Gestão de Pessoas

O novo desafio de envolver os trabalhadores mais jovens

Na estreia de sua coluna na HSM Management, Paula Nigro traz 7 dicas para conciliar expectativas, pontos de vista e comportamentos, especialmente no que se refere à geração Z.
Paula é formada em Fashion Business em Milão, possui passagens por algumas das mais importantes casas de moda mundiais. Com ampla experiência em eventos corporativos, esteve à frente das áreas de curadoria, trendhunting e operações da B2B Match, garantindo a excelência do conteúdo e das experiências da principal comunidade de CEOs e C-Levels do país.

Compartilhar:

O futuro de trabalho é um dos temas mais falados do momento, temos pela primeira vez quatro gerações distintas no mesmo ambiente de trabalho. E muito se fala sobre os desafios de conciliar expectativas, pontos de vista e comportamentos, especialmente no que se refere à geração Z.

Certamente o modelo de trabalho que a gente vem usando há mais de cem anos, nos moldes da revolução industrial, não está funcionando. Neste momento pós-pandemia isso tem ficado ainda mais claro. Dados recentes de uma pesquisa da Gallup com trabalhadores dos Estados Unidos mostram, no geral, um declínio do engajamento dos funcionários.

A pesquisa identificou 12 elementos de engajamento dos funcionários que medem até que ponto os funcionários têm suas necessidades básicas no trabalho atendidas, se sentem apoiados e valorizados, recebem expectativas e feedback claros e têm oportunidades de aprender e crescer.

__Em todas as gerações, a porcentagem de trabalhadores que sabem o que se espera deles no trabalho diminuiu quatro ou mais pontos desde março de 2020, indicando uma falta generalizada de clareza e alinhamento no local de trabalho pós-pandemia.__

No entanto, vale nos debruçarmos com atenção para os dados, uma vez que as tendências de envolvimento pós-pandemia variam amplamente entre as gerações: os trabalhadores mais jovens sentem-se desconectados de seu trabalho e de seus empregadores.

O declínio mais dramático no envolvimento ocorreu entre as gerações mais jovens, especialmente o grupo mais velho dos millennials (nascidos entre 1980 e 1988). A percentagem de millennials mais velhos engajados diminuiu sete pontos, de 39% para 32%, enquanto a percentagem de millennials mais velhos ativamente desengajados aumentou cinco pontos, de 12% para 17%.

Isto significa que os millennials mais velhos viram a sua taxa de envolvimento despencar de 3,3 para 1,9 – para cada funcionário ativamente descomprometido, há apenas um pouco mais de dois envolvidos.

O grupo mais jovem de funcionários da geração Y e da geração Z (nascidos em 1989 ou mais tarde) experimentaram um declínio de cinco pontos no engajamento, de 40% para 35%, enquanto a porcentagem de funcionários ativamente desengajados aumentou um ponto, de 13% para 14%.

Com isso, os jovens millennials e os funcionários da Geração Z viram a sua taxa de envolvimento cair de 3,1 para 2,5.

Estas descobertas sugerem que os trabalhadores mais jovens se sentem progressivamente mais desligados das suas organizações e gestores e são menos propensos a ver um futuro para si próprios nas suas funções atuais.

Estamos falando de uma geração de trabalhadores que procura um empregador com um propósito com o qual se possam identificar.

# Como inspirar e manter os trabalhadores mais jovens

Já há algum tempo as organizações discutem sobre a cultura do bem-estar no trabalho, que envolve a segurança emocional, a revisão da cultura do erro zero.

Mas, para além de discutir tendências, agora o mais importante é trazer as conclusões para a realidade, com ferramentas práticas e mudanças efetivas, criando de fato uma cultura que gere confiança, conexão e crescimento.

Por isso, quero compartilhar com vocês algumas dicas práticas do Guia de Envolvimento para Trabalhadores 2024 da Gallup.

__1- Comunicar uma visão clara e convincente do propósito, valores, metas da organização__ e do tipo de cultura que apoia essas aspirações.

__2- Concentre-se nos gerentes, revisitando suas responsabilidades profissionais.__ Ajude-os a simplificar seu papel de treinar seus funcionários por meio de metas claras, responsabilidade e incentive um checkpoint semanal com cada pessoa que gerenciam. Essas conversas regulares devem ser sobre o desempenho, o desenvolvimento e as aspirações de carreira dos funcionários e mostrar como o trabalho de cada membro da equipe contribui para o panorama geral.

