isso, pesquisadores da __London Business School__ estão desenvolvendo técnicas para que os países possam identificar com mais precisão o número de mortes pela doença.

Compartilhar:

Pesquisadores da London Business School mostram como os países podem identificar, com mais precisão, o número de mortes pela Covid-19

Em todo o mundo, especialistas e autoridades de saúde discutem como chegar ao real número de mortes pela Covid-19, para além da subnotificação que sabidamente impacta as estatísticas. Estimar o número de óbitos totais associados ao coronavírus é importante porque todos os modelos econômicos que quantificam os custos da pandemia dependem dos modelos epidemiológicos que, por sua vez, se baseiam na taxa de letalidade da doença.

Os pesquisadores Paolo Surico e Andrea Galeotti, da London Business School, compararam os registros oficiais de óbitos na Itália, entre 23 de fevereiro e 21 de março deste ano, com o padrão de mortes entre 2015 e 2019, no mesmo período. O resultado encontrado indica 4.277 mortes sem explicação clara, acima dos números verificados entre 2015 e 2019. “Uma interpretação plausível para essas mortes extremamente incomuns e inexplicáveis é a possibilidade de a grande maioria estar diretamente relacionada à Covid-19. Podem ser pessoas que morreram em casa ou em asilos e que, em geral, não foram testadas para o coronavírus”, escrevem os especialistas, ambos economistas, em artigo publicado no portal da London Business School.

Outra interpretação para algumas dessas fatalidades reside no fato de os sistemas de saúde em muitos países estarem operando a plena capacidade e, muitas vezes, até mesmo sobrecarregados. Isso costuma levar a um crescimento atípico de mortes por diversas causas – não necessariamente Covid-19 – como ataques cardíacos ou acidentes de trânsito.

Ainda, assim, esses óbitos podem ser indiretamente atribuídos à epidemia, uma vez que o atendimento nem sempre é o adequado em um cenário de crise sanitária e hospitalar. “Nossa abordagem não permite distinguir quais casos se encaixam e qual interpretação. Mas dá uma ideia do número total de mortes da doença provenientes de causa direta e indiretas”, explicam Paolo e Andrea.

Mais especificamente, os economistas afiram que, na Itália, durante o período entre 23 de fevereiro e 21 de março deste ano, para cada morte oficialmente registrada, pode ter havido outra que não foi detectada. “A implicação não é simplesmente que o número de mortes por Covid-19 pode ser, de fato, o dobro do oficialmente registrado na Itália, mas também que o número de infectados, que normalmente é calculado com base na taxa de letalidade, também pode ser significativamente maior do que se pensa”, concluem.

Por fim, os pesquisadores destacam que a análise realizada por eles em relação aos registros da Itália podem ser aplicadas a outros países e estudos nesse sentido vem sendo feito na França, em Portugal e no Reino Unido ([no Brasil também há levantamentos semelhantes](https://g1.globo.com/mundo/blog/helio-gurovitz/post/2020/05/04/mortes-subiram-30percent-em-5-cidades.ghtml)).

Compartilhar:

Artigos relacionados

Homo confusus no trabalho: Liderança, negociação e comunicação em tempos de incerteza

Em um mundo sem mapas claros, o profissional do século 21 não precisa ter todas as respostas – mas sim coragem para sustentar as perguntas certas.
Neste artigo, exploramos o surgimento do homo confusus, o novo ser humano do trabalho, e como habilidades como liderança, negociação e comunicação intercultural se tornam condições de sobrevivência em tempos de ambiguidade, sobrecarga informacional e transformações profundas nas relações profissionais.

Inovação & estratégia
27 de outubro de 2025
Programas corporativos de idiomas oferecem alto valor percebido com baixo custo real - uma estratégia inteligente que impulsiona engajamento, reduz turnover e acelera resultados.

Diogo Aguilar - Fundador e Diretor Executivo da Fluencypass

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Inovação & estratégia
25 de outubro de 2025
Em empresas de capital intensivo, inovar exige mais do que orçamento - exige uma cultura que valorize a ambidestria e desafie o culto ao curto prazo.

Atila Persici Filho e Tabatha Fonseca

17 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
24 de outubro de 2025
Grandes ideias não falham por falta de potencial - falham por falta de método. Inovar é transformar o acaso em oportunidade com observação, ação e escala.

Priscila Alcântara e Diego Souza

6 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
23 de outubro de 2025
Alta performance não nasce do excesso - nasce do equilíbrio entre metas desafiadoras e respeito à saúde de quem entrega os resultados.

Rennan Vilar - Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional.

4 minutos min de leitura
Uncategorized
22 de outubro de 2025
No setor de telecom, crescer sozinho tem limite - o futuro está nas parcerias que respeitam o legado e ampliam o potencial dos empreendedores locais.

Ana Flavia Martins - Diretora executiva de franquias da Algar

4 minutos min de leitura
Marketing & growth
21 de outubro de 2025
O maior risco do seu negócio pode estar no preço que você mesmo definiu. E copiar o preço do concorrente pode ser o atalho mais rápido para o prejuízo.

Alexandre Costa - Fundador do grupo Attitude Pricing (Comunidade Brasileira de Profissionais de Pricing)

5 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
20 de outubro de 2025
Nenhuma equipe se torna de alta performance sem segurança psicológica. Por isso, estabelecer segurança psicológica não significa evitar conflitos ou suavizar conversas difíceis, mas sim criar uma cultura em que o debate seja aberto e respeitoso.

Marília Tosetto - Diretora de Talent Management na Blip

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
17 de outubro de 2025
No Brasil, quem não regionaliza a inovação está falando com o país certo na língua errada - e perdendo mercado para quem entende o jogo das parcerias.

Rafael Silva - Head de Parcerias e Alianças na Lecom

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Tecnologia & inteligencia artificial
16 de outubro de 2025
A saúde corporativa está em colapso silencioso - e quem não usar dados para antecipar vai continuar apagando incêndios.

Murilo Wadt - Cofundador e diretor geral da HealthBit

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
15 de outubro de 2025
Cuidar da saúde mental virou pauta urgente - nas empresas, nas escolas, nas nossas casas. Em um mundo acelerado e hiperexposto, desacelerar virou ato de coragem.

Viviane Mansi - Conselheira de empresas, mentora e professora

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)