Estratégia e Execução

Matemática em alta, mas…

O interesse atraído por um curso de ciências da computação e uma pesquisa nos estados unidos reforçam a ligação das ciências exatas com o sucesso profissional, porém a habilidade social contribui igualmente para bons salários

Compartilhar:

Para quem lê este artigo, talvez seja tarde demais, mas o executivo pode incentivar seus filhos a gostar de ciências exatas e biológicas a fim de que garantam uma boa posição profissional no futuro. Ao menos, essa é a tendência que prevalece conforme a demanda de estudantes universitários em Harvard, Estados Unidos, e em uma recente pesquisa que comparou os talentos de alunos do ensino médio com a remuneração que eles tiveram depois. 

Em Harvard, o indício parte de um fato extraordinário envolvendo o curso conhecido pela sigla CS50, de Computer Science 50, de “introdução às ciências da computação 1”, que oferece noções de algoritmos, engenharia de software, desenvolvimento de web e linguagens como PHP e JavaScript. As inscrições para o curso saltaram, em 2014, para 818, cerca de 12% do total de alunos que podiam inscrever-se, um recorde nos 30 anos de existência da disciplina. O curso “Princípios da economia”, por sua vez, que tinha maior popularidade no período letivo anterior, ficou em segundo lugar. 

David Malan, professor responsável pelo CS50, atribui a demanda ao fato de as profissões baseadas nas disciplinas STEM (sigla em inglês para ciências, tecnologia, engenharia e matemática) terem melhor remuneração. E, como se considera que os alunos de Harvard têm inteligência acima da média, essa decisão deles chama particularmente a atenção. No entanto, outra pesquisa, também norte-americana, lembra que socializar é tão importante quanto a matemática.

**O MELHOR  DOS MUNDOS**

No estudo The Increasing Complementarity between Cognitive and Social Skills, realizado na University of California em Santa Bárbara, EUA, a pesquisadora Catherine Weinberger descobriu que quem possui habilidades matemáticas e sociais tem remuneração significativamente maior. 

Ela acompanhou, por 20 anos, a carreira de estudantes homens e brancos (que oferecem dados mais estáveis), do ensino médio, das turmas de 1972 e 1992, analisando suas notas em matemática e sua participação em esportes e em papéis de liderança, indicativos de sociabilidade. Um tipo de habilidade isolado (só matemática ou só capacidade de socialização) não teve tanto impacto na carreira quanto as duas combinadas. 

Ou seja, o leitor deve incentivar os filhos para que gostem de matemática, mas sem coibir sua vida social e seu interesse por esportes –muito pelo contrário.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

A difícil arte de premiar sem capitular

Desde Alfred Nobel, o ato de reconhecer os feitos dos seres humanos não é uma tarefa trivial, mas quando bem-feita costuma resultar em ganho reputacional para que premia e para quem é premiado

ESG
No mundo corporativo, onde a transparência é imperativa, a Washingmania expõe a desconexão entre discurso e prática. Ser autêntico não é mais uma opção, mas uma necessidade estratégica para líderes que desejam prosperar e construir confiança real.

Marcelo Murilo

8 min de leitura
Empreendedorismo
Em um mundo onde as empresas têm mais ferramentas do que nunca para inovar, por que parecem tão frágeis diante da mudança? A resposta pode estar na desconexão entre estratégia, gestão, cultura e inovação — um erro que custa bilhões e mina a capacidade crítica das organizações

Átila Persici

0 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A ascensão da DeepSeek desafia a supremacia dos modelos ocidentais de inteligência artificial, mas seu avanço não representa um triunfo da democratização tecnológica. Embora promova acessibilidade, a IA chinesa segue alinhada aos interesses estratégicos do governo de Pequim, ampliando o debate sobre viés e controle da informação. No cenário global, a disputa entre gigantes como OpenAI, Google e agora a DeepSeek não se trata de ética ou inclusão, mas sim de hegemonia tecnológica. Sem uma governança global eficaz, a IA continuará sendo um instrumento de poder nas mãos de poucos.

Carine Roos

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A revolução da Inteligência Artificial está remodelando o mercado de trabalho, impulsionando a necessidade de upskilling e reskilling como estratégias essenciais para a competitividade profissional. Empresas como a SAP já investem pesadamente na requalificação de talentos, enquanto pesquisas indicam que a maioria dos trabalhadores enxerga a IA como uma aliada, não uma ameaça.

Daniel Campos Neto

6 min de leitura
Marketing
Empresas que compreendem essa transformação colhem benefícios significativos, pois os consumidores valorizam tanto a experiência quanto os produtos e serviços oferecidos. A Inteligência Artificial (IA) e a automação desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo a resolução ágil de demandas repetitivas por meio de chatbots e assistentes virtuais, enquanto profissionais se concentram em interações mais complexas e empáticas.

Gustavo Nascimento

4 min de leitura
Empreendedorismo
Pela primeira vez, o LinkedIn ultrapassa o Google e já é o segundo principal canal das empresas brasileiras. E o seu negócio, está pronto para essa nova era da comunicação?

Bruna Lopes de Barros

5 min de leitura
ESG
O etarismo continua sendo um desafio silencioso no ambiente corporativo, afetando tanto profissionais experientes quanto jovens talentos. Mais do que uma questão de idade, essa barreira limita a inovação e prejudica a cultura organizacional. Pesquisas indicam que equipes intergeracionais são mais criativas e produtivas, tornando essencial que empresas invistam na diversidade etária como um ativo estratégico.

Cleide Cavalcante

4 min de leitura
Empreendedorismo
A automação e a inteligência artificial aumentam a eficiência e reduzem a sobrecarga, permitindo que advogados se concentrem em estratégias e no atendimento personalizado. No entanto, competências humanas como julgamento crítico, empatia e ética seguem insubstituíveis.

Cesar Orlando

5 min de leitura
ESG
Em um mundo onde múltiplas gerações coexistem no mercado, a chave para a inovação está na troca entre experiência e renovação. O desafio não é apenas entender as diferenças, mas transformá-las em oportunidades. Ao acolher novas perspectivas e desaprender o que for necessário, criamos ambientes mais criativos, resilientes e preparados para o futuro. Afinal, o sucesso não pertence a uma única geração, mas à soma de todas elas.

Alain S. Levi

6 min de leitura
Carreira
O medo pode paralisar e limitar, mas também pode ser um convite para a ação. No mundo do trabalho, ele se manifesta na insegurança profissional, no receio do fracasso e na resistência à mudança. A liderança tem papel fundamental nesse cenário, influenciando diretamente a motivação e o bem-estar dos profissionais. Encarar os desafios com autoconhecimento, preparação e movimento é a chave para transformar o medo em crescimento. Afinal, viver de verdade é aceitar riscos, aprender com os erros e seguir em frente, com confiança e propósito.

Viviane Ribeiro Gago

4 min de leitura