Uncategorized

Muhammad Ali e esta revista

Guilherme Soárez, CEO da HSM

Compartilhar:

Estávamos na reta final desta edição quando houve as homenagens ao pugilista Muhammad Ali, morto no início de junho. Não pude deixar de associá-lo ao conteúdo das próximas páginas. 

O gatilho talvez tenha sido nossa reportagem sobre como as empresas podem blindar-se contra a corrupção tornando-se comunidades morais, por duas razões: a imagem que a ilustra é de um boxeador e Ali foi incorruptível em seus valores morais, mesmo buscando sempre vencer. Essa matéria, baseada em pesquisas, é um alento nos tempos atuais, mas não foi a única correspondência que notei entre Ali e a revista. 

Sei que é quase inacreditável que uma só pessoa tenha feito tanto pela história do boxe, pela história do movimento negro e pela história do mundo, mas, quando olhamos estas páginas, ficamos com a sensação de que os executivos seniores estão sendo chamados a fazer tanta história quanto Ali. 

Por exemplo, parece que foi ontem que as organizações migraram da orientação para vendas para a orientação para o cliente (ou mercado). Não foi? Pois, agora, precisam voltar a ter orientação para vendas em paralelo, incorporando muito conteúdo e tecnologia, como mostra nosso utilíssimo Dossiê, que aborda novidades como a prospecção de novos clientes que não é feita pelos vendedores. 

Outro round está na necessidade de formar lideranças cada vez mais rápido, “trocando o pneu com o carro em movimento”, como se diz por aí, e muitos dos métodos usuais de desenvolvimento não dão conta desse recado. Resta recorrer ao action learning, abordagem criada depois da Segunda Guerra Mundial e popularizada no meio empresarial há uns 30 anos, que nossa reportagem explica muito bem e que a diretora da HSM Educação Executiva Angela Fleury complementa na última página. 

Um desafiante é a geração Y, que aos poucos vai se tornando a maioria da mão de obra e da clientela e que demanda um ambiente de trabalho mais romântico, onde haja mistério, surpresas, perda de controle etc. Dá para oferecer isso? Segundo o best-seller alemão Tim Leberecht, que virá na próxima HSM ExpoManagement, em novembro, dá. (E espere só pelas demandas da geração Minecraft…) A geração Y, aliás, também é a propulsora de grandes mudanças na gestão do desempenho, como prova a evolução da avaliação anual para a avaliação contínua. A tecnologia tem grande papel nisso, e aqui vai uma dica: se você não leu o guia da transformação digital da revista 116 extra (exclusivamente digital), leia já. Um gancho de direita inesperado, contudo, é que ser uma empresa já digital não garante nada. 

Se garantisse, Apple, Google, Facebook e Alibaba não estariam correndo atrás de Hollywood, na cola da Netflix. Não está fácil para ninguém… Por fim, algumas empresas parecem estar sendo mais rápidas para adaptar suas estratégias de luta, como a Bayer, que criou uma rede social do agronegócio, e a Suzano, transformando-se em três grandes frentes. Não perca essas duas histórias. 

Não é só a crise brasileira. Ou só o Brexit, na Europa. Quase tudo que nós, executivos do mundo, estamos vivendo é como se Ali chamasse Foreman para lutar na África de novo. Que o resultado seja bom!

Compartilhar:

Artigos relacionados

Há um fio entre Ada Lovelace e o CESAR

Fora do tempo e do espaço, talvez fosse improvável imaginar qualquer linha que me ligasse a Ada Lovelace. Mais improvável ainda seria incluir, nesse mesmo

Marketing
Entenda por que 90% dos lançamentos fracassam quando ignoram a economia comportamental. O Nobel Daniel Kahneman revela como produtos são criados pela lógica, mas comprados pela emoção.

Priscila Alcântara

8 min de leitura
Liderança
Relatórios do ATD 2025 revelam: empresas skills-based se adaptam 40% mais rápido. O segredo? Trilhas de aprendizagem que falam a língua do negócio.

Caroline Verre

4 min de leitura
Liderança
Por em prática nunca é um trabalho fácil, mas sempre é um reaprendizado. Hora de expor isso e fazer o que realmente importa.

Caroline Verre

5 min de leitura
Inovação
Segundo a Gartner, ferramentas low-code e no-code já respondem por 70% das análises de dados corporativos. Entenda como elas estão democratizando a inteligência estratégica e por que sua empresa não pode ficar de fora dessa revolução.

Lucas Oller

6 min de leitura
ESG
No ATD 2025, Harvard revelou: 95% dos empregadores valorizam microcertificações. Mesmo assim, o reskilling que realmente transforma exige 3 princípios urgentes. Descubra como evitar o 'caos das credenciais' e construir trilhas que movem negócios e carreiras.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Empreendedorismo
33 mil empresas japonesas ultrapassaram 100 anos com um segredo ignorado no Ocidente: compaixão gera mais longevidade que lucro máximo.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Liderança
70% dos líderes não enxergam seus pontos cegos e as empresas pagam o preço. O antídoto? Autenticidade radical e 'Key People Impact' no lugar do controle tóxico

Poliana Abreu

7 min de leitura
Liderança
15 lições de liderança que Simone Biles ensinou no ATD 2025 sobre resiliência, autenticidade e como transformar pressão em excelência.

Caroline Verre

8 min de leitura
Liderança
Conheça 6 abordagens práticas para que sua aprendizagem se reconfigure da melhor forma

Carol Olinda

4 min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia e execução
Lembra-se das Leis de Larman? As organizações tendem a se otimizar para não mudar; então, você precisa fazer esforços extras para escapar dessa armadilha. Os exemplos e as boas práticas deste artigo vão ajudar

Norberto Tomasini

4 min de leitura