Uncategorized

COMO AS PLATAFORMAS VÃO DEVORAR SEU PIPELINE

Entenda as vantagens econômicas desse novo modelo de negócio sobre o tradicional – e reinvente sua empresa antes que seja tarde
é professor da Boston University, pesquisador da MIT Initiative on the Digital Economy e coautor de Plataforma: A Revolução da Estratégia (ed. HSM). Virá ao Brasil para o HSM Summit – Leadership & Innovation, em maio deste ano.

Compartilhar:

Na última década, gigantes tradicionais como Nokia e BlackBerry perderam 90% de seu valor, enquanto Apple e Google dominaram o mercado acionário. Por que isso aconteceu? 

Muitas explicações são oferecidas, mas a diferença mesmo se deve ao fato de Apple e Google serem plataformas digitais. Ou seja, funcionam como entrepostos nos quais produtores e consumidores interagem criando valor para ambas as partes, mas com o acréscimo da tecnologia digital, o que expande enormemente o alcance, a velocidade, a conveniência e a eficiência de seus negócios. 

Estamos entrando no mundo das plataformas digitais, e nele mudam as regras da competição. A internet não funciona mais apenas como canal de distribuição (pipeline); ela também é infraestrutura de criação e mecanismo de coordenação. É assim que as plataformas têm a capacidade de criar modelos de negócio inteiramente novos. Além disso, com a conversão dos ambientes físico e digital, a internet amplia seus domínios. Passa a conectar e coordenar objetos no mundo real também. Em paralelo, os limites organizacionais são redefinidos à medida que as empresas de plataforma influenciam ecossistemas externos para criar valor de outras maneiras. 

Nesse novo estágio de ruptura, as plataformas desfrutam de duas vantagens econômicas sobre as empresas tradicionais. 

“CUSTOS BAIXOS CAPACITAM A PLATAFORMA A UM CRESCIMENTO MUITO RÁPIDO”

**• Maior economia marginal em termos de produção e distribuição.** Quando cadeias hoteleiras como Hilton e Sheraton querem se expandir, constroem novos prédios de apartamentos e contratam centenas de funcionários, certo? Já o Airbnb cresce com custos marginais próximos de zero, já que o investimento para acrescentar mais um quarto à rede é ínfimo. 

Essa economia capacita as plataformas a um crescimento muito rápido, difícil de bater, o que é incrementado ainda mais pelos efeitos de rede. Quando efeitos de rede positivos entram em ação, o aumento da produção leva à expansão do consumo – e o contrário também acontece. Exemplificando: um conjunto mais amplo de vendedores no e-commerce Etsy atrai mais compradores, os quais, por sua vez, atraem mais vendedores. Um ciclo de feedback positivo é acionado, estimulando o crescimento da plataforma – e a um custo mínimo. 

**• Construção, por conta dos efeitos de rede, de ecossistemas eletrônicos abertos.** Tais ecossistemas abarcam centenas, milhares ou milhões de participantes a distância. São maiores do que grande parte das organizações tradicionais e têm acesso a mais recursos do que uma empresa de pipeline convencional é capaz de administrar. 

Em resultado, o valor criado em cada um desses ecossistemas pode ser muito maior do que o gerado em uma organização tradicional. Em outras palavras, as empresas que continuam a competir com base em recursos internos próprios enfrentam dificuldades crescentes diante das plataformas. 

Tal fenômeno, por si, já implica uma ruptura significativa nos setores produtivos estabelecidos, o que é comprovado pelo fato de as organizações que operam segundo esse novo modelo de negócio já vêm tomando o lugar de companhias tradicionais na lista das 500 maiores da revista Fortune. 

A era das “plataformas devorando pipelines” ainda revoluciona os setores de outras maneiras. Esse movimento tem se revelado decisivo na reconfiguração dos conhecidos processos comerciais de criação de valor, consumo de valor e controle de qualidade. 

