Uncategorized

Sua empresa está preparada para o novo mundo?

A crise total está chegando a todas as áreas da produção humana, com o surgimento de um novo consumidor; os negócios precisarão mudar
jornalista argentino e atual “rei da noite paulistana”, é um empreendedor serial: tem sete empreendimentos em São Paulo, incluindo a casa de shows Cine Joia e o restaurante Riviera – e planeja abrir mais sete.

Compartilhar:

A palavra de ordem é crise. Uma crise que extrapola a dimensão política e desmorona para os planos econômico, social, identitário, ético, global; enfim, uma crise total, também nos meandros do capitalismo e no interior da relação entre produto e consumidor. 

O fato é que o modo de os humanos se relacionarem, entre si e com as coisas que os cercam, está sendo redimensionado mais rapidamente do que podemos compreender. Como as empresas responderão a essa crise total será determinante para a garantia de sua existência em um horizonte de poucos anos. 

Vejamos a crise que acomete a relação entre o homem e as coisas. Em um passado distante, o consumidor comprava algo por conta de sua função, quando o produto era a resposta a um problema determinado, ou por sua forma, quando o produto criava enlevo estético. Em um passado recente, função e forma passaram a se confundir. Nos dois casos, a relação entre consumidor e produto é unidirecional: o produto responde a necessidades identificadas em pesquisas que criam um consumidor arquetípico, com comportamento de grupo. 

O produto embute ainda uma obsolescência programada para satisfazer a necessidade de crescimento constante e ininterrupta do lucro da empresa, a despeito das consequências disso, e a publicidade comunica ao consumidor que ele precisa desse produto, desse componente de identidade:  “Consumo, logo existo”.  As marcas que consumimos dizem quem somos. Com a crise total, esse tempo está acabando. 

O que as empresas chamavam de consumidor, formado pela publicidade, pelas grandes opiniões, pela insegurança, pela necessidade de pertencer a algo ou a algum grande grupo, era receptivo e passivo. O novo consumidor talvez nem possa mais ter esse nome; ele também é produtor de símbolos e não consome mais apenas um produto, mas uma visão de mundo que se alinha com sua ética e com sua estética de existência. 

Para ele, é determinante participar da construção do produto. O novo consumidor não quer mais vender metade de sua vida, criatividade e força de trabalho para uma corporação com o intuito de ter coisas; busca experiências que transcendam o produto. Por exemplo, compartilha objetos – em breve, a economia compartilhada será apenas a economia – e quer investir seu dinheiro em coisas que contenham uma visão de mundo e que durem  mais do que alguns meses. 

O produtor também é novo:  é alguém com rosto e com ética que se alinha com os novos consumidores. É uma pessoa que, além do lucro, procura uma satisfação egoica com o fruto de seu trabalho e se define por ele. Deixa sua impressão digital no produto, assim como uma história real embutida, que nada tem a ver o storytelling artificial. A revolução do ponto a ponto, que demoliu as indústrias do entretenimento, está chegando a todas as áreas da produção humana. 

Isso criará um capitalismo mais granular, miúdo, horizontal, e aprofundará a crise do velho mundo, cujas primeiras ondas de choque sentimos. Ninguém mais será consumidor; estará consumidor em determinado ponto da cadeia produtiva: a relação entre humanos e coisas será modulada de tal modo que consumiremos produtos que ajudamos a construir. Sua empresa está pronta para as novas oportunidades?

Compartilhar:

Artigos relacionados

Data economy: Como a inteligência estratégica redefine a competitividade no século XXI

Na era digital, os dados emergem como o ativo mais estratégico, capaz de direcionar decisões, impulsionar inovações e assegurar vantagem competitiva. Transformar esse vasto volume de informações em valor concreto exige infraestrutura robusta, segurança aprimorada e governança ética, elementos essenciais para fortalecer a confiança e a sustentabilidade nos negócios.

China

O Legado do Progresso

A celebração dos 120 anos de Deng Xiaoping destaca como suas reformas revolucionaram a China, transformando-a em uma potência global e marcando uma era de crescimento econômico, inovação e avanços sociais sem precedentes.

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Tecnologias exponenciais
A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Edmee Moreira

4 min de leitura
ESG
A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

Ana Carolina Peuker

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
Conheça o conceito de Inteligência Cultural e compreenda os três pilares que vão te ajudar a trazer clareza e compreensão para sua comunicação interpessoal (e talvez internacional)

Angelina Bejgrowicz

4 min de leitura
Liderança
Entenda como construir um ambiente organizacional que prioriza segurança psicológica, engajamento e o desenvolvimento genuíno das equipes.

Athila Machado

6 min de leitura
Empreendedorismo
Após a pandemia, a Geração Z que ingressa no mercado de trabalho aderiu ao movimento do "quiet quitting", realizando apenas o mínimo necessário em seus empregos por falta de satisfação. Pesquisa da Mckinsey mostra que 25% da Geração Z se sentiram mais ansiosos no trabalho, quase o dobro das gerações anteriores. Ambientes tóxicos, falta de reconhecimento e não se sentirem valorizados são alguns dos principais motivos.

Samir Iásbeck

4 min de leitura
Empreendedorismo
Otimizar processos para gerar empregos de melhor qualidade e remuneração, desenvolver produtos e serviços acessíveis para a população de baixa renda e investir em tecnologias disruptivas que possibilitem a criação de novos modelos de negócios inclusivos são peças-chave nessa remontagem da sociedade no mundo

Hilton Menezes

4 min de leitura
Finanças
Em um mercado cada vez mais competitivo, a inovação se destaca como fator crucial para o crescimento empresarial. Porém, transformar ideias inovadoras em realidade requer compreender as principais fontes de fomento disponíveis no Brasil, como BNDES, FINEP e Embrapii, além de adotar uma abordagem estratégica na elaboração de projetos robustos.

Eline Casalosa

4 min de leitura
Empreendedorismo
A importância de uma cultura organizacional forte para atingir uma transformação de visão e valores reais dentro de uma empresa

Renata Baccarat

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Em meio aos mitos sobre IA no RH, empresas que proíbem seu uso enfrentam um paradoxo: funcionários já utilizam ferramentas como ChatGPT por conta própria. Casos práticos mostram que, quando bem implementada, a tecnologia revoluciona desde o onboarding até a gestão de performance.

Harold Schultz

3 min de leitura
Gestão de Pessoas
Diferente da avaliação anual tradicional, o modelo de feedback contínuo permite um fluxo constante de comunicação entre líderes e colaboradores, fortalecendo o aprendizado, o alinhamento de metas e a resposta rápida a mudanças.

Maria Augusta Orofino

3 min de leitura