Uncategorized

De onde vêm AS PESSOAS TÓXICAS

Pesquisa de Stanford revela que os conflitos nascem com quem tem baixo status mas alto poder

Compartilhar:

Pessoas com pouco status mas muito poder podem criar estragos corporativos, não porque sejam desagradáveis, e sim porque sua posição pouco invejável as torna propensas ao mau comportamento. Você tem alguém assim em sua equipe ou empresa? 

O alerta é de Nir Halevy, professor de comportamento organizacional da Stanford Graduate School of Business, que, em seus estudos, vem associando a presença dessas pessoas à capacidade dos gerentes de reduzir conflitos. 

Em pesquisa publicada em fevereiro de 2016 na revista _Organization Science_, Halevy e os coautores Eric Anicich e Adam Galinsky, da Columbia University, e Nathanael Fast, da University of Southern California, enfatizam a distinção raramente reconhecida pelas empresas entre status e poder. 

Por suas definições, as pessoas com status são respeitadas e admiradas, enquanto as com poder controlam os recursos e influenciam os resultados. 

Compare, por exemplo, a posição de executivo-chefe, que carrega poder e status, com a de professor emérito, que confere status mas pouco poder. Ambos se beneficiam dos sentimentos positivos que vêm com o status elevado e, portanto, tendem a tratar os outros bem, dizem os pesquisadores. 

De outro lado, as pessoas em empregos de baixo status muitas vezes recebem pouco respeito e, assim, têm sentimentos negativos sobre si próprias e os outros. Pessoas com muito controle sobre os recursos mas que inspiram pouco respeito podem ser propensas a agir com base em sentimentos negativos, como a inveja, e tratar os outros de maneiras rudes ou humilhantes. Na visão dos pesquisadores, elas são tóxicas para a organização. 

**Experimentos reveladores** 

Em um de seus experimentos, os pesquisadores recrutaram 226 adultos e aleatoriamente lhes atribuíram diferentes combinações de status e poder. Aos com alto poder, disseram: “Você precisa demitir um de seus funcionários”. E os com baixo poder souberam: “Seu chefe pediu que você demitisse um dos outros funcionários”. Em seguida, cada participante escreveu um memorando de dispensa. 

Membros de um grupo 2 (que não sabiam sobre o poder e o status dos decisores) leram esses memos e avaliaram em que medida eram “aviltantes”, “humilhantes”, “degradantes” e “desconfortáveis” (escala que vai do pior para o melhor) e previram em que casos haveria conflito. 

Resultado: a maioria das mensagens percebidas como aviltantes estava nos memos escritos por pessoas de alto poder mas baixo status – e o grupo 2 previu conflitos em todos esses casos. 

Outro experimento, do qual participaram 108 trabalhadores anônimos, determinou que o conflito iniciado por uma pessoa em um trabalho de baixo status e alto poder tem maior probabilidade de se manter e até mesmo de escalar. 

Depois dessa pesquisa, os gestores que querem resolver conflitos no local de trabalho deveriam parar de culpar as personalidades difíceis por tudo. 

É hora de reavaliarem as posições de baixo status e de alto poder e fazerem algo a respeito.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação

Living Intelligence: A nova espécie de colaborador

Estamos entrando na era da Inteligência Viva: sistemas que aprendem, evoluem e tomam decisões como um organismo autônomo. Eles já estão reescrevendo as regras da logística, da medicina e até da criatividade. A pergunta que nenhuma empresa pode ignorar: como liderar equipes quando metade delas não é feita de pessoas?

Liderar GenZ’s: As relações de trabalho estão mudando…

Mais da metade dos jovens trabalhadores já não acredita no valor de um diploma universitário — e esse é só o começo da revolução que está transformando o mercado de trabalho. Com uma relação pragmática com o emprego, a Geração Z encara o trabalho como negócio, não como projeto de vida, desafiando estruturas hierárquicas e modelos de carreira tradicionais. A pergunta que fica: as empresas estão prontas para se adaptar, ou insistirão em um sistema que não conversa mais com a principal força de trabalho do futuro?

Liderança
Por em prática nunca é um trabalho fácil, mas sempre é um reaprendizado. Hora de expor isso e fazer o que realmente importa.

Caroline Verre

5 min de leitura
Inovação
Segundo a Gartner, ferramentas low-code e no-code já respondem por 70% das análises de dados corporativos. Entenda como elas estão democratizando a inteligência estratégica e por que sua empresa não pode ficar de fora dessa revolução.

Lucas Oller

6 min de leitura
ESG
No ATD 2025, Harvard revelou: 95% dos empregadores valorizam microcertificações. Mesmo assim, o reskilling que realmente transforma exige 3 princípios urgentes. Descubra como evitar o 'caos das credenciais' e construir trilhas que movem negócios e carreiras.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Empreendedorismo
33 mil empresas japonesas ultrapassaram 100 anos com um segredo ignorado no Ocidente: compaixão gera mais longevidade que lucro máximo.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Liderança
70% dos líderes não enxergam seus pontos cegos e as empresas pagam o preço. O antídoto? Autenticidade radical e 'Key People Impact' no lugar do controle tóxico

Poliana Abreu

7 min de leitura
Liderança
15 lições de liderança que Simone Biles ensinou no ATD 2025 sobre resiliência, autenticidade e como transformar pressão em excelência.

Caroline Verre

8 min de leitura
Liderança
Conheça 6 abordagens práticas para que sua aprendizagem se reconfigure da melhor forma

Carol Olinda

4 min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia e execução
Lembra-se das Leis de Larman? As organizações tendem a se otimizar para não mudar; então, você precisa fazer esforços extras para escapar dessa armadilha. Os exemplos e as boas práticas deste artigo vão ajudar

Norberto Tomasini

4 min de leitura
Carreira, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
A área de gestão de pessoas é uma das mais capacitadas para isso, como mostram suas iniciativas de cuidado. Mas precisam levar em conta quatro tipos de necessidades e assumir ao menos três papéis

Natalia Ubilla

3 min de leitura
Estratégia
Em um mercado onde a reputação é construída (ou desconstruída) em tempo real, não controlar sua própria narrativa é um risco que nenhum executivo pode se dar ao luxo de correr.

Bruna Lopes

7 min de leitura