* Baseado nos _highlights_ do livro Plataforma: A Revolução da Estratégia.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Liderança na gestão do mundo híbrido

Este modelo que nasceu da necessidade na pandemia agora impulsiona o engajamento, reduz custos e redefine a gestão. Para líderes, o desafio é alinhar flexibilidade, cultura organizacional e performance em um mercado cada vez mais dinâmico.

Data economy: Como a inteligência estratégica redefine a competitividade no século XXI

Na era digital, os dados emergem como o ativo mais estratégico, capaz de direcionar decisões, impulsionar inovações e assegurar vantagem competitiva. Transformar esse vasto volume de informações em valor concreto exige infraestrutura robusta, segurança aprimorada e governança ética, elementos essenciais para fortalecer a confiança e a sustentabilidade nos negócios.

China

O Legado do Progresso

A celebração dos 120 anos de Deng Xiaoping destaca como suas reformas revolucionaram a China, transformando-a em uma potência global e marcando uma era de crescimento econômico, inovação e avanços sociais sem precedentes.

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

ESG
Uma pesquisa revela que ansiedade, estresse e burnout são desafios crescentes no ambiente de trabalho, evidenciando a necessidade urgente de ações para promover a saúde mental e o bem-estar nas empresas.

Fátima Macedo

3 min de leitura
Gestão de Pessoas
Enquanto a Inteligência Artificial transforma setores globais, sua adoção precipitada pode gerar mais riscos do que benefícios.

Emerson Tobar

3 min de leitura
Gestão de Pessoas
Entenda como fazer uso de estratégias de gameficação para garantir benefícios às suas equipes e quais exemplos nos ajudam a garantir uma melhor colaboração em ambientes corporativos.

Nara Iachan

6 min de leitura
Finanças
Com soluções como PIX, contas 100% digitais e um ecossistema de open banking avançado, o país lidera na experiência do usuário e na facilidade de transações. Em contrapartida, os EUA se sobressaem em estratégias de fidelização e pagamentos crossborder, mas ainda enfrentam desafios na modernização de processos e interfaces.

Renan Basso

5 min de leitura
Empreendedorismo
Determinação, foco e ambição são três palavras centrais da empresa, que inova constantemente – é isso que devemos fazer em nossas carreiras e negócios

Bruno Padredi

3 min de leitura
Empreendedorismo
Em um ambiente onde o amanhã já parece ultrapassado, o evento celebra a disrupção e a inovação, conectando ideias transformadoras a um público global. Abraçar a mudança e aprender com ela se torna mais do que uma estratégia: é a única forma de prosperar no ritmo acelerado do mercado atual.

Helena Prado

3 min de leitura
Liderança
Este caso reflete a complexidade de equilibrar interesses pessoais e responsabilidades públicas, tema crucial tanto para líderes políticos quanto corporativos. Ações como essa podem influenciar percepções de confiança e coerência, destacando a importância da consistência entre valores e decisões. Líderes eficazes devem criar um legado baseado na transparência e em práticas que inspirem equipes e reforcem a credibilidade institucional.

Marcelo Nobrega

7 min de leitura
Gestão de Pessoas
Hora de compreender como o viés cognitivo do efeito Dunning-Kruger influencia decisões estratégicas, gestão de talentos e a colaboração no ambiente corporativo.

Athila Machado

5 min de leitura
ESG
A estreia da coluna "Papo Diverso", este espaço que a Talento Incluir terá a partir de hoje na HSM Management, começa com um texto de sua CEO, Carolina Ignarra, neste dia 3/12, em que se trata do "Dia da Pessoa com Deficiência", um marco necessário para continuarmos o enfrentamento das barreiras do capacitismo, que ainda existe cotidianamente em nossa sociedade.

Carolina Ignarra

5 min de leitura
Empreendedorismo
Saiba como transformar escassez em criatividade, ativar o potencial das pessoas e liderar mudanças com agilidade e desapego com 5 hacks práticos que ajudam empresas a inovar e crescer mesmo em tempos de incerteza.

Alexandre Waclawovsky

4 min de leitura