Uncategorized

Quer fazer parte de um conselho?

Então, é preciso fazer a lição de casa, e estas 7 questões podem ajudar você a refletir
CEO da Amrop INNITI, Board Member, Lifelong Learner, Anticarreirista

Compartilhar:

De uns tempos para cá, o número de pessoas que me procuram querendo ser conselheiro aumentou muito. Antes de assumir uma posição em um conselho, a primeira pergunta que você deve se fazer é o que te leva a querer isso. Seguir o caminho natural da carreira? Devolver para a sociedade o que recebeu? A remuneração? A vontade de dar conselhos? Status? Um título no Linkedin? 

Já as perguntas que eu costumo fazer são: o que você já sabe sobre governança e conselhos? E sobre a responsabilidade civil e criminal que você passa a ter no minuto que assume a posição?

O conselho fiscal, por exemplo. Apesar do nome, que pode dar a falsa ideia de conexão com impostos e taxas, ele existe para fiscalizar os atos da administração e garantir que estejam em linha com o objeto social, conforme definição do IBGC:

*”**Conselho fiscal**, parte integrante do sistema de governança corporativa, é responsável principalmente, por fiscalizar a atuação dos administradores e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários, bem como agregar valor aos sócios por trazer um monitoramento independente”*

Muita gente já me disse que quer ser conselheiro pois dá bons conselhos, o que me faz lembrar o Dr. Jorge Gerdau, que resume a compreensão do que é governança e o papel do conselho em três letras: ADM – Avaliar, Definir e Monitorar o que será feito e está sendo entregue pela diretoria (boa sigla para a memorização, mas na prática a ordem é DAM ou DMA).

Talvez parte dessa confusão se deva ao fato da tradução de “board of directors” ter se transformado em “conselho administrativo” no Brasil. Em inglês o conselheiro é um “non executive director”, ou seja, um diretor que não executa. 

O CEO, Chief Executive Officer, é aquele ou aquela executiva que executa – com perdão da redundância -, e se reporta aos que não executam.

Como alguns amigos já me disseram no IBGC, conselheiros devem ter “nose in, fingers out” – nariz dentro, dedos fora.

Quer se destacar quando você entrar em contato com um headhunter ou um colega para dizer que você quer participar de conselhos? Uma dica simples que tenho dado para meus clientes de mentoria é fazer a lição de casa antes, respondendo a estas sete questões: 

1. Quais setores você quer e o por quê?

2. Qual o porte da empresa?

3. Conselho de administração, fiscal ou consultivo?

4. Qual estágio de governança a empresa deve estar e o por quê?

5. Quais empresas e setores você não quer de jeito nenhum e quais gerariam conflito de interesse?

6. Fora o seu desejo, o que de fato você agrega ao conselho que quer fazer parte? Quais competências você desenvolveu que a empresa e/ou o setor que você quer gerar impacto não tem?

7. Se você ocupa cadeira executiva, de que forma esse conselho se conecta com o seu projeto atual e o futuro?

Dica final: o conselho é um colegiado e a decisão é colegiada. Leia os ótimos livros “A caixa preta da governança”, da Sandra Guerra e o “Dimensão humana da governança corporativa” do Herbert Steinberg com Bengt Hallqvist, Floreal Rodriguez, Guilherme Dale, José Monforte e Roberto Faldini.

Compartilhar:

Artigos relacionados

A aposta calculada que levou o Boticário a ser premiado no iF Awards

Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Quando o colaborador é o problema

Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura – às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Inovação
Em entrevista com Rodrigo Magnago, Fernando Gama nos conta como a Docol tem despontado unindo a cultura do design na organização

Rodrigo Magnago

4 min de leitura
ESG, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
3 de setembro de 2025
O plástico nasceu como símbolo do progresso - hoje, desafia o futuro do planeta. Entenda como uma invenção de 1907 moldou a sociedade moderna e se tornou um dos maiores dilemas ambientais da nossa era.

Anna Luísa Beserra - CEO da SDW

0 min de leitura
Inovação & estratégia, Empreendedorismo, Tecnologia & inteligencia artificial
2 de setembro de 2025
Como transformar ciência em inovação? O Brasil produz muito conhecimento, mas ainda engatinha na conversão em soluções de mercado. Deep techs podem ser a ponte - e o caminho já começou.

Eline Casasola - CEO da Atitude Inovação

5 minutos min de leitura
Liderança, Empreendedorismo, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Inovação & estratégia
1 de setembro de 2025
Imersão de mais de 10 horas em São Paulo oferece conteúdo de alto nível, mentorias com especialistas, oportunidades de networking qualificado e ferramentas práticas para aplicação imediata para mulheres, acelerando oportunidades para um novo paradigma econômico

Redação HSM Management

0 min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
1 de setembro de 2025
Na era da creator economy, influência não é mais sobre alcance - é sobre confiança. Você já se deu conta como os influenciadores se tornaram ativos estratégicos no marketing contemporâneo? Eles conectam dados, propósito e performance. Em um cenário cada vez mais automatizado, é a autenticidade que converte.

Salomão Araújo - VP Comercial da Rakuten Advertising no Brasil

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Liderança
29 de agosto de 2025
Estamos entrando na temporada dos planos estratégicos - mas será que o que chamamos de “estratégia” não é só mais uma embalagem bonita para táticas antigas? Entenda o risco do "strategy washing" e por que repensar a forma como construímos estratégia é essencial para navegar futuros possíveis com mais consciência e adaptabilidade.

Lilian Cruz, Cofundadora da Ambidestra

4 minutos min de leitura
Empreendedorismo, Inovação & estratégia
28 de agosto de 2025
Startups lideradas por mulheres estão mostrando que inovação não precisa ser complexa - precisa ser relevante. Já se perguntou: por que escutar as necessidades reais do mercado é o primeiro passo para empreender com impacto?

Ana Fontes - Empreendedora social, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e do Instituto RME

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Tecnologia & inteligencia artificial
26 de agosto de 2025
Em um universo do trabalho regido pela tecnologia de ponta, gestores e colaboradores vão obrigatoriamente colocar na dianteira das avaliações as habilidades humanas, uma vez que as tarefas técnicas estarão cada vez mais automatizadas; portanto, comunicação, criatividade, pensamento crítico, persuasão, escuta ativa e curiosidade são exemplos desse rol de conceitos considerados essenciais nesse início de século.

Ivan Cruz, cofundador da Mereo, HR Tech

4 minutos min de leitura
Inovação
25 de agosto de 2025
A importância de entender como o design estratégico, apoiado por políticas públicas e gestão moderna, impulsiona o valor real das empresas e a competitividade de nações como China e Brasil.

Rodrigo Magnago

9 min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
25 de agosto de 2025
Assédio é sintoma. Cultura é causa. Como ambientes de trabalho ainda normalizam comportamentos abusivos - e por que RHs, líderes e áreas jurídicas precisam deixar a neutralidade de lado e assumir o papel de agentes de transformação. Respeito não pode ser negociável!

Viviane Gago, Facilitadora em desenvolvimento humano

5 minutos min de leitura