Insano talvez seja aquele que, em sua inquietude, decidiu não desbravar novos mundos. Recolher-se em um casulo no qual não cabemos mais não sufoca somente o corpo – reprime a alma. Assim vejo muitas de nossas organizações: confinadas em um paradigma, desejosas de mudança, mas com medo de rasgar a casca que criaram. Tentam alargá-la, mas se encolhem ao menor sinal de uma fresta. Estão presas ao modelo antigo, em suas próprias estruturas. Mas, por dentro, o novo deseja surgir, romper o casulo e bater asas em um novo mundo.
É lindo ver esse impulso por um ambiente mais humano, mais vivo. Tenebroso perceber o quanto a casca de uma visão de mundo mecanicista se comporta como armadura, trazendo a falsa sensação de segurança e limitando profundamente o desabrochar de organizações que querem ser mais vivas.
O paradigma pelo qual a grande maioria das organizações opera já criou o seu melhor: tecnologias, inovação, riqueza, exploração do espaço e do gene. Mas também consumiu boa parte dos recursos naturais e da alma humana. O mundo virou máquina e as pessoas engrenagens.
O novo se dá nas organizações que abraçam a coragem para romper esse paradigma e experimentar novos vôos. Empresas que transgredem a armadura e se reconhecem como organismos vivos. Que não pensam na natureza como algo que compõe políticas de sustentabilidade e sim como exemplo de como se deve fazer gestão
E, quando falamos neste tipo de empresa, muitos imaginam hippies ou ecologistas do mundo corporativo. Por isso convido você a conhecer mais sobre companhias como Buurtzorg, FAVI, Morning Star e Sun Hydraulics. Assim, sua mente poderá transpor os pré-conceitos do mundo mecanicista.
E destaco: **o nível de consciência de uma organização é determinado pela consciência de suas lideranças.** Portanto, a responsabilidade neste processo de evolução está em cada um de nós.