Business content, Comunidades: Gestão PME, Empreendedorismo

Por que ter se podemos utilizar (e dividir)?

O modelo de economia compartilhada deve gerar mais de 300 bilhões de dólares em novos negócios até 2025 e surge como oportunidade valiosa para pequenas e médias empresas
Angela Miguel é editora de conteúdos customizados em HSM Management e MIT Sloan Review Brasil.

Compartilhar:

Não é novidade que a pandemia estimulou diferentes formas de consumo por todo o mundo e, consequentemente, maneiras inéditas de comercializar produtos e serviços. Antes da pandemia, por exemplo, era possível encontrar muitos consumidores que torciam o nariz ao ouvirem a expressão “e-commerce” ou “compra virtual”. Atualmente, entretanto, o difícil é encontrar quem ainda não realizou esse tipo de compra, especialmente em países como o Brasil, um dos mais afetados pela covid-19.

A partir dessa reflexão, consultorias diversas têm feito pesquisas sobre as recentes transformações dos hábitos de consumo, demonstrando que a tão batida relação custo-benefício não é mais soberana.

O estudo *Life Reimagined: motivações para consumidores modernos*, desenvolvido pela Accenture Strategy e Accenture Interactive, identificou que as motivações de compra dos consumidores têm mudado em escala global, e o Brasil tem liderado essa virada. Agora, os clientes olham além de preço e qualidade – facilidade e conveniência, saúde e segurança, confiança e reputação, e origem do produto se tornaram importantes para a decisão de compra.

Nesse sentido, um modelo de negócio tem despontado, especialmente entre os mais jovens: a economia compartilhada. O conceito, ainda recente, defende o [compartilhamento de bens e serviços](https://www.revistahsm.com.br/post/um-ecossistema-de-colaboracao), e não a sua posse, o que ameaça diretamente o modelo tradicional (e dominante) de compra e venda.

Esse modelo econômico, no limite, visa a redistribuição e o uso racional de recursos, uma estratégia significativa quando analisamos as crises sociais, ambientais e econômicas recentes. De acordo com estudo da PwC, até 2025, esse modelo deve gerar mais de US$ 300 bilhões em novos negócios.

## Vantagens do compartilhamento
Entre as razões que fomentaram o surgimento desse tipo de modelo econômico estão as crises que muitos países sofreram na década de 2000 e a expansão da internet e de tecnologias digitais, o que possibilitou a criação de startups e empresas com modelos de negócio e de consumo disruptivo. Em paralelo, a forte adesão às redes sociais e ao “fim” das fronteiras físicas entre países e culturas têm auxiliado no crescimento da onda de compartilhamento de bens e serviços.

Ainda segundo a pesquisa realizada pela Accenture, esses “novos” consumidores estão preocupados em ter uma experiência diferenciada e completa com as marcas, assim como desejam saber como tais produtos são desenvolvidos e quais papéis essas empresas executam quanto ao seu papel social. Isso significa que os consumidores desejam, acima de tudo, [uma conexão maior e mais profunda com aquilo que eles consomem](https://www.revistahsm.com.br/post/como-gerar-as-melhores-experiencias-para-funcionarios-e-clientes).

Essa mudança de hábito de compra tem impacto direto nos pequenos e médios negócios, afinal, há uma ruptura em relação ao mercado. Com as inúmeras tecnologias, PMEs conseguem chegar e se comunicar com o mercado consumidor da mesma maneira que as grandes e tradicionais companhias. De quebra, oferecem experiências mais personalizadas e até mesmo emocionais com seus clientes. As PMEs, portanto, ganham a chance de apresentar novas propostas de valor ao mercado, entendendo com profundidade o que público espera de sua marca.

Além desse contato próximo com os clientes, os pequenos e médios negócios se beneficiam desse modelo econômico uma vez que o sistema é mais barato em sua concepção – ao compartilhar recursos físicos, humanos e intelectuais, os donos de negócios conseguem alocar investimentos de maneira mais inteligente para promover maior impacto no cliente final. Os custos fixos, portanto, acabam sendo reduzidos.

Ao mesmo tempo, a economia compartilhada é mais frutífera (e sustentável) para o mercado dos pequenos. Essa cultura do compartilhamento impulsiona uma [mudança de mentalidade nos negócios](https://www.revistahsm.com.br/post/pequenos-negocios-locais-ganham-forca-na-pandemia) que reduz o desperdício, reparte os recursos e aproxima todos os atores do sistema. Por exemplo, o dono de negócio que possui um recurso ocioso pode cedê-lo para outro comerciante em troca de algo mais urgente ou importante para sua estratégia. Ou dois negócios podem dividir o aluguel de um mesmo espaço e se organizar para que possam atender os clientes com a mesma qualidade.

## Economia em vários sentidos
Como representante dessa onda, Meoo, serviço de [carro por assinatura](https://meoo.localiza.com/?utm_source=blog-hsm-comunidade&utm_medium=organico&utm_campaign=jussi-pp_localiza-meoo_topo_blog-hsm-comunidade_refarral_trafego_meoo-carro-inteligente_campanha_blog-hsh) da Localiza, possibilita um novo tipo de consumo para a economia, especialmente para os empreendedores. Com Meoo, o profissional deixa de assumir todos os gastos atrelados à compra de um veículo e opta por um serviço de aluguel de acordo com as possibilidades financeiras e necessidades estratégicas do negócio.