__3- Estabeleça expectativas claras para o tempo presencial no escritório.__ Isso ajuda a criar um ambiente de rápida tomada de decisão e inovação e a construir de forma colaborativa. Defina um número específico de dias por semana para trabalhar no local. Para os trabalhadores mais jovens, o tempo presencial ajuda a construir o aprendizado e o sentimento de pertencimento.

__4- Líderes e gestores devem dar o exemplo estando presentes regularmente.__ Os funcionários precisam receber uma comunicação clara e significativa sobre os benefícios do tempo presencial para o funcionário, a organização e os clientes. Os gerentes precisam iniciar discussões entre os membros da equipe sobre a coordenação do tempo presencial.

__5- Faça com que os gerentes forneçam oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento flexíveis e personalizadas__ que se alinhem com os pontos fortes, interesses e objetivos de cada funcionário.

__6- Ofereça opções de flexibilidade para funcionários que precisam estar no local__ em tempo integral.

__7- Incentive a colaboração e a inovação__ solicitando e agindo de acordo com as ideias e opiniões dos trabalhadores mais jovens.

E na sua empresa? Já conseguiu implementar um modelo de trabalho adequado pós pandemia? Confira o estudo completo da Gallup para aplicar o modelo que melhor se adapta ao seu negócio.

Compartilhar:

Paula é formada em Fashion Business em Milão, possui passagens por algumas das mais importantes casas de moda mundiais. Com ampla experiência em eventos corporativos, esteve à frente das áreas de curadoria, trendhunting e operações da B2B Match, garantindo a excelência do conteúdo e das experiências da principal comunidade de CEOs e C-Levels do país.

Artigos relacionados

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

ESG
Investimentos significativos em tecnologia, infraestrutura e políticas governamentais favoráveis podem tornar o país líder global do setor de combustíveis sustentáveis

Deloitte

Estratégia, Liderança, times e cultura, Cultura organizacional
À medida que o mercado de benefícios corporativos cresce as empresas que investem em benefícios personalizados e flexíveis não apenas aumentam a satisfação e a produtividade dos colaboradores, mas também se destacam no mercado ao reduzir a rotatividade e atrair talentos.

Rodrigo Caiado

Empreendedorismo, Liderança
Entendimento e valorização das características existentes no sistema, ou affordances, podem acelerar a inovação e otimizar processos, demonstrando a importância de respeitar e utilizar os recursos e capacidades já presentes no ambiente para promover mudanças eficazes.

Manoel Pimentel

ESG, Liderança, times e cultura, Liderança
Conheça e entenda como transformar o etarismo em uma oportunidade de negócio com Marcelo Murilo, VP de inovação e tecnologia da Benner e conselheiro do Instituto Capitalismo Consciente.

Marcelo Murilo

ESG
Com as eleições municipais se aproximando, é crucial identificar candidatas comprometidas com a defesa dos direitos das mulheres, garantindo maior representatividade e equidade nos espaços de poder.

Ana Fontes

ESG, Empreendedorismo
Estar na linha de frente da luta por formações e pelo desenvolvimento de oportunidades de emprego e educação é uma das frentes que Rachel Maia lida em seu dia-dia e neste texto a Presidente do Pacto Global da ONU Brasil traz um panorama sobre estes aspectos atuais.

Rachel Maia

Conteúdo de marca, Marketing e vendas, Marketing Business Driven, Liderança, times e cultura, Liderança
Excluído o fator remuneração, o que faz pessoas de diferentes gerações saírem dos seus empregos?

Bruna Gomes Mascarenhas

Blockchain
07 de agosto
Em sua estreia como colunista da HSM Management, Carolina Ferrés, fundadora da Blue City e partner na POK, traz atenção para a necessidade crescente de validar a autenticidade de informações e certificações, pois tecnologias como blockchain e NFTs, estão revolucionando a educação e diversos setores.
6 min de leitura
Transformação Digital, ESG
A gestão algorítmica está transformando o mundo do trabalho com o uso de algoritmos para monitorar e tomar decisões, mas levanta preocupações sobre desumanização e equidade, especialmente para as mulheres. A implementação ética e supervisão humana são essenciais para garantir justiça e dignidade no ambiente de trabalho.

Carine Roos

Gestão de Pessoas
Explorando a comunicação como uma habilidade crucial para líderes e gestores de produtos, destacando sua importância em processos e resultados.

Italo Nogueira De Moro