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Liderança

4 min de leitura

CEOs respondem às nossas expectativas?

Estudo mostra que pessoas estão acreditando mais em empresas e em executivos como responsáveis pelas mudanças sustentáveis e estruturais do País, o que aumenta a cobrança da sociedade por resultados eficientes, e quase que imediatos, do setor privado

Colunista Neivia Justa

Neivia Justa

19 de Julho

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Artigo CEOs respondem às nossas expectativas?

Os resultados do Trust Barometer, estudo realizado pela Edelman ao longo dos últimos 21 anos, mostram que, no Brasil de 2021, considerando governo, mídia, ONGs e empresas, as organizações privadas com fins lucrativos representam a única instituição em que nós, brasileiros, confiamos.

Nesse momento, de acordo com o estudo, acreditamos que é fundamental trabalharmos, como País, na melhoria do nosso sistema de saúde e de educação, combater a pobreza e as mudanças climáticas.

Além de olhar para esses desafios, acreditamos, segundo a pesquisa, que é necessário encontrar formas de combater as fake news e reduzir as disparidades socioeconômicas. Outra crença fundamental está na proteção das liberdades individuais, o combatendo de discriminações gênero e do racismo.

Todavia, não confiamos que os líderes da sociedade: governo (27%), religiosos (36%), CEOs (45%) e jornalistas (45%). Por outro lado, sinalizamos uma maior propensão em depositar confiança nas pessoas da comunidade local (54%), no CEO da nossa empresa (66%) e nos cientistas (76%).

Contudo, para um pouco mais de dois terços dos brasileiros entrevistados na pesquisa, líderes de governo (67%) e líderes empresariais (68%) tentam enganar as pessoas de propósito, dizendo coisas que sabem ser falsas ou grosseiramente exageradas.

Nesse contexto, todos os porta-vozes perderam credibilidade, mas “uma pessoa como você” ainda é, de longe, a mais confiável para 74% de nós, se comparada com o CEO (47%), o diretor da empresa (46%) e um funcionário comum (37%).

A confiança é local

“Meu empregador é o mais confiável”: para 66% de nós, a comunicação da empresa em que trabalhamos tem a maior credibilidade entre todas as outras fontes de informação – governo (57%), imprensa (54%), publicidade (53%), grandes corporações (52%), redes sociais (42%).

Individualmente, expressamos que quereremos priorizar a família e suas necessidades, melhorar nosso letramento em mídia e informação, assim como nosso letramento científico, ser politicamente consciente e nos manifestar quando vemos a necessidade de mudanças e reformas.

Segurança para não contrair a covid-19, produtividade e equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional são os principais fatores que regem nossa escolha por trabalho remoto (52%) ou presencial (48%), atualmente.

Expectativas sobre CEOs e empresas

Esperamos que as empresas, em especial CEOs, preencham o vazio deixado pelo governo: 68% acreditam que líderes executivos devem interceder quando o governo não resolver problemas da sociedade, 60% acreditam que CEOs devem tomar a iniciativa de mudanças ao invés de esperar que o governo as imponha, e 54% acreditam que CEOs devem assumir suas responsabilidades perante o público, e não somente perante a uma diretoria e acionistas.

A imensa maioria de nós, 90% dos brasileiros, espera que CEOs se manifestem publicamente sobre uma ou mais questões como o impacto da pandemia (65%), a automação do trabalho (59%), problemas da sociedade (59%) e problemas da comunidade local (47%).

As empresas ganham mais confiança ao serem guardiãs da qualidade da informação, adotarem práticas sustentáveis, terem uma resposta robusta à covid-19 em termos de segurança e saúde, impulsionarem prosperidade econômica e pensarem no longo prazo, em detrimento dos lucros no curto prazo.

Já as principais expectativas na relação das pessoas com as empresas são: manutenção de trabalhadores, segurança dos clientes, comunicação constante com os empregados, a diversidade e a representatividade da força de trabalho, assim como programas de treinamento em habilidades profissionais.

Consumidores (73%) e empregados (71%) acreditam que têm o poder de provocar mudanças nas corporações, e 55% dos brasileiros que hoje estão empregados afirmam que estão mais propensos a manifestar suas objeções à gestão ou a se envolver em protestos no local de trabalho, do que estavam um ano atrás.

Integral e com propósito

Em resumo, queremos trabalhar em empresas que assumam responsabilidades ampliadas, com o CEO na frente em questões que vão desde a sustentabilidade e o racismo até a requalificação. Queremos o agir primeiro, e o falar, depois.

Também esperamos que empresas liderem com fatos e ajam com empatia. Líderes devem ter a coragem de promover conversas francas, mas também de abordar os medos das pessoas com empatia. E fornecer conteúdo confiável, além de não agir isoladamente.

Cada vez mais esperamos que empresas, governos, ONGs e outras instituições encontrem um propósito comum e tomem medidas coletivas para solucionar os problemas da sociedade.

Quanto mais uma empresa for movida por um propósito que a torne um agente eficaz de mudanças positivas, com honestidade, uma visão de futuro que atenda os interesses de todos, equidade e justiça, tanto mais ela será capaz de atrair pessoas para seus times.

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Autoria

Colunista Neivia Justa

Neivia Justa

Fundadora da #JustaCausa, do programa #lídercomneivia e dos movimentos #ondeestãoasmulheres e #aquiestãoasmulheres

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