Com Meoo, o empreendedor deixa de arcar com a depreciação existente em um veículo próprio e pode contar com um modelo mais flexível e inteligente para a gestão de seu negócio. O serviço possibilita aluguel de até dez carros por empreendedor e se torna uma opção atraente, pois seus assinantes pagam apenas pelo que é utilizado de fato. Isso faz com que as PMEs não precisem descapitalizar para adquirir veículos, custear seguros, documentação e taxas, mantendo seu foco no negócio.

Com a tranquilidade de um carro 0km e as documentações e manutenções inclusas no serviço por assinatura, o dono do negócio conta ainda com o atendimento da Localiza e tem a escolha de pacotes entre 24 e 48 meses. Ao fim do contrato, a Localiza fica com a missão de reutilizar os carros que não são mais novos, auxiliando uma economia mais sustentável.

### 6 formas de apoiar a economia compartilhada
1. Vender o uso em vez da propriedade;
2. Dar apoio a consumidores que querem revender o que compraram;
3. Explorar recursos ainda não utilizados;
4. Oferecer serviços de manutenção e conserto;
5. Utilizar o [consumo colaborativo](https://www.mitsloanreview.com.br/post/economia-circular-no-brasil-tecnologias-da-industria-4-0) para chegar a novos consumidores;
6. Desenvolver modelos de negócio inteiramente novos, baseados no consumo colaborativo, sem copiar os outros, e ter clareza sobre sua missão.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

A difícil arte de premiar sem capitular

Desde Alfred Nobel, o ato de reconhecer os feitos dos seres humanos não é uma tarefa trivial, mas quando bem-feita costuma resultar em ganho reputacional para que premia e para quem é premiado

ESG
No mundo corporativo, onde a transparência é imperativa, a Washingmania expõe a desconexão entre discurso e prática. Ser autêntico não é mais uma opção, mas uma necessidade estratégica para líderes que desejam prosperar e construir confiança real.

Marcelo Murilo

8 min de leitura
Empreendedorismo
Em um mundo onde as empresas têm mais ferramentas do que nunca para inovar, por que parecem tão frágeis diante da mudança? A resposta pode estar na desconexão entre estratégia, gestão, cultura e inovação — um erro que custa bilhões e mina a capacidade crítica das organizações

Átila Persici

0 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A ascensão da DeepSeek desafia a supremacia dos modelos ocidentais de inteligência artificial, mas seu avanço não representa um triunfo da democratização tecnológica. Embora promova acessibilidade, a IA chinesa segue alinhada aos interesses estratégicos do governo de Pequim, ampliando o debate sobre viés e controle da informação. No cenário global, a disputa entre gigantes como OpenAI, Google e agora a DeepSeek não se trata de ética ou inclusão, mas sim de hegemonia tecnológica. Sem uma governança global eficaz, a IA continuará sendo um instrumento de poder nas mãos de poucos.

Carine Roos

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A revolução da Inteligência Artificial está remodelando o mercado de trabalho, impulsionando a necessidade de upskilling e reskilling como estratégias essenciais para a competitividade profissional. Empresas como a SAP já investem pesadamente na requalificação de talentos, enquanto pesquisas indicam que a maioria dos trabalhadores enxerga a IA como uma aliada, não uma ameaça.

Daniel Campos Neto

6 min de leitura
Marketing
Empresas que compreendem essa transformação colhem benefícios significativos, pois os consumidores valorizam tanto a experiência quanto os produtos e serviços oferecidos. A Inteligência Artificial (IA) e a automação desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo a resolução ágil de demandas repetitivas por meio de chatbots e assistentes virtuais, enquanto profissionais se concentram em interações mais complexas e empáticas.

Gustavo Nascimento

4 min de leitura
Empreendedorismo
Pela primeira vez, o LinkedIn ultrapassa o Google e já é o segundo principal canal das empresas brasileiras. E o seu negócio, está pronto para essa nova era da comunicação?

Bruna Lopes de Barros

5 min de leitura
ESG
O etarismo continua sendo um desafio silencioso no ambiente corporativo, afetando tanto profissionais experientes quanto jovens talentos. Mais do que uma questão de idade, essa barreira limita a inovação e prejudica a cultura organizacional. Pesquisas indicam que equipes intergeracionais são mais criativas e produtivas, tornando essencial que empresas invistam na diversidade etária como um ativo estratégico.

Cleide Cavalcante

4 min de leitura
Empreendedorismo
A automação e a inteligência artificial aumentam a eficiência e reduzem a sobrecarga, permitindo que advogados se concentrem em estratégias e no atendimento personalizado. No entanto, competências humanas como julgamento crítico, empatia e ética seguem insubstituíveis.

Cesar Orlando

5 min de leitura
ESG
Em um mundo onde múltiplas gerações coexistem no mercado, a chave para a inovação está na troca entre experiência e renovação. O desafio não é apenas entender as diferenças, mas transformá-las em oportunidades. Ao acolher novas perspectivas e desaprender o que for necessário, criamos ambientes mais criativos, resilientes e preparados para o futuro. Afinal, o sucesso não pertence a uma única geração, mas à soma de todas elas.

Alain S. Levi

6 min de leitura
Carreira
O medo pode paralisar e limitar, mas também pode ser um convite para a ação. No mundo do trabalho, ele se manifesta na insegurança profissional, no receio do fracasso e na resistência à mudança. A liderança tem papel fundamental nesse cenário, influenciando diretamente a motivação e o bem-estar dos profissionais. Encarar os desafios com autoconhecimento, preparação e movimento é a chave para transformar o medo em crescimento. Afinal, viver de verdade é aceitar riscos, aprender com os erros e seguir em frente, com confiança e propósito.

Viviane Ribeiro Gago

4 min de leitura