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No front das startups, a surpresa é WATERLOO

A pequena cidade canadense só perde para o Vale do Silício em densidade de empresas iniciantes. Quais são os segredos de seu ecossistema?

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![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/ebc75e6d-bfde-45b9-9b2a-bc5d940029b8.png)Waterloo, cidade da província de Ontário, no Canadá, ainda não fez parte do pelotão líder da edição divulgada em 2015 do ranking Global Startup Ecosystem, que elenca os 20 mais poderosos ecossistemas de empreendedorismo inovador do planeta; ficou em 25o lugar.   Mesmo assim, foi ela que mais chamou a atenção dos analistas: apesar de ter apenas 500 mil habitantes, sua densidade de startups é a segunda maior do planeta – só perde para a do Vale do Silício, além de ficar 50% acima do concorrente imediatamente posterior.  Segundo o relatório da Compass, empresa dedicada a melhorar o índice de sucesso de novos negócios, o êxito se explica por quatro razões:

**1. Talento técnico.** O nível educacional ali é muito alto, por causa da University of Waterloo e também pela qualidade de vida na cidade. A prática é valorizada: todos os estudantes terminam a graduação com dois anos de experiência profissional.  Só ficam atrás dos alunos de Stanford no ranking de contratações por empresas do Vale do Silício.

**2. Ambiente colaborativo.** O centro de inovação Communitec atua como coordenador ativo do ecossistema local de empreendedorismo inovador. Oferece aceleradoras, programas para organizações implantarem incubadoras e cursos formais e informais de mentoria.  

**3. Atenção às métricas.** Waterloo faz benchmarking frequente com os rankings e métricas dos principais avaliadores do setor.  

**4. Estágio de maturidade.** Um ecossistema empreendedor tem um ciclo de vida que precisa ser vivenciado. No modelo de ciclo de vida utilizado pela Compass para  avaliar as startups, Waterloo já passou pelos três estágios iniciais – de  surgimento, ativação e integração – e chegou ao de maturidade, ou seja,  já saiu da fase de crescimento orgânico e recebeu investimentos o bastante para ter um crescimento capaz de transformá-la em polo nacional e regional.

Por que ainda está em 25o no ranking, então? Ainda gera um número pequeno de unicórnios e saídas de investimento, o que pode ser explicado por dois fatores: baixo alcance do mercado mundial (e o grande segredo das startups é escalar rapidamente) e financiamento insuficiente.

A combinação de talento técnico de primeira linha e alta produtividade em Waterloo, além de sua ótima classificação nos rankings de startups, indica que esse Davi desafiará os Golias. A vizinha Toronto, um polo empresarial muito maior, pode empurrá-la nessa direção.  

São Paulo foi a única cidade latino-americana presente entre os top 20 do ranking Global Startup Ecosystem divulgado em 2015. Ficou em 12o lugar, principalmente graças à velocidade de crescimento do mercado de empresas iniciantes (sua taxa é de 3,5). Das 11 cidades que a superaram, só a nona colocada, Berlim, registrou uma taxa superior, de 10.  

São Paulo foi a 9a melhor em desempenho, a 7a em investimentos disponíveis (embora sejam mais do capital local), a 11a em alcance de mercado, a 19a em talentos e a 19a em experiência em startups. Faltam mais saídas dos investimentos, mas a capital paulista proporciona aos investidores um ganho equivalente a três vezes o investimento feito.

A Compass, empresa que faz o ranking, estima que haja entre 1,5 mil e 2,7 mil startups em território paulistano. E afirma que, em 2014, os fundos de venture capital (VCs) investiram mais em startups tech de São Paulo do que nas de Seattle (EUA) e quase tanto quanto nas de Tel Aviv (Israel). A Compass não inclui em sua pesquisa cidades da China, Coreia do Sul, Taiwan e Japão, alegando falta de dados precisos.

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