Estratégia e Execução

Você quer ser conselheiro?

Compartilhar:

Calcula-se que um conselheiro de uma grande empresa listada em bolsa de valores dedique, em média, 240 horas de seu ano a funções na área. Considerando que ganha aproximadamente R$ 394,56 mil por ano – valores de Brasil, segundo pesquisa IBGC/Spencer Stuart –, ele recebe 

R$ 1.645 por hora trabalhada. Mesmo que destine as 350 horas anuais que o especialista em governança corporativa da Rotman School David Beatty recomenda para a atividade, ele terá o digno honorário de R$ 1.127. Basta fazer contas: se ele (ou ela) for conselheiro(a) de três empresas, terá uma renda de R$ 1,18 milhão por ano (só de remuneração fixa – e há variável) e ainda o equivalente a mais de seis meses de férias. Quem não gostaria dessa vida?

Não surpreende o crescimento contínuo do número de executivos brasileiros que inclui a posição de “board member” em seus planos de carreira. Isso não se deve só a pessoas antecipando fontes de sustento para quando a idade chegar; caíram as barreiras de entrada para os conselhos e as ofertas de assentos ali continuam a aumentar 

– se o intuito é atrair capital investidor, afinal, as empresas precisam de melhor governança. 

Um “sweet spot” entre oferta e procura? Não, isso é algo que não existe. Às vezes, o mercado parece uma disputa de pistoleiros em filme de faroeste. De um lado, o conselheiro  “cabeça-branca”, mais tradicional que o John Wayne, faz o impossível para se perpetuar em sua cadeira –mesmo que as boas práticas mandem-no fazer exatamente o contrário, inclusive para evitar o mal da cegueira ética. De outro, um presidente de conselho ousado coloca à mesa uma jovem de 27 anos, recém-formada, que tem no currículo apenas a fundação de uma startup – e quer que ela seja uma provocadora digital para os colegas e que faça o circo da reunião pegar fogo. 

Ninguém sabe em que momento as partes vão parar de sacar a arma e começar a cuidar conjuntamente dos cavalos para serem ambas mais velozes. Mas, quando o paradigma da colaboração e da diversidade se firmar, ao lado da cultura ética, não faltarão motivos para celebração no saloon. 

Metáforas à parte, ser um “board member” soa bonito no LinkedIn, porém fazer essa carreira é mais difícil do que nos fazem crer os parágrafos iniciais; exige investimento e perseverança. Com a ajuda de experts do assunto no Brasil e no mundo, este Dossiê mapeia os perfis de conselheiros e os caminhos para quem quer se tornar um deles.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

Saúde psicossocial é inclusão

Quando 84% dos profissionais com deficiência relatam saúde mental afetada no trabalho, a nova NR-1 chega para transformar obrigação legal em oportunidade estratégica. Inclusão real nunca foi tão urgente

Empreendedorismo
País do sudeste asiático lidera o ranking educacional PISA, ao passo que o Brasil despencou da 51ª para a 65ª posição entre o início deste milênio e a segunda década, apostando em currículos focados em resolução de problemas, habilidades críticas e pensamento analítico, entre outros; resultado, desde então, tem sido um brutal impacto na produtividade das empresas

Marina Proença

5 min de leitura
Empreendedorismo
A proficiência amplia oportunidades, fortalece a liderança e impulsiona carreiras, como demonstram casos reais de ascensão corporativa. Empresas visionárias que investem no desenvolvimento linguístico de seus talentos garantem vantagem competitiva, pois comunicação eficaz e domínio do inglês são fatores decisivos para inovação, negociação e liderança no cenário global.

Gilberto de Paiva Dias

9 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Com o avanço da inteligência artificial, a produção de vídeos se tornou mais acessível e personalizada, permitindo locuções humanizadas, avatares realistas e edições automatizadas. No entanto, o uso dessas tecnologias exige responsabilidade ética para evitar abusos. Equilibrando inovação e transparência, empresas podem transformar a comunicação e o aprendizado, criando experiências imersivas que inspiram e engajam.

Luiz Alexandre Castanha

4 min de leitura
Empreendedorismo
A inteligência cultural é um diferencial estratégico para líderes globais, permitindo integrar narrativas históricas e práticas locais para impulsionar inovação, colaboração e impacto sustentável.

Angelina Bejgrowicz

7 min de leitura
Empreendedorismo
A intencionalidade não é a solução para tudo, mas é o que transforma escolhas em estratégias e nos permite navegar a vida com mais clareza e propósito.

Isabela Corrêa

6 min de leitura
Liderança
Construir e consolidar um posicionamento executivo é essencial para liderar com clareza, alinhar valores e princípios à gestão e impulsionar o desenvolvimento de carreira. Um posicionamento bem definido orienta decisões, fortalece relações profissionais e contribui para um ambiente de trabalho mais ético, produtivo e sustentável.

Rubens Pimentel

4 min de leitura
Empreendedorismo
Impacto social e sustentabilidade financeira não são opostos – são aliados essenciais para transformar vidas de forma duradoura. Entender essa relação foi o que permitiu ao Aqualuz crescer e beneficiar milhares de pessoas.

Anna Luísa Beserra

5 min de leitura
ESG
Infelizmente a inclusão tem sofrido ataques nas últimas semanas. Por isso, é necessário entender que não é uma tendência, mas uma necessidade estratégica e econômica. Resistir aos retrocessos é garantir um futuro mais justo e sustentável.

Carolina Ignarra

0 min de leitura
ESG
Atualmente, 2,5% dos colaboradores da Pernambucanas se autodeclaram pessoas trans e 100% dos colaboradores trans da varejista disseram que se sentem seguros para ser quem são dentro da empresa.

Nivaldo Tomasio

5 min de leitura
Marketing
A integração entre indicadores de trade marketing e inteligência competitiva está redefinindo o jogo corporativo. Monitorar a execução no PDV, antecipar tendências e reagir com agilidade às mudanças do mercado não são mais diferenciais, mas exigências para a competitividade. Utilizar dados como fonte de insights estratégicos é o caminho para decisões mais rápidas, investimentos otimizados e resultados superiores.

Arthur Fabris

4 min de leitura