Gestão de Pessoas

Como escolher a empresa ideal para se trabalhar?

Confira quatro dicas que ajudam os jovens a escolherem a organização e não se frustrarem na entrada no mercado de trabalho
Sabina Augras e Laura Fuks são sócias fundadoras da Cmov, edtech na área de carreira e empregabilidade.

Compartilhar:

Imagina se você descobre, depois de passar por todas as etapas de um processo seletivo, conseguir ser aprovada, fazer toda a adaptação e trabalhar por cerca de alguns meses em uma empresa, que esse não é o trabalho que você tanto sonhava? Que frustração, né?

Mas esse fato é muito mais comum do que se imagina. Muitos jovens só conseguem
perceber depois de um tempo que a empresa escolhida não é a ideal para se trabalhar. Muitos fatores podem explicar essa frustração do jovem, desde a não adaptação à cultura organizacional até a falta de alinhamento da empresa aos objetivos de carreira do jovem.

Então, como minimizar o erro da escolha da empresa ideal para se trabalhar? Aqui vão algumas dicas que podem ajudar:

## 1) Será que o seu perfil de carreira é mesmo “organizacional”?

Muitos jovens já começam no “piloto automático” de que o trabalho ideal é entrar em um programa de estágio ou trainee de uma grande organização. Mas não param para pensar se esses programas representam de fato o lugar onde desejam trabalhar. Se suas motivações vão ao encontro do que um ambiente “organizacional” pode realmente oferecer.

Será que o perfil desses jovens é mesmo o de trabalhar em uma empresa? Ou será que o perfil deles está mais voltado ao empreendedorismo, ao mundo acadêmico, ao trabalho como profissional liberal ou mesmo como servidor público? De acordo com dados de mais de 16 mil jovens que já passaram pela plataforma de carreira da Cmov nos últimos anos, apenas 13% consideram que seu perfil e motivações são de fato adequados ao trabalho em uma organização.

Portanto, o primeiro passo para o jovem é entender e tentar descobrir qual é o seu objetivo de carreira, qual é o seu perfil. Validar, neste caso, se o seu perfil é realmente “organizacional”, ou seja, se vai ser feliz trabalhando em um ambiente de uma empresa, com o ônus e o bônus de uma vida corporativa.

## 2) Será que a cultura organizacional é aderente aos seus valores?

Um outro ponto muito importante na hora de um jovem avaliar uma empresa é conhecer sua cultura organizacional. Quais são os valores dessa empresa? Como é o dia a dia das pessoas que trabalham nela? Que atitudes são valorizadas e reconhecidas? Qual o estilo de liderança dos gestores? Como é feita a integração de novos funcionários?

Para conhecer a cultura organizacional, o jovem vai precisar pesquisar e conversar com pessoas que trabalham ou trabalharam nessas empresas e avaliar o quanto essa cultura está alinhada aos seus valores pessoais. Ele vai precisar se perguntar: eu concordo com os valores da empresa? Eu valorizo os comportamentos que são reconhecidos? Eu gosto de trabalhar com esse estilo de liderança? Enfim, quanto mais o jovem conhecer a cultura de uma empresa antes de entrar nela, mais ele poderá minimizar o erro de uma escolha frustrada.

## 3) Será que a empresa investe no seu desenvolvimento?

Na hora de se buscar uma empresa é importante para o jovem entender também o quanto ela se preocupa com o desenvolvimento genuíno das pessoas. Muitos jovens confundem desenvolvimento com o investimento das empresas em treinamentos formais. Mas o desenvolvimento vai muito além disso.

Segundo o modelo 70-20-10, 70% do aprendizado vem da prática, 20% das interações e mentorias e apenas 10% do treinamento formal. Portanto, quando o jovem for analisar o investimento da empresa no seu desenvolvimento é importante entender como ela trabalha esse outros tipos de aprendizados.

Existe espaço na empresa para a troca e feedback entre os funcionários? Existem
programas de mentoria? Os líderes se preocupam com o aprendizado de seus
subordinados? É importante levar tudo isso em consideração na hora da escolha de uma empresa para se trabalhar.

## 4) Será que essa empresa apoia ou está alinhada com seu propósito?

Por fim, no momento de escolher uma empresa, é muito importante que o jovem reflita se ela está alinhada ao seu propósito de vida. Dessa forma, sua jornada pessoal fará sentido dentro da organização e seu trabalho vai se tornar mais engajado.

Cada vez mais estudos associam a felicidade dos jovens à definição de um propósito. E quanto mais a empresa apoiar ou estiver alinhada aos propósitos dos jovens, mais eles se sentirão acolhidos no seu ambiente de trabalho.

Todos os pontos levantados acima podem ajudar o jovem a minimizar o erro na hora da escolha da empresa ideal para se trabalhar. No entanto, pode acontecer de mesmo tendo feito todo esse “dever de casa”, o jovem se frustrar no dia a dia do mundo organizacional.

Se esse for o caso, o importante é tentar tirar o maior número de aprendizado dessas situações e usar esses aprendizados para as próximas escolhas de carreira.

Compartilhar:

Sabina Augras e Laura Fuks são sócias fundadoras da Cmov, edtech na área de carreira e empregabilidade.

Artigos relacionados

Há um fio entre Ada Lovelace e o CESAR

Fora do tempo e do espaço, talvez fosse improvável imaginar qualquer linha que me ligasse a Ada Lovelace. Mais improvável ainda seria incluir, nesse mesmo

Marketing
Entenda por que 90% dos lançamentos fracassam quando ignoram a economia comportamental. O Nobel Daniel Kahneman revela como produtos são criados pela lógica, mas comprados pela emoção.

Priscila Alcântara

8 min de leitura
Liderança
Relatórios do ATD 2025 revelam: empresas skills-based se adaptam 40% mais rápido. O segredo? Trilhas de aprendizagem que falam a língua do negócio.

Caroline Verre

4 min de leitura
Liderança
Por em prática nunca é um trabalho fácil, mas sempre é um reaprendizado. Hora de expor isso e fazer o que realmente importa.

Caroline Verre

5 min de leitura
Inovação
Segundo a Gartner, ferramentas low-code e no-code já respondem por 70% das análises de dados corporativos. Entenda como elas estão democratizando a inteligência estratégica e por que sua empresa não pode ficar de fora dessa revolução.

Lucas Oller

6 min de leitura
ESG
No ATD 2025, Harvard revelou: 95% dos empregadores valorizam microcertificações. Mesmo assim, o reskilling que realmente transforma exige 3 princípios urgentes. Descubra como evitar o 'caos das credenciais' e construir trilhas que movem negócios e carreiras.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Empreendedorismo
33 mil empresas japonesas ultrapassaram 100 anos com um segredo ignorado no Ocidente: compaixão gera mais longevidade que lucro máximo.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Liderança
70% dos líderes não enxergam seus pontos cegos e as empresas pagam o preço. O antídoto? Autenticidade radical e 'Key People Impact' no lugar do controle tóxico

Poliana Abreu

7 min de leitura
Liderança
15 lições de liderança que Simone Biles ensinou no ATD 2025 sobre resiliência, autenticidade e como transformar pressão em excelência.

Caroline Verre

8 min de leitura
Liderança
Conheça 6 abordagens práticas para que sua aprendizagem se reconfigure da melhor forma

Carol Olinda

4 min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia e execução
Lembra-se das Leis de Larman? As organizações tendem a se otimizar para não mudar; então, você precisa fazer esforços extras para escapar dessa armadilha. Os exemplos e as boas práticas deste artigo vão ajudar

Norberto Tomasini

4 min de leitura