Desenvolvimento pessoal

A reinvenção da educação corporativa

Os impactos das edtechs, do home office e das soft skills no modelo de desenvolvimento corporativo
Gestor de marketing, conteúdo e performance da Porto Seguro, palestrante e escritor na área de comunicação, marketing, branding e inovação. Pioneiro, há 20 anos, ajuda empresas, startups e pessoas no desenvolvimento de projetos de inovação e transformação tendo o digital como pilar central. Esteve à frente de diversas iniciativas inovadoras com a missão de fazer a ponte entre os mundos “digital com tradicional” e “online com offline” participando da construção e evolução de estratégias de marketing e time ágeis com o foco no Marketing e Transformação.

Compartilhar:

Diante de toda essa transformação que estamos enfrentando tem um tema que me atrai e muito tenho estudado. Estou falando do mercado de educação. Vivendo no mundo corporativo e também com um pezinho no mundo acadêmico posso afirmar que estamos no meio de uma revolução educacional, com a tecnologia atravessando esse setor. A pergunta que fica é, levando em conta os três fatores a seguir, como se darão os treinamentos e desenvolvimento corporativos em um futuro próximo?

## 1. Ebulição no segmento de edtechs

Recentemente a McKinsey divulgou um estudo sobre como a novas tecnologias estão transformando a gestão do ensino e os modelos de educação. Os números impressionam. No Brasil, há cerca de 748 edtechs (startups do setor de tecnologia) que, juntas, já receberam US$ 67 milhões de investimentos nos últimos anos.

## 2. Ampliação das políticas de home office

Outro fator importante é que o home office já ganhou a preferência entre os profissionais, como indica uma pesquisa feita em maio de 2020 pela consultoria de recrutamento e seleção Robert Half. Dos profissionais entrevistados, 86% aponta que gostaria de trabalhar remotamente com mais frequência quando as restrições de isolamento forem flexibilizadas.

## 3. Maior foco nas soft skills

O último fator que eu gostaria de trazer para essa análise é o foco nas soft skills. Com tanta informação à disposição, os conhecimentos técnicos (hard skills), que podem ser facilmente treinados, perderam espaço para as habilidades mais subjetivas (soft skills) na prioridade das empresas. Sendo o pensamento crítico, gestão das emoções, resiliência, empatia, tomada de decisões e flexibilidade cognitiva as habilidades cuja importância mais deverá ser exigida na educação.

Acredito que nessa intersecção entre tecnologia, trabalho remoto e foco em soft skills há uma grande oportunidade para que as empresas tragam um novo olhar para os treinamentos corporativos, de modo que eles sejam ainda mais eficazes e alinhados com as tendências do mundo da educação.

E, para que essa reinvenção da educação corporativa aconteça, acredito que alguns movimentos sejam necessários, como demonstro no quadro a seguir:

![POR UM NOVO MODELO DE DESENVOLVIMENTO CORPORATIVO](//images.ctfassets.net/ucp6tw9r5u7d/4T6iDFb0s9bWoKxbqTJdH6/ac0e792ba3e200772859343660f13553/makersartigo.JPG)

Essa transformação, que já estava em curso e foi acelerada pelo contexto atual, deve continuar acontecendo no mundo pós-pandemia e seus reflexos serão sentidos em um futuro próximo. A minha única certeza é que, daqueles longos treinamentos, em que ficávamos todos trancados por horas em salas de hotéis, talvez a gente só sinta falta da comida farta.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

Saúde psicossocial é inclusão

Quando 84% dos profissionais com deficiência relatam saúde mental afetada no trabalho, a nova NR-1 chega para transformar obrigação legal em oportunidade estratégica. Inclusão real nunca foi tão urgente

Uncategorized
A inovação vai além das ideias: exige criatividade, execução disciplinada e captação de recursos. Com métodos estruturados, parcerias estratégicas e projetos bem elaborados, é possível transformar visões em impactos reais.

Eline Casasola

0 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A IA é um espelho da humanidade: reflete nossos avanços, mas também nossos vieses e falhas. Enquanto otimiza processos, expõe dilemas éticos profundos, exigindo transparência, educação e responsabilidade para que a tecnologia sirva à sociedade, e não a domine.

Átila Persici

9 min de leitura
ESG

Luiza Caixe Metzner

4 min de leitura
Finanças
A inovação em rede é essencial para impulsionar P&D e enfrentar desafios globais, como a descarbonização, mas exige estratégias claras, governança robusta e integração entre atores para superar mitos e maximizar o impacto dos investimentos em ciência e tecnologia

Clarisse Gomes

8 min de leitura
Empreendedorismo
O empreendedorismo no Brasil avança com 90 milhões de aspirantes, enquanto a advocacia se moderniza com dados e estratégias inovadoras, mostrando que sucesso exige resiliência, visão de longo prazo e preparo para as oportunidades do futuro

André Coura e Antônio Silvério Neto

5 min de leitura
ESG
A atualização da NR-1, que inclui riscos psicossociais a partir de 2025, exige uma gestão de riscos mais estratégica e integrada, abrindo oportunidades para empresas que adotarem tecnologia e prevenção como vantagem competitiva, reduzindo custos e fortalecendo a saúde organizacional.

Rodrigo Tanus

8 min de leitura
ESG
O bem-estar dos colaboradores é prioridade nas empresas pós-pandemia, com benefícios flexíveis e saúde mental no centro das estratégias para reter talentos, aumentar produtividade e reduzir turnover, enquanto o mercado de benefícios cresce globalmente.

Charles Schweitzer

5 min de leitura
Finanças
Com projeções de US$ 525 bilhões até 2030, a Creator Economy busca superar desafios como dependência de algoritmos e desigualdade na monetização, adotando ferramentas financeiras e estratégias inovadoras.

Paulo Robilloti

6 min de leitura
ESG
Adotar o 'Best Before' no Brasil pode reduzir o desperdício de alimentos, mas demanda conscientização e mudanças na cadeia logística para funcionar

Lucas Infante

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
No SXSW 2025, a robótica ganhou destaque como tecnologia transformadora, com aplicações que vão da saúde e criatividade à exploração espacial, mas ainda enfrenta desafios de escalabilidade e adaptação ao mundo real.

Renate Fuchs

6 min de leitura