Estratégia e Execução

Acredite, é preciso sempre pensar no pior

Técnica conhecida como “premortem” é destacada pela consultoria Mckinsey como ferramenta de análise de risco

Compartilhar:

Por que, no início de um projeto, as equipes tendem a ignorar riscos e potenciais problemas? 

Excesso de confiança por parte das lideranças é a principal razão na maioria das vezes. Afinal, quando o projeto começa a avançar, tudo parece no lugar e as pessoas estão animadas e em sintonia quanto às expectativas em relação à iniciativa. 

Para assegurar a identificação prévia de possíveis falhas, uma das metodologias mais eficazes à disposição é a do “premortem”. Trata-se de um exercício em que os integrantes da equipe imaginam que o projeto, tal como planejado, fracassou. 

A partir dessa constatação, todos passam a rever o plano original a fim de antecipar potenciais ameaças. Nessa abordagem, os aspectos psicológicos saem de cena e o entusiasmo cego pelas ideias dão lugar ao esforço criativo de solução de problemas. Na verdade, o que se observa são os integrantes da equipe competindo para ver quem consegue levantar as questões mais preocupantes, e esses profissionais são admirados por sua capacidade de ver à frente, em vez de serem deixados de lado.

Artigo sobre o tema publicado recentemente no site da consultoria McKinsey relata que uma empresa de tecnologia utilizou a técnica do premortem quando estava desenvolvendo um sistema de análise avançada para um programa de aviação.

Antes de lançar o programa, o líder do projeto reuniu a equipe e pediu que todos imaginassem o que poderia acontecer dali a alguns meses. Resultado: a iniciativa era um fracasso.

O executivo orientou, então, que cada integrante colocasse rapidamente no papel suas reflexões sobre as razões de o projeto não ter dado certo e que compartilhassem com os demais, de modo franco, ao menos um motivo de fracasso. 

Após três rodadas de discussão, as principais armadilhas ficaram claras. As mais importantes estavam relacionadas a questões de ordem organizacional e cultural. Por exemplo: a burocracia interna e a resistência de alguns grupos que teriam de aprender um novo sistema. 

Uma vez que as potenciais vulnerabilidades foram identificadas, a equipe passou a discutir as medidas para reduzi-las e, como resultado, chegou-se a um plano mais sólido e a um nível maior de consciência sobre os desafios a serem superados. 

Os estudos da McKinsey indicam que aplicar a técnica do premortem reduz significativamente o excesso de confiança da equipe, com resultados superiores aos de outras metodologias de análise de risco. O processo leva à identificação de uma gama mais ampla de obstáculos e ajuda a construir uma cultura em que as verdades, mesmo desconfortáveis, podem ser expostas.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Liderança na gestão do mundo híbrido

Este modelo que nasceu da necessidade na pandemia agora impulsiona o engajamento, reduz custos e redefine a gestão. Para líderes, o desafio é alinhar flexibilidade, cultura organizacional e performance em um mercado cada vez mais dinâmico.

Data economy: Como a inteligência estratégica redefine a competitividade no século XXI

Na era digital, os dados emergem como o ativo mais estratégico, capaz de direcionar decisões, impulsionar inovações e assegurar vantagem competitiva. Transformar esse vasto volume de informações em valor concreto exige infraestrutura robusta, segurança aprimorada e governança ética, elementos essenciais para fortalecer a confiança e a sustentabilidade nos negócios.

China

O Legado do Progresso

A celebração dos 120 anos de Deng Xiaoping destaca como suas reformas revolucionaram a China, transformando-a em uma potência global e marcando uma era de crescimento econômico, inovação e avanços sociais sem precedentes.

Transformação Digital, Estratégia
Este texto é uma aula de Alan Souza, afinal, é preciso construir espaços saudáveis e que sejam possíveis para que a transformação ocorra. Aproveite a leitura!

Alan Souza

4 min de leitura
Liderança
como as virtudes de criatividade e eficiência, adaptabilidade e determinação, além da autorresponsabilidade, sensibilidade, generosidade e vulnerabilidade podem coexistir em um líder?

Lilian Cruz

4 min de leitura
Gestão de Pessoas, Liderança
As novas gerações estão redefinindo o conceito de sucesso no trabalho, priorizando propósito, bem-estar e flexibilidade, enquanto muitas empresas ainda lutam para se adaptar a essa mudança cultural profunda.

Daniel Campos Neto

4 min de leitura
ESG, Empreendedorismo
31/07/2024
O que as empresas podem fazer pelo meio ambiente e para colocar a sustentabilidade no centro da estratégia

Paula Nigro

3 min de leitura
ESG
Exercer a democracia cada vez mais se trata também de se impor na limitação de ideias que não façam sentido para um estado democrático por direito. Precisamos ser mais críticos e tomar cuidado com aquilo que buscamos para nos representar.
3 min de leitura
Empreendedorismo, ESG
01/01/2001
A maior parte do empreendedorismo brasileiro é feito por mulheres pretas e, mesmo assim, o crédito é majoritariamente dado às empresárias brancas. A que se deve essa diferença?
0 min de leitura
ESG, ESG, Diversidade
09/10/2050
Essa semana assistimos (atônitos!) a um CEO de uma empresa de educação postar, publicamente, sua visão sobre as mulheres.

Ana Flavia Martins

2 min de leitura
ESG
Em um mundo onde o lucro não pode mais ser o único objetivo, o Capitalismo Consciente surge como alternativa essencial para equilibrar pessoas, planeta e resultados financeiros.

Anna Luísa Beserra

3 min de leitura