Uncategorized

Fhinck, a vice-campeã do OpenStartups 2018

Compartilhar:

Robôs instalados nos computadores das empresas  analisam tempos e movimentos dos funcionários com os sistemas corporativos para identificar oportunidades para aumento de produtividade nas operações de escritórios e back-office. Eles são a contribuição da Fhinck | Artificial Intelligence for Productivity para o mundo corporativo, a segunda colocada no 100 OpenStartups 2018. A startup nasceu em 2015 no Google Campus São Paulo, fundada por Paulo Castello e Claudio Ferreira, que contaram com o equivalente a US$ 120 mil de capital inicial, vindos da aceleradora Startup Farm e de investidores anjo. Como diz Castello, a Fhinck tem como clientes mais de 30 grandes empresas de diversas industrias utilizando a tecnologia tais como Accenture, Unilever, Itaú, Atento, Oncoclinicas, Assaí, EMS, Interfile, e há clientes utilizando a Fhinck no México e Peru, marcando o início de sua internacionalização. E tudo isso é feito com nove funcionários. Além disso, a startup estabeleceu parceirias estratégicos com grandes consultorias, que utilizam sua tecnologia para identificar oportunidades para robotização de processos nos clientes –como Accenture, PwC, EY, KPMG, TOTVS, Falconi, Everis, Elo Group, IEG. A seguir, confira a entrevista do cofundador Paulo Castello.

###### **Que problema vocês resolvem?**

Descobrimos, de modo automático, onde existem oportunidades de aumentar a eficiência operacional nas atividades realizadas em todos os departamentos de uma empresa e fora dela, com fornecedores externos. Fazemos isso com softwares instalados nos computadores, que permitem acompanhar a navegação dos usuários em suas relações com grandes empresas.

###### **Qual é seu maior diferencial?**

Creio que é o uso de algoritmos proprietários de inteligência artificial para identificar tempos e movimentos na navegação dos usuários em suas relações com grandes empresas.

###### **Como a empresa nasceu?**

A Fhinck nasceu da experiência dos fundadores que eram executivos em grande multinacionais e especializados em otimização de processos. A maior dor era fazer mapeamento em todos os processos da organização. Era muito custoso, lento e ineficiente alocar uma equipe interna ou consultoria externa para mapear através de entrevistas cada funcionário para saber como eles fazem as tarefas do dia a dia. No final do mapeamento os processos já haviam mudado, os dados das entrevistas era contestados e a equipe de processos que deveria pensar nas soluções gastava a maior parte do tempo entrevistando e reunindo os dados. Como não existiam soluções no mercado e todas as empresas estão cada vez mais pressionadas em fazer mais com menos, os sócios resolveram montar a startup. Os primeiros passos foram montar um protótipo e colocar para testar em clientes potenciais em janeiro de 2015. Como os sócios eram ex-executivos de multinacionais, já possuíam um network que foi utilizado na época para instalar o protótipo e entender se a solução fazia sentido e gerava valor para potenciais clientes. Após oito meses de protótipo rodando/pilotando em algumas empresas e com resultados interessantes em termos de dados extraídos e potenciais insights para identificar oportunidades de otimização de atividades, procuramos uma aceleradora para validar se estávamos no caminho certo. Ao final da aceleração, recebemos prêmio de “startup mais inovadora” no demo day realizado na Futurecom (maior evento de tecnologia e telecom da America Latina). Nesse momento resolvemos iniciar o planejamento para crescimento da startup e comercialização. Parte da estratégia era ser selecionado para residir no Cubo, pois durante a aceleração que ocorreu no próprio Cubo, percebemos um fluxo grande de grandes executivos de multinacionais visitando o local diariamente. Nessa mesma época começamos a nos relacionar com a Accenture, que estava montando uma diretoria para inovação aberta e como a maior tercerizadora de serviços do mundo era nosso cliente-alvo para começar. Em junho de 2016 fechamos um contrato global com eles para instalar nossa tecnologia nas operações deles e começamos efetivamente a comercializar a Fhinck no mercado.

###### **Que métodos e conhecimentos a ajudaram?**

Trabalhamos com lean startup e MVP na aceleração da Startup Farm. Tivemosmentorias engajadas do Google (Tecnologia, Produto e Gestão), Wayra (Business), Cubo (Business), Tozzini & Freire (Direito para Startups), Accenture (Business)

###### **Quais as principais dificuldades encontradas?**

As principais dificuldades iniciais foram:

* Grandes empresas no Brasil não sabiam o que era uma startup e mesmo gostando da solução e com orçamento não conseguiam contratar a Fhinck porque seus processos internos previam que apenas fornecedores que podiam fornecer para suas empresas tinham que ser de “peso”, com histórico, outros clientes, balanço dos últimos 3 anos, com certificação ISO, cujo o contrato não representasse mais que 10% do faturamento, que tivessem disaster recovery plan, business continuity plan, etc. Como uma startup não tem nada disso, levamos bastante tempo para ter os primeiros clientes, que tiveram que mudar seus processos internos ou o próprio C-level teve que assumir o risco junto às áreas jurídicas, segurança da informação, compras e fazer um top down para contratar simplificar processos para contratar a Fhinck.

