Estratégia e Execução

Ginasta e gestor

O campeão olímpico de ginástica artística Li Ning mostra talento gerencial e muda sua empresa com base nas experiências dos consumidores e na tecnologia

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Acabaram os Jogos Olímpicos Rio 2016 e alguns se questionam: qual o futuro dos atletas que estão se aposentando?  Vale um benchmarking com o futuro de Li Ning, considerado herói na China por seus feitos na ginástica artística, que lhe renderam seis medalhas (três delas de ouro) em 1984. Ele fundou uma grife de artigos esportivos com seu nome, que inclui uma rede varejista, e passou anos na confortável posição de acionista.  Agora, aos 53 anos, teve de reassumir a gestão, a fim de reverter prejuízos. Ning está se revelando um verdadeiro líder. Mais do que mexer em aspectos pontuais das operações ou do marketing, ele está conduzindo a mudança como algo maior, estratégico.  “O mundo está mudando e é muito importante nossa companhia mudar junto”,  afirmou em entrevista à Knowledge@Wharton. 

Para onde aponta sua mudança? Ning explica que o propósito é fazer com que as marcas da empresa tenham foco em cinco categorias centrais: basquete, atletismo, badminton, roupas e acessórios para academia e para quem pratica esportes no dia a dia. “Buscamos aprimorar o design de produtos, o planejamento e a qualidade para responder a essa estratégia e aumentar nossa eficiência operacional”, explica. Nesse processo, a tecnologia está sendo um elemento-chave, especialmente no que diz respeito ao impacto no comportamento das pessoas –  cada vez mais conectadas –,  abrindo novos caminhos para os consumidores e para as empresas. “Espero que, gradualmente, possamos criar valor a partir das experiências dos consumidores com os produtos e com os próprios esportes e construir nossa competência central com base nisso”, diz.  A criação de plataformas em que os clientes possam formar comunidades por interesse ou esporte que praticam é o caminho. A nova visão traz, é claro, mudanças para o modelo de gestão da empresa. Segundo o ex-ginasta, como o objetivo é integrar o design de produtos, a área de vendas e o uso dos produtos  – a partir das experiências dos clientes –, o primeiro passo é reformar a estrutura organizacional, rompendo com a tendência de as pessoas manterem as formas conhecidas de trabalhar. “Quero uma estrutura baseada em negócios e em atividades-fim, não em funções preestabelecidas”, afirma. Li Ning voltou em 2014 e já introduziu novidades, como o e-commerce e a reforma dos pontos de venda físicos. Em 2015, a companhia registrou seu primeiro lucro líquido em quatro anos (US$ 2,2 milhões).

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