Uncategorized

Onde falta credibilidade

Pesquisa Edelman realizada em 2014 mostra que as empresas familiares e seus fundadores contam com a confiança do público em geral, mas seus herdeiros precisam construí-la
Um dos maiores especialistas mundiais em empresas familiares, fundador e líder da firma de consultoria Cambridge Advisors to Family Enterprise e professor da Harvard Business School.

Compartilhar:

Primeiro, a boa notícia. O suplemento especial sobre empresas familiares do Edelman Trust Barometer 2014 mostra que essas organizações contam com o benefício da confiança dos consumidores. De acordo com a pesquisa, essa vantagem intrínseca é ainda maior nos mercados emergentes, como a América Latina. Agora, a má notícia. Se os fundadores das empresas familiares são considerados inovadores e empreendedores –mais de 60% dos entrevistados os veem como forças do bem, tanto para os negócios como para a sociedade–, o mesmo não vale para seus herdeiros. 

No Brasil, menos da metade dos entrevistados da pesquisa acha que os herdeiros são bons modelos, que cumprem suas obrigações tributárias, que dão atenção suficiente ao meio ambiente, que agem com transparência. Ainda assim, os brasileiros confiam mais nos herdeiros das empresas familiares do que os norte-americanos, mas a diferença não é grande. Os resultados do levantamento enviam uma mensagem clara às famílias empresárias: não se pode achar que a confiança dos consumidores está garantida. É preciso mostrar compromisso com os elementos que dão sustentação a essa confiança. Por exemplo: os entrevistados brasileiros indicaram o meio ambiente, a educação e os direitos humanos como as três áreas em que os líderes das empesas familiares deveriam assumir responsabilidades.

Veja quatro ações concretas que podem ser adotadas para construir confiança:

•  Reforce seus vínculos com a empresa. 

•  Mostre para os públicos de interesse não apenas o que a empresa faz, mas também como faz e por que faz. 

•  Assegure que os projetos sociais da empresa gerem resultados tangíveis que possam ser compartilhados com os públicos. 

•  Acrescente empreendedorismo à estratégia de sua família empresária.

Felizmente, para as novas gerações (a geração X e a Y, ou do milênio), os empreendimentos de negócios e sociais estão estrategicamente integrados. A mensagem do barômetro Edelman para as organizações familiares é aproveitar a força dos líderes dessas novas gerações. Historicamente, as empresas familiares têm voado “abaixo do radar”. Cada vez mais, porém, os negócios e as famílias se tornam “alvos”. Os riscos, no que diz respeito à reputação, estão disparando. De agora em diante, você precisa dizer a todos os seus públicos de interesse o que faz, como faz e por que faz. Transparência é o que pode mudar o jogo e ajudar a construir a confiança, que se traduz em vantagem competitiva.

Compartilhar:

Artigos relacionados

ESG
Resgatar nossas bases pode ser a resposta para enfrentar esta epidemia

Lilian Cruz

5 min de leitura
Liderança
Como a promessa de autonomia virou um sistema de controle digital – e o que podemos fazer para resgatar a confiança no ambiente híbrido.

Átila Persici

0 min de leitura
Liderança
Rússia vs. Ucrânia, empresas globais fracassando, conflitos pessoais: o que têm em comum? Narrativas não questionadas. A chave para paz e negócios está em ressignificar as histórias que guiam nações, organizações e pessoas

Angelina Bejgrowicz

6 min de leitura
Empreendedorismo
Macro ou micro reducionismo? O verdadeiro desafio das organizações está em equilibrar análise sistêmica e ação concreta – nem tudo se explica só pela cultura da empresa ou por comportamentos individuais

Manoel Pimentel

0 min de leitura
Gestão de Pessoas
Aprender algo novo, como tocar bateria, revela insights poderosos sobre feedback, confiança e a importância de se manter na zona de aprendizagem

Isabela Corrêa

0 min de leitura
Inovação
O SXSW 2025 transformou Austin em um laboratório de mobilidade, unindo debates, testes e experiências práticas com veículos autônomos, eVTOLs e micromobilidade, mostrando que o futuro do transporte é imersivo, elétrico e cada vez mais integrado à tecnologia.

Renate Fuchs

4 min de leitura
ESG
Em um mundo de conhecimento volátil, os extreme learners surgem como protagonistas: autodidatas que transformam aprendizado contínuo em vantagem competitiva, combinando autonomia, mentalidade de crescimento e adaptação ágil às mudanças do mercado

Cris Sabbag

7 min de leitura
Gestão de Pessoas
Geração Beta, conflitos ou sistema defasado? O verdadeiro choque não está entre gerações, mas entre um modelo de trabalho do século XX e profissionais do século XXI que exigem propósito, diversidade e adaptação urgent

Rafael Bertoni

0 min de leitura
Empreendedorismo
88% dos profissionais confiam mais em líderes que interagem (Edelman), mas 53% abandonam perfis que não respondem. No LinkedIn, conteúdo sem engajamento é prato frio - mesmo com 1 bilhão de usuários à mesa

Bruna Lopes de Barros

0 min de leitura
ESG
Mais que cumprir cotas, o desafio em 2025 é combater o capacitismo e criar trajetórias reais de carreira para pessoas com deficiência – apenas 0,1% ocupam cargos de liderança, enquanto 63% nunca foram promovidos, revelando a urgência de ações estratégicas além da contratação

Carolina Ignarra

4 min de leitura