Estratégia e Execução

Conheça o FORTUNE FUTURE 50

Índice elege vitalidade como o novo jogo

Compartilhar:

O cenário competitivo na próxima década será bem diferente do atual. Os vetores dessa transformação são muitos e incluem a consolidação da inteligência artificial, a mudança na essência do relacionamento entre as empresas e seus funcionários, e o novo equilíbrio econômico e político global.  

As formas tradicionais de medir o sucesso dos negócios – crescimento de receita, rentabilidade etc. – não refletem a nova realidade do contexto competitivo. O que pesa, cada vez mais, é a visão de futuro. Para ter sucesso na próxima década, a palavra-chave é vitalidade – a capacidade de explorar novas oportunidades, renovar a estratégia e promover a sustentabilidade. Os líderes devem ser capazes de monitorar, revigorar e fortalecer a vitalidade de suas organizações. 

Para preencher essa lacuna, foi criada a lista Fortune Future 50, desenvolvida pela revista Fortune em parceria com o Henderson Institute, do Boston Consulting Group. O índice é baseado em fatores que ajudam a prever o crescimento da receita, o que impulsiona o retorno para os acionistas no longo prazo. 

> **PARÂMETROS DO ÍNDICE**
>
> Algumas perguntas revelam o que é necessário para a empresa fazer parte da lista Fortune Future.
>
> • Há um fluxo constante de “apostas futuras” com alto potencial de crescimento?
>
> • Há equilíbrio na estratégia entre resultado de curto prazo e busca de oportunidades de longo prazo?
>
> • Desenvolvem-se suficientemente as capacidades tecnológicas que transformam o modo como o negócio funciona?
>
> • A cultura organizacional promove a diversidade e a concorrência entre ideias?
>
> • Há disposição para desafiar abordagens e crenças tradicionais?

**O QUE FAZ DIFERENÇA**

A análise das 50 empresas que integram a lista Fortune Future traz à tona os fatores que fazem diferença na construção de uma organização com vitalidade. 

Desenvolvimento contínuo de opções de crescimento futuro. Trata-se do principal fator que impulsiona a vitalidade de uma empresa. Para conseguir isso, é preciso criar um portfólio equilibrado de apostas para diferentes prazos, e capazes de abastecer continuamente o crescimento sustentável ao longo do tempo. São fundamentais o espírito empreendedor, o fluxo regular de novas ideias e a disposição para experimentar modelos inéditos.  

Visão diferente sobre estratégia. O novo pensamento deve incluir a adoção de uma perspectiva de longo prazo, com foco em aproveitar os atuais modelos de negócio, mas também em ir além das abordagens tradicionais de gestão e estratégia. 

Os líderes do futuro abandonam a abordagem clássica de estratégia, baseada em um trabalho isolado de análise e planejamento, e adotam a adaptativa – implementando processos que semeiem, testem e escalem novas ideias de maneira rápida e iterativa – e precisam desenvolver capacidades que levem à disrupção e à abertura de novos mercados.

Construção das capacidades adequadas. Três áreas são especialmente importantes: 

Tecnologia. Num mundo crescentemente digital, a tecnologia é decisiva para o sucesso em todo e qualquer nicho de mercado. 

Pessoas. Promover a diversidade para ter uma maior variedade de perspectivas e ideias ajuda as empresas a identificar novas oportunidades e evitar as restrições das práticas herdadas. Diversidade não é só de origem e gênero, mas também de formação. E o ambiente de trabalho deve estimular o debate de ideias.

Estrutura. Em uma época marcada pela disrupção, as grandes empresas devem ficar atentas e adotar medidas para evitar a obsolescência. Isso é possível por meio de iniciativas internas – por exemplo, atuar como incubadora de novos modelos separada do negócio principal – e externas – com a aquisição de negócios disruptivos. E as lideranças devem evitar a armadilha da complacência e criar senso de urgência. 