Especificamente para o crescimento, as principais dificuldades foram (ou são):

* As leis e burocracia brasileira são uma fórmula perfeita para fazer startups morrerem. Desde encargos trabalhistas que não servem como incentivo a abertura novas vagas de emprego, pois você paga encargos mesmos em ter nada de faturamento até as confusões de bi-tributações para empresas de tecnologia que usam software como serviço, onde tanto o estado, quanto o município não se entendem e no final todos querem tributar a empresa que fazem com que a prefeitura e estado queira que  quando a empresa ainda não tem receita a que pune uma empresa nova falhar
* O acesso a investimento de risco no Brasil é limitado –o capital é escasso, as linhas de financiamento do governo são burocráticas e lentas e o acesso a crédito para startups é inexistente.

###### **Vocês pivotaram?**

Sim. A Fhinck não nasceu como uma empresa de inteligência artificial, foi um processo de evolução e aprendizagem. O produto nasceu para ser um timesheet automático e quando os primeiros dados e análises começaram a ser produzidos na etapa de protótipo nos clientes, a quantidade de dados produzidas fez os sócios perceberem que a Fhinck não era uma empresa de software e sim de big data e com muitas mentorias descobrimos que nossa vocação era inteligência artificial. Porém a evolução é contínua e da mesma forma que a empresa foi feita com um mindset de engenharia de processos e eficiência operacional atualmente o mercado começa a nos enxergar também com uma empresa de RH, pois os dados que extraímos permitem análises profundas de people analytics, através da navegação dos funcionários é possível identificar perfis comportamentais, analisar quem precisa de treinamento em sistemas e até mesmo prever turnover de funcionários, através do padrão de navegação dos funcionários que pediram demissão.

###### **Qual é o futuro que vocês vislumbram?**

A Fhinck em 2018 tem a projeção de quadruplicar o faturamento em comparação a 2017. O número de grandes clientes aumentou em 10 vezes do início até junho de 2018 e a projeção ao final de 2018 é de aumentar em 15 vezes. A Fhinck também começou seu processo de internacionalização, e a expectativa é que já esteja com clientes em mais de cinco países até o final de 2018. Acelerando.

Compartilhar:

Artigos relacionados

China

O Legado do Progresso

A celebração dos 120 anos de Deng Xiaoping destaca como suas reformas revolucionaram a China, transformando-a em uma potência global e marcando uma era de crescimento econômico, inovação e avanços sociais sem precedentes.

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Gestão de Pessoas
Entenda como fazer uso de estratégias de gameficação para garantir benefícios às suas equipes e quais exemplos nos ajudam a garantir uma melhor colaboração em ambientes corporativos.

Nara Iachan

6 min de leitura
Finanças
Com soluções como PIX, contas 100% digitais e um ecossistema de open banking avançado, o país lidera na experiência do usuário e na facilidade de transações. Em contrapartida, os EUA se sobressaem em estratégias de fidelização e pagamentos crossborder, mas ainda enfrentam desafios na modernização de processos e interfaces.

Renan Basso

5 min de leitura
Empreendedorismo
Determinação, foco e ambição são três palavras centrais da empresa, que inova constantemente – é isso que devemos fazer em nossas carreiras e negócios

Bruno Padredi

3 min de leitura
Empreendedorismo
Em um ambiente onde o amanhã já parece ultrapassado, o evento celebra a disrupção e a inovação, conectando ideias transformadoras a um público global. Abraçar a mudança e aprender com ela se torna mais do que uma estratégia: é a única forma de prosperar no ritmo acelerado do mercado atual.

Helena Prado

3 min de leitura
Liderança
Este caso reflete a complexidade de equilibrar interesses pessoais e responsabilidades públicas, tema crucial tanto para líderes políticos quanto corporativos. Ações como essa podem influenciar percepções de confiança e coerência, destacando a importância da consistência entre valores e decisões. Líderes eficazes devem criar um legado baseado na transparência e em práticas que inspirem equipes e reforcem a credibilidade institucional.

Marcelo Nobrega

7 min de leitura
Gestão de Pessoas
Hora de compreender como o viés cognitivo do efeito Dunning-Kruger influencia decisões estratégicas, gestão de talentos e a colaboração no ambiente corporativo.

Athila Machado

5 min de leitura
ESG
A estreia da coluna "Papo Diverso", este espaço que a Talento Incluir terá a partir de hoje na HSM Management, começa com um texto de sua CEO, Carolina Ignarra, neste dia 3/12, em que se trata do "Dia da Pessoa com Deficiência", um marco necessário para continuarmos o enfrentamento das barreiras do capacitismo, que ainda existe cotidianamente em nossa sociedade.

Carolina Ignarra

5 min de leitura
Empreendedorismo
Saiba como transformar escassez em criatividade, ativar o potencial das pessoas e liderar mudanças com agilidade e desapego com 5 hacks práticos que ajudam empresas a inovar e crescer mesmo em tempos de incerteza.

Alexandre Waclawovsky

4 min de leitura
ESG
Para 70% das empresas brasileiras, o maior desafio na comunicação interna é engajar gestores a serem comunicadores dentro das equipes

Nayara Campos

7 min de leitura
Gestão de Pessoas
A liderança C-Level como pilar estratégico: a importância do desenvolvimento contínuo para o sucesso organizacional e a evolução da empresa.

Valéria Pimenta

4 min de leitura