Uncategorized

O action learning ganha força no Brasil

Proporcionando a equação “desafio real + protagonismo na solução de problemas + colaboração”, essa metodologia de educação executiva começa a ocupar espaço
Angela Fleury é diretora de educação executiva da hsm.

Compartilhar:

Uma recente pesquisa feita pelo Google com mais de mil presidentes de grandes empresas apontou as três mais importantes competências desejadas no perfil dos candidatos que estão recrutando:

•  Solucionar problemas. 

•  Compartilhar conhecimento e saber colaborar.

 •  Trabalhar em equipe.

O que há em comum entre elas? Nenhuma é inata; todas precisam ser aprendidas e desenvolvidas. Assim, o grande desafio das organizações para desenvolver suas pessoas passa a ser usar metodologias que favoreçam aprender a aprender. Saber colaborar não é simples. Requer pensar e agir assim: “Isso que eu faço ou sei complementa o que você faz ou sabe; logo, fazemos, sabemos e faremos juntos um novo processo ou produto”. É inovar, porque a inovação não é uma obra solitária, e sim coletiva, que requer muitas mãos para sustentá-la. 

A metodologia action learning já existe há bastante tempo, mas sofreu muita resistência das áreas de recursos humanos das empresas, que, preocupadas em atingir metas de homem/hora de treinamento, preferiam recorrer a cursos com alta carga de conteúdo. 

O que os presidentes de organizações mais estão procurando, portanto, são metodologias que permitam o trabalho em equipe e contribuam para a resolução de problemas reais e o protagonismo do participante. A abordagem action learning se estabelece não como um curso, mas como um percurso formativo de média ou longa duração, dependendo do problema a resolver. 

Em nossa prática na escola de negócios da HSM Educação Executiva, ainda percebemos resistências de algumas empresas aos elementos estabelecidos pelo action learning: o “treinamento longo”, a busca de “problemas reais para serem resolvidos” e outros dispositivos próprios de um percurso formativo, como rodas de conversa, reuniões para debater o andamento do aprendizado e fóruns de compartilhamento de resultados. Muito se fala em “resultados”, “entregas”, mas em geral se esquece que estes são construídos no dia a dia do contexto de trabalho e com equipes multidisciplinares e multifuncionais. 

De outro lado, temos colhido, com várias empresas, ótimos resultados utilizando metodologias de aplicação, acompanhamento e avaliação dos resultados, como o action learning. Essas são organizações que acreditam mais em aprendizado do que em ensino e que aceitam correr riscos para mudar o estilo de pensamento e trabalhar com problemas reais. A metodologia de estudo de casos ajuda a aprender, mas nada como viver e construir o próprio caso e ser o protagonista na criação de uma proposta de valor mais interessante para os clientes e para os clientes dos clientes. 

A troca de conhecimento que existe em uma rede de relacionamentos e aprendizado fluida,  como toda empresa é, requer uma metodologia que transforme os atores em autores das descobertas (em vez de espectadores). Exatamente como possibilita o action learning.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Há um fio entre Ada Lovelace e o CESAR

Fora do tempo e do espaço, talvez fosse improvável imaginar qualquer linha que me ligasse a Ada Lovelace. Mais improvável ainda seria incluir, nesse mesmo

Tecnologias exponenciais
A Inteligência Artificial deixou de ser uma promessa futurista para se tornar o cérebro operacional de organizações inteligentes. Mas, se os algoritmos assumem decisões, qual será o papel dos líderes no comando das empresas? Bem-vindos à era da gestão cognitiva.

Marcelo Murilo

12 min de leitura
ESG
Por que a capacidade de expressar o que sentimos e precisamos pode ser o diferencial mais subestimado das lideranças que realmente transformam.

Eduardo Freire

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A IA não é só para tech giants: um plano passo a passo para líderes transformarem colaboradores comuns em cientistas de dados — usando ChatGPT, SQL e 360 horas de aprendizado aplicado

Rodrigo Magnago

21 min de leitura
ESG
No lugar de fechar as portas para os jovens, cerque-os de mentores e, por que não, ofereça um exemplar do clássico americano para cada um – eles sentirão que não fazem apenas parte de um grupo estereotipado, mas que são apenas jovens

Daniela Diniz

05 min de leitura
Empreendedorismo
O Brasil já tem 408 startups de impacto – 79% focadas em soluções ambientais. Mas o verdadeiro potencial está na combinação entre propósito e tecnologia: ferramentas digitais não só ampliam o alcance dessas iniciativas, como criam um ecossistema de inovação sustentável e escalável

Bruno Padredi

7 min de leitura
Finanças
Enquanto mulheres recebem migalhas do venture capital, fundos como Moon Capital e redes como Sororitê mostram o caminho: investir em empreendedoras não é ‘caridade’ — é fechar a torneira do vazamento de talentos e ideias que movem a economia

Ana Fontes

5 min de leitura
Empreendedorismo
Desde Alfred Nobel, o ato de reconhecer os feitos dos seres humanos não é uma tarefa trivial, mas quando bem-feita costuma resultar em ganho reputacional para que premia e para quem é premiado

Ivan Cruz

7 min de leitura
ESG
Resgatar nossas bases pode ser a resposta para enfrentar esta epidemia

Lilian Cruz

5 min de leitura
Liderança
Como a promessa de autonomia virou um sistema de controle digital – e o que podemos fazer para resgatar a confiança no ambiente híbrido.

Átila Persici

0 min de leitura
Liderança
Rússia vs. Ucrânia, empresas globais fracassando, conflitos pessoais: o que têm em comum? Narrativas não questionadas. A chave para paz e negócios está em ressignificar as histórias que guiam nações, organizações e pessoas

Angelina Bejgrowicz

6 min de leitura