Uncategorized
4 min de leitura

Uso de PDI tem sido negligenciado nas companhias

Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.
Ivan Cruz é cofundador da Athon Consulting e da Mereo, empreendedor, consultor de gestão, conselheiro e “longlife learner”. Atuou como consultor no Brasil, nos Estados Unidos, na Alemanha, na Colômbia, na China e na França.

Compartilhar:

Ferramenta essencial para as empresas melhorarem o quadro de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) tem sido negligenciado por importantes companhias, um indicativo preocupante. Recentemente, realizamos na Mereo uma pesquisa junto a 113 clientes (47% deles de grande porte), de 41 segmentos diferentes, e detectamos que 60% das companhias avaliadas têm PDIs cadastrados.

Apesar do aumento da base de clientes da Mereo de 2022 para 2023, o percentual de companhias que cadastrou PDIs caiu de 62% para 58%. Isso indica que, embora a base tenha crescido, o engajamento com uso do PDI diminuiu, sugerindo a necessidade de reavaliar as estratégias para incentivar o uso dessa ferramenta.

Uso de PDIs nas companhias (%)

Fonte: Mereo (2024)

Importante frisar que o PDI é uma ferramenta utilizada por empresas e profissionais para mapear competências, habilidades e metas de desenvolvimento de um colaborador. Ele é composto por objetivos de curto, médio e longo prazo, bem como ações específicas para alcançar esses objetivos, como treinamentos, cursos, experiências e mentoria. O plano visa alinhar o crescimento pessoal e profissional do indivíduo com as necessidades da empresa, promovendo o desenvolvimento contínuo e uma trajetória de carreira mais planejada e estruturada.

Nossa pesquisa também traçou o status do PDI nas organizações, e o que se vê é que em apenas 20% delas foi executado, em 49% ficou atrasado e 2% foi cancelado. Talvez você esteja se perguntando: se é uma ferramenta tão importante, por que tem sido tão negligenciada dentro das companhias? Ouso inferir que as principais razões pelas quais as empresas têm negligenciado o PDI estão relacionadas à falta de habilidades gerenciais, foco desalinhado, a ausência de indicadores claros e de engajamento e a falta de uma cultura de desenvolvimento contínuo. Sem uma cultura que valorize o desenvolvimento contínuo e aprendizado, a ferramenta é vista como algo secundário ou “extra”, em vez de uma prioridade estratégica.

Muitas empresas ainda não priorizam o desenvolvimento contínuo dos funcionários. Elas podem focar mais em resultados imediatos do que no crescimento de longo prazo, o que reduz o investimento em processos formais de PDI. Além disso, o processo requer tempo e dedicação das pessoas – o que pode concorrer com outras atividades e, por não fazer parte da cultura da empresa, ficar negligenciado. Muitas vezes, as pessoas acham que com o feedback, seja ele dentro do ciclo ou contínuo, substitui a necessidade da formalização do PDI, mas isso é um engano! Se não houver ou forem utilizadas ferramentas de check e avaliação do PDI, somente o feedback pode não ter eficácia. Algumas companhias também podem não ver claramente o retorno de investir em um processo formal de PDI, o que é uma pena, pois não é nítida a falta de conhecimento como isso contribui diretamente para o desempenho organizacional.

Circulando por grandes companhias do Brasil e de fora, sei dos inúmeros desafios e da quantidade de questões a se pensar, diariamente. Porém, é fato: utilizar o PDI para desenvolver os colaboradores é uma das formas mais assertivas para impulsionar a performance dos times e ainda valorizar o bem mais precioso da organização: o capital humano. Fazê-lo de forma estratégica é o primeiro passo para ter colaboradores mais engajados, satisfeitos e que buscam a excelência, o que é bom para o profissional e para a companhia.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Big Brother, olhar

BBB 25: O início dos jogos e da maratona publicitária!  

Segundo pesquisa do Instituto Qualibest, houve um aumento de 17 pontos percentuais no número de pessoas assistindo ao programa, em comparação à última edição. Vamos entender como o “ouro televisivo” ainda é uma arma potente de marketing brasileiro.

5 erros comuns ao iniciar inovação em sua empresa – e como superá-los 

A inovação é uma jornada, não um destino. Evitar esses erros comuns é essencial para construir um caminho sólido rumo ao futuro. As empresas que conseguem superar essas armadilhas e adotar uma abordagem estratégica e sistêmica para a inovação terão uma vantagem competitiva significativa em um mundo cada vez mais dinâmico e imprevisível.  

Uncategorized
Liderança em tempos de brain rot: como priorizar o que realmente importa para moldar um futuro sustentável e inspirador.

Anna Luísa Beserra

0 min de leitura
Gestão de Pessoas
Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Laís Macedo

4 min de leitura
Empreendedorismo
Liderar empresas que continuamente estão inovando é um desafio diário, mas cada questão se torna um aprendizado se feito com empatia e valorização.

Ana Carolina Gozzi

3 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A experiência varia do excepcional ao frustrante, e a Inteligência Artificial (IA) surge como uma aliada para padronizar e melhorar esses serviços em escala global.

Flavio Gonçalves

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
No cenário globalizado, a habilidade de negociar com pessoas de culturas distintas é mais do que desejável; é essencial. Desenvolver a inteligência cultural — combinando vontade, conhecimento, estratégia e ação — permite evitar armadilhas, criar confiança e construir parcerias sustentáveis.

Angelina Bejgrowicz

4 min de leitura
ESG
A resiliência vai além de suportar desafios; trata-se de atravessá-los com autenticidade, transformando adversidades em aprendizado e cultivando uma força que respeita nossas emoções e essência.

Heloísa Capelas

0 min de leitura
ESG
Uma pesquisa revela que ansiedade, estresse e burnout são desafios crescentes no ambiente de trabalho, evidenciando a necessidade urgente de ações para promover a saúde mental e o bem-estar nas empresas.

Fátima Macedo

3 min de leitura
Gestão de Pessoas
Enquanto a Inteligência Artificial transforma setores globais, sua adoção precipitada pode gerar mais riscos do que benefícios.

Emerson Tobar

3 min de leitura
Gestão de Pessoas
Entenda como fazer uso de estratégias de gameficação para garantir benefícios às suas equipes e quais exemplos nos ajudam a garantir uma melhor colaboração em ambientes corporativos.

Nara Iachan

6 min de leitura
Finanças
Com soluções como PIX, contas 100% digitais e um ecossistema de open banking avançado, o país lidera na experiência do usuário e na facilidade de transações. Em contrapartida, os EUA se sobressaem em estratégias de fidelização e pagamentos crossborder, mas ainda enfrentam desafios na modernização de processos e interfaces.

Renan Basso

5 min de leitura