Uncategorized

Por que eu vim para o Vale do Silício

Para quem tem o objetivo de ser um empreendedor serial, a região tem três diferenciais inigualáveis
Luciano Bueno é um empreendedor brasileiro radicado nos EUA, com experiências em consultoria, venture capital e empreendedorismo. É cofundador e CEO da Horvath Clothing Co., startup de nanotecnologia têxtil, e está a caminho de ser empreendedor serial. Participou do Shark Tank Brasil e integra a seleta lista Forbes 30 Under 30.

Compartilhar:

Muitas pessoas já sabem que o Vale do Silício é um dos melhores lugares do mundo para quem busca empreendedorismo, inovação e tecnologia, mas poucas entendem de verdade o que torna esse lugar tão especial. Especial a ponto de eu ter mudado radicalmente minha vida no fim do ano passado para fixar residência aqui. 

O empreendedorismo fez parte da minha história muito cedo – por necessidade. Tive de trabalhar desde pequeno para ajudar em casa. Aos 12 anos, vendia de tudo um pouco – videogames, roupas, aqueles “tênis-patins”. Comecei a me sustentar inteiramente aos 16, quando abri meu primeiro e-commerce. Aos 19, fui cursar administração de empresas e, em paralelo, trabalhar. Trabalhei na consultoria Deloitte, onde conheci melhor o mundo da gestão . Trabalhei em um fundo de venture capital, o Arpex Capital, onde conheci melhor o mundo do empreendedorismo. Só que, um belo dia, fui parar em San Mateo, Califórnia, uma das cidades do Vale do Silício. E tudo mudou.

Aconteceu assim: fui selecionado para estudar na Draper, uma universidade nada convencional focada em formar empreendedores no Vale. No curso, intenso, aprendi a calcular valuation e a fazer business plan, e também a vender underwear na rua (risos). Também treinei por uma semana com os US Navy Seals, exército de elite norte-americano, para aprender a não ter medo de falhar, a criar resiliência, a liderar… 

A Draper foi minha estreia no Vale. Depois, devo ter vindo mais umas 15 vezes, até perceber que precisava ficar aqui em definitivo e “aplicar” para o Greencard. Fiz isso não só pela empresa de nanotecnologia têxtil que fundei, a Horvath Clothing Co., para a qual levantei investimento com o célebre Tim Draper, da universidade homônima. (E a Horvath vai bem, obrigado.) Fiz também porque estou em uma nova empreitada. 

Se existe um canto no planeta responsável por minha coragem empreendedora, é aqui. A responsabilidade tem várias explicações, mas destaco três:

**Mindset.** Significa que, no Vale, não importa de onde você veio; você pode sonhar coisas que parecem impossíveis. E, pelo fato de sua origem não importar, sempre vai ter gente disposta a ajudar você para o sonho virar realidade. 

**Ecossistema.** Para mim tem a ver principalmente com a universidade e os professores. Frequentemente alunos das universidades daqui recorrem aos professores para empreender; o professor ajuda dando mentoria e fazendo conexões com potenciais clientes e investidores. Já pensou uma coisa dessas no Brasil?

**Capital e liquidez.** O acesso a capital já era fácil em 1940, pelos juros baixos e excesso de capital; os fundos de pensão tomavam mais riscos para ter retornos maiores. Mas alta liquidez também ajuda – em 2018, houve 190 IPOs nos EUA.

Moro em San Francisco, onde todos os dias sou inspirado por fatos surpreendentes. Um dia, é um robô fazendo entregas. Noutro, um hambúrguer de carne artificial. Isso também me inspira a empreender. E, agora, vou inspirar você.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Liderança na gestão do mundo híbrido

Este modelo que nasceu da necessidade na pandemia agora impulsiona o engajamento, reduz custos e redefine a gestão. Para líderes, o desafio é alinhar flexibilidade, cultura organizacional e performance em um mercado cada vez mais dinâmico.

Data economy: Como a inteligência estratégica redefine a competitividade no século XXI

Na era digital, os dados emergem como o ativo mais estratégico, capaz de direcionar decisões, impulsionar inovações e assegurar vantagem competitiva. Transformar esse vasto volume de informações em valor concreto exige infraestrutura robusta, segurança aprimorada e governança ética, elementos essenciais para fortalecer a confiança e a sustentabilidade nos negócios.

China

O Legado do Progresso

A celebração dos 120 anos de Deng Xiaoping destaca como suas reformas revolucionaram a China, transformando-a em uma potência global e marcando uma era de crescimento econômico, inovação e avanços sociais sem precedentes.

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Uncategorized
Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Ivan Cruz

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Edmee Moreira

4 min de leitura
ESG
A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

Ana Carolina Peuker

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
Conheça o conceito de Inteligência Cultural e compreenda os três pilares que vão te ajudar a trazer clareza e compreensão para sua comunicação interpessoal (e talvez internacional)

Angelina Bejgrowicz

4 min de leitura
Liderança
Entenda como construir um ambiente organizacional que prioriza segurança psicológica, engajamento e o desenvolvimento genuíno das equipes.

Athila Machado

6 min de leitura
Empreendedorismo
Após a pandemia, a Geração Z que ingressa no mercado de trabalho aderiu ao movimento do "quiet quitting", realizando apenas o mínimo necessário em seus empregos por falta de satisfação. Pesquisa da Mckinsey mostra que 25% da Geração Z se sentiram mais ansiosos no trabalho, quase o dobro das gerações anteriores. Ambientes tóxicos, falta de reconhecimento e não se sentirem valorizados são alguns dos principais motivos.

Samir Iásbeck

4 min de leitura
Empreendedorismo
Otimizar processos para gerar empregos de melhor qualidade e remuneração, desenvolver produtos e serviços acessíveis para a população de baixa renda e investir em tecnologias disruptivas que possibilitem a criação de novos modelos de negócios inclusivos são peças-chave nessa remontagem da sociedade no mundo

Hilton Menezes

4 min de leitura
Finanças
Em um mercado cada vez mais competitivo, a inovação se destaca como fator crucial para o crescimento empresarial. Porém, transformar ideias inovadoras em realidade requer compreender as principais fontes de fomento disponíveis no Brasil, como BNDES, FINEP e Embrapii, além de adotar uma abordagem estratégica na elaboração de projetos robustos.

Eline Casalosa

4 min de leitura
Empreendedorismo
A importância de uma cultura organizacional forte para atingir uma transformação de visão e valores reais dentro de uma empresa

Renata Baccarat

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Em meio aos mitos sobre IA no RH, empresas que proíbem seu uso enfrentam um paradoxo: funcionários já utilizam ferramentas como ChatGPT por conta própria. Casos práticos mostram que, quando bem implementada, a tecnologia revoluciona desde o onboarding até a gestão de performance.

Harold Schultz

3 min de leitura