Oitenta e três por cento dos consumidores acham que as empresas devem ser mais ativas em iniciativas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês); 91% dos líderes empresariais creem que suas organizações devem ter responsabilidade ESG; 86% dos funcionários preferem trabalhar para empregadores que se importam com ESG.
Esses números saíram de uma pesquisa realizada pela consultoria PwC em abril deste ano, com cerca de 9 mil pessoas, entre consumidores, líderes e funcionários nos EUA, Brasil, Reino Unido, Alemanha e Índia. Se há tanto interesse, por que ainda se faz tão pouco? Os entrevistados apontaram três barreiras principais: dificuldade de equilibrar investimentos em ESG e em crescimento (40%), falta de padrões de reporte para lidar com o assunto (37%), falta de atenção ou apoio da liderança sênior (33%).
Segundo artigo dos consultores da PwC Peter Gassmann, Casey Herman e Colm Kelly, as empresas precisam de algo mais drástico para vencer isso. Devem reinventar os relatórios, a estratégia e o negócio em si – e já há precedentes.
Relatórios. Uma telecom incluiu em seu report o impacto financeiro que o clima severo deve ter em suas operações de negócios em uma década, para introduzir os investimentos decididos. Uma empresa de bebidas está pesquisando até que ponto adolescentes que assistem a suas palestras sobre os efeitos do consumo excessivo de álcool passam a beber com moderação, para coletar dados que mostrem sua iniciativa responsável.
Estratégia. Uma empresa química global reviu seu portfólio de produtos (e respectivos processos) com a lente de danos ao meio ambiente – e incluiu vários critérios ESG nessa revisão. O fato de ela fabricar embalagens biodegradáveis era irrelevante perto dos danos. Ela mudou seu P&D.
negócio. Uma empresa industrial que firmou compromisso zero carbono em 2050 começou a trabalhar com a pegada de carbono de sua
supply chain. Uma de suas unidades de negócios recentemente colocou todos os fornecedores em um sistema ERP baseado em nuvem – ajudando-os a rastrear, reportar e reduzir seu impacto de carbono. Importante: os executivos ganharam bônus atrelados a ESG para se mexerem.