Direto ao ponto

Inclusão real oficial

É no dia a dia que os preconceitos acontecem. Pesquisa da consultoria mckinsey aponta ações eficazes para combatê-lo

Compartilhar:

Muitas empresas já criaram políticas de inclusão para funcionários LGBTQIA+ – e por isso acham que não precisam mais se preocupar. No entanto, as relações no dia a dia nem sempre são tão tranquilas. Quando o assunto é inclusão, as interações com colegas e líderes importam tanto quanto políticas organizacionais ou os processos formais.

Em artigo para o site da McKinsey, os pesquisadores Peter Bailinson, William Decherd, Diana Ellsworth e Maital Guttman elencaram atitudes práticas que garantem um ambiente inclusivo de verdade, a partir de uma pesquisa feita com mais de 2 mil funcionários de grandes empresas em todo o mundo.

1. Não tire conclusões precipitadas. Não infira coisas sobre as vidas pessoais nem corra o risco de classificar colegas e clientes erroneamente. Em português os gêneros são mais demarcados, o que torna mais difícil estabelecer uma neutralidade. Então observe, evite intimidades desnecessárias e procure conhecer melhor as pessoas. No LinkedIn, muitos já explicitam sua identidade de gênero, o que impede esse tipo de escorregão.

2. Dê o exemplo em público. Além de evitar mal-entendidos, é preciso inspirar confiança. Refira-se às relações LGBTQIA+ da mesma forma como se refere a outros relacionamentos. Isso normaliza a relação para toda a organização e cria um forte senso de pertencimento. Os autores também aconselham atitudes práticas e simples de apoio, como símbolos em lugares visíveis. Patrocínios oficiais a eventos e auxílio real a instituições são igualmente bem-vindos, assim como propagandas inclusivas que enfrentem a homofobia.

3. Eduque sua equipe. Treinamento desde o onboarding pode reduzir a frequência dos julgamentos, eliminar vieses inconscientes, promover o respeito e evitar comportamentos inadequados. Pode não ser confortável, mas é eficiente. Um dos entrevistados lembrou, porém, que o grande gargalo está na média gerência, em geral formada por homens brancos que também são responsáveis por contratar, promover e demitir. É preciso treiná-los antes de treinar a equipe toda.

4. Fortaleça seu pipeline de talentos. Construir uma organização inclusiva começa com o recrutamento e a contratação de um grupo diverso de funcionários. Avaliação cega de currículos – sem nomes, determinantes de gênero e afiliações a grupos afins – pode ajudar a reduzir o viés inconsciente nas decisões de contratação. É fundamental também ter uma gestão rigorosa do pipeline de talentos da empresa, rastreando a representação em cada nível e entendendo onde os gargalos estão. E depois agir para sanar o problema.

5. reforce suas políticas. Oferecer benefícios para parceiros do mesmo sexo, coibir a discriminação com políticas claras, oferecer licença familiar que trate os pais de forma equânime e ter banheiros neutros são algumas ações que dão o tom da política de inclusão de uma empresa. Incentivar grupos de suporte formais e informais na empresa também.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Há um fio entre Ada Lovelace e o CESAR

Fora do tempo e do espaço, talvez fosse improvável imaginar qualquer linha que me ligasse a Ada Lovelace. Mais improvável ainda seria incluir, nesse mesmo

Marketing
Entenda por que 90% dos lançamentos fracassam quando ignoram a economia comportamental. O Nobel Daniel Kahneman revela como produtos são criados pela lógica, mas comprados pela emoção.

Priscila Alcântara

8 min de leitura
Liderança
Relatórios do ATD 2025 revelam: empresas skills-based se adaptam 40% mais rápido. O segredo? Trilhas de aprendizagem que falam a língua do negócio.

Caroline Verre

4 min de leitura
Liderança
Por em prática nunca é um trabalho fácil, mas sempre é um reaprendizado. Hora de expor isso e fazer o que realmente importa.

Caroline Verre

5 min de leitura
Inovação
Segundo a Gartner, ferramentas low-code e no-code já respondem por 70% das análises de dados corporativos. Entenda como elas estão democratizando a inteligência estratégica e por que sua empresa não pode ficar de fora dessa revolução.

Lucas Oller

6 min de leitura
ESG
No ATD 2025, Harvard revelou: 95% dos empregadores valorizam microcertificações. Mesmo assim, o reskilling que realmente transforma exige 3 princípios urgentes. Descubra como evitar o 'caos das credenciais' e construir trilhas que movem negócios e carreiras.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Empreendedorismo
33 mil empresas japonesas ultrapassaram 100 anos com um segredo ignorado no Ocidente: compaixão gera mais longevidade que lucro máximo.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Liderança
70% dos líderes não enxergam seus pontos cegos e as empresas pagam o preço. O antídoto? Autenticidade radical e 'Key People Impact' no lugar do controle tóxico

Poliana Abreu

7 min de leitura
Liderança
15 lições de liderança que Simone Biles ensinou no ATD 2025 sobre resiliência, autenticidade e como transformar pressão em excelência.

Caroline Verre

8 min de leitura
Liderança
Conheça 6 abordagens práticas para que sua aprendizagem se reconfigure da melhor forma

Carol Olinda

4 min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia e execução
Lembra-se das Leis de Larman? As organizações tendem a se otimizar para não mudar; então, você precisa fazer esforços extras para escapar dessa armadilha. Os exemplos e as boas práticas deste artigo vão ajudar

Norberto Tomasini

4 min de leitura