Você sabia que somos mais de 100 milhões de mulheres no Brasil?
Isso mesmo.
São 104,55 milhões, de acordo com o IBGE. Porém, apesar de sermos uma parcela significativa da população, ainda enfrentamos desafios para alcançar a equidade de gênero em cargos de liderança.
Mas hoje, quero compartilhar com você algumas reflexões sobre minha jornada na PinePR, uma agência de relações públicas que tem se destacado não apenas por sua presença feminina, mas também pelo compromisso em promover o crescimento e a ascensão das mulheres.
Imagine ter o privilégio de liderar uma equipe onde mais de 80% dos colaboradores são mulheres e mais de 75% das posições de liderança são ocupadas por elas?
Isso não é apenas uma utopia, mas sim uma realidade e um orgulho. Como CEO, tenho a satisfação de testemunhar o poder da liderança feminina todos os dias.
O cenário majoritariamente feminino por aqui traz uma riqueza de perspectivas e habilidades fundamentais não apenas para impulsionar a criatividade e a inovação nos negócios, mas também para aprimorar nossa capacidade de resolver problemas complexos. A diversidade de gênero não apenas amplia esse conjunto, mas também promove uma cultura inclusiva que encoraja a colaboração e a troca de ideias.
Estudos mostram que equipes diversas têm maior capacidade de resolver problemas de forma criativa, já que diferentes experiências de vida e pontos de vista levam a abordagens mais amplas e criativas para desafios comerciais. Além disso, a presença significativa de mulheres em cargos de liderança está correlacionada com um desempenho financeiro e impacto social positivo das empresas.
Uma prova disso é um estudo do McKinsey Global Institute, que conclui que empresas com diversidade de gênero em suas equipes de liderança são 21% mais propensas a ter retornos financeiros acima da média do que aquelas que não possuem essa diversidade.
E não é só dentro de casa que o poder das mulheres tem sido notado.
Dados recentes revelam o papel fundamental das mulheres no cenário atual do mundo: de acordo com um relatório da consultoria Brookings, as mulheres em idade economicamente ativa (de 25 a 54 anos) foram as que mais ajudaram na recuperação pós-pandemia da força de trabalho. Os números mostram o que todas nós já sabemos: enquanto equilibramos nossas responsabilidades profissionais com aquelas relacionadas ao cuidado da família e da casa, continuamos a desempenhar um papel vital na economia.
Ser mulher em um cargo de liderança é uma jornada repleta de aprendizados. Enfrentamos desafios únicos no mercado em geral, desde a constante necessidade de provar nosso valor até a batalha para sermos ouvidas em meio a um ambiente, muitas vezes, dominado por vozes masculinas. No entanto, esses obstáculos só nos tornam mais determinadas e resilientes.
Não é só o fato de reconhecer a importância da presença feminina, mas também a promovê-la ativamente. Mais do que isso: treinar e capacitar outras para que alcancem seus objetivos profissionais.
Este tipo de visão que escolhemos vai além de simplesmente liderar uma equipe. Se trata de fortalecer toda uma comunidade de líderes em seus segmentos. É fundamental e temos isso como valor: todas as pessoas, independentemente do gênero, se sintam valorizadas e respeitadas. Este compromisso com a inclusão e o respeito mútuo está no nosso DNA e é o que nos impulsiona a construir um ambiente onde todos possam prosperar.
Uma iniciativa que exemplifica nosso compromisso é o projeto WIN (Women in Innovation), que visa fortalecer a comunidade de mulheres líderes, promovendo a troca de experiências e discussões sobre inovação e negócios. É por meio de iniciativas como essa que contribuímos para o avanço das mulheres para a conquista de novos espaços.
Se no mercado enfrentamos desafios, como a desigualdade salarial e a sub-representação em cargos de chefia, aqui estou testemunhando o aumento da participação feminina em posições de liderança. E sim, conforme mais mulheres ocupam espaços anteriormente dominados por homens, redefinimos padrões e abrimos caminho para as gerações futuras.
Hoje, estou orgulhosa de liderar uma equipe onde as mulheres são valorizadas e emponderadas. Minha maior alegria é poder abrir portas para diversos talentos femininos de gerações diferentes, incentivando seu crescimento e desenvolvimento profissional. A cada dia, testemunho o poder da sororidade e da colaboração, acompanhando a forma como nos unimos para alcançar nossos objetivos comuns.
Além disso, me sinto duplamente realizada quando, à frente da empresa, começo a ocupar locais antes mais masculinos, como um conselho consultivo, por exemplo. Recentemente, com todas as ações que temos realizado pela causa da igualdade de gênero no mercado corporativo, fui convidada a participar do Conselho Consultivo do 30% Club Brazil, capítulo nacional da iniciativa global que promove a equidade de gênero nos Conselhos de Administração e C-Level das 100 maiores companhias do Mercado de Capitais. Junto com todo o restante do conselho, buscamos encontrar grandes empresas que estejam cumprindo ações relevantes neste mesmo sentido.
Não se trata apenas de liderar uma equipe ou de apenas ocupar um cargo, mas sim de representatividade. Ou seja: de inspirar e capacitar outras mulheres a alcançarem seu pleno potencial. À medida que continuamos avançando rumo à igualdade de gênero, estou confiante de que, juntas, podemos superar qualquer obstáculo e alcançar novos patamares de sucesso.