![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/bcf30278-0628-4c2a-8212-a7dafb99a08a.jpeg)

**POTENCIAL E RISCO**

A vitalidade faz diferença no longo prazo e não se reflete necessariamente nos resultados imediatos. Desse modo, fazer parte da lista não é garantia de sucesso. Mais do que isso: o alto potencial de crescimento carrega consigo um risco elevado e as fontes de incerteza parecem aumentar.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

A difícil arte de premiar sem capitular

Desde Alfred Nobel, o ato de reconhecer os feitos dos seres humanos não é uma tarefa trivial, mas quando bem-feita costuma resultar em ganho reputacional para que premia e para quem é premiado

Gestão de Pessoas
O aprendizado está mudando, e a forma de reconhecer habilidades também! Micro-credenciais, certificados e badges digitais ajudam a validar competências de forma flexível e alinhada às demandas do mercado. Mas qual a diferença entre eles e como podem impulsionar carreiras e instituições de ensino?

Carolina Ferrés

9 min de leitura
Inovação
O papel do design nem sempre recebe o mérito necessário. Há ainda quem pense que se trata de uma área do conhecimento que é complexa em termos estéticos, mas esse pensamento acaba perdendo a riqueza de detalhes que é compreender as capacidades cognoscíveis que nós possuímos.

Rafael Ferrari

8 min de leitura
Inovação
Depois de quatro dias de evento, Rafael Ferrari, colunista e correspondente nos trouxe suas reflexões sobre o evento. O que esperar dos próximos dias?

Rafael Ferrari

12 min de leitura
ESG
Este artigo convida os profissionais a reimaginarem a fofoca — não como um tabu, mas como uma estratégia de comunicação refinada que reflete a necessidade humana fundamental de se conectar, compreender e navegar em paisagens sociais complexas.

Rafael Ferrari

7 min de leitura
ESG
Prever o futuro vai além de dados: pesquisa revela que 42% dos brasileiros veem a diversidade de pensamento como chave para antecipar tendências, enquanto 57% comprovam que equipes plurais são mais produtivas. No SXSW 2025, Rohit Bhargava mostrou que o verdadeiro diferencial competitivo está em combinar tecnologia com o que é 'unicamente humano'.

Dilma Campos

7 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Para líderes e empreendedores, a mensagem é clara: invista em amplitude, não apenas em profundidade. Cultive a curiosidade, abrace a interdisciplinaridade e esteja sempre pronto para aprender. O futuro não pertence aos que sabem tudo, mas aos que estão dispostos a aprender tudo.

Rafael Ferrari e Marcel Nobre

5 min de leitura
ESG
A missão incessante de Brené Brown para tirar o melhor da vulnerabilidade e empatia humana continua a ecoar por aqueles que tentam entender seu caminho. Dessa vez, vergonha, culpa e narrativas são pontos cruciais para o entendimento de seu pensamento.

Rafael Ferrari

0 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A palestra de Amy Webb foi um chamado à ação. As tecnologias que moldarão o futuro – sistemas multiagentes, biologia generativa e inteligência viva – estão avançando rapidamente, e precisamos estar atentos para garantir que sejam usadas de forma ética e sustentável. Como Webb destacou, o futuro não é algo que simplesmente acontece; é algo que construímos coletivamente.

Glaucia Guarcello

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O avanço do AI emocional está revolucionando a interação humano-computador, trazendo desafios éticos e de design para cada vez mais intensificar a relação híbrida que veem se criando cotidianamente.

Glaucia Guarcello

7 min de leitura
Tecnologias exponenciais
No SXSW 2025, Meredith Whittaker alertou sobre o crescente controle de dados por grandes empresas e governos. A criptografia é a única proteção real, mas enfrenta desafios diante da vigilância em massa e da pressão por backdoors. Em um mundo onde IA e agentes digitais ampliam a exposição, entender o que está em jogo nunca foi tão urgente.

Marcel Nobre

5 min de leitura