Uncategorized

COMO LIMITAR OS EFEITOS DA CORRIDA PELO PODER

É preciso haver movimentos em duas direções: um para fora, de não aceitar o mau comportamento alheio, e um para dentro, de eliminar suas próprias atitudes tóxicas
Diretora de soluções educacionais in company da HSM Educação Executiva, atua como consultora de empresas e é professora e gerente de projetos da Fundação Dom Cabral. Formada em psicologia pela PUC Minas, também é mestre em educação a distância.

Compartilhar:

**“De nada adianta a um homem ganhar o mundo se ele perder sua alma” (Mateus 16,26)**

Em tempos de Lava Jato e Donald Trump, são recorrentes os comentários sobre os desmandos, o egoísmo, a ganância, a falta de sensibilidade para as necessidades alheias e, especialmente, os abusos de poder. São comportamentos observados em toda parte, em todos os contextos sociais. Até onde se pode ir para “ganhar o mundo”? 

Essa reflexão anda presente nas conversas informais de muitos profissionais de empresas também, pessoas comuns com família, filhos para educar, contas para pagar, aspirações e desejos que somente serão alcançados por meio do trabalho. 

São parte do paradoxo do emprego: de um lado, milhões de desempregados infelizes e desesperados; de outro, incontáveis profissionais que estão trabalhando, mas também estão infelizes – pior, estão à beira de um colapso. 

Esses profissionais se sentem oprimidos, tensos, confusos, angustiados. Passam o dia encarando problemas, enfrentando concorrentes e clientes cada vez mais exigentes e, sobretudo, tentando superar seus limites para suportar os altíssimos níveis de pressão impostos por suas organizações e seus líderes. 

É a incessante corrida pelo poder, e ela não é exclusividade dos protagonistas do noticiário; acomete grande parte das empresas, alimentando uma desumanidade que produz ambientes tóxicos, muitas vezes perversos. 

Atormentados pelo poder e atropelados pelo urgente, alguns líderes desconsideram o importante e estão a um passo de se tornar executivos sem alma. Levam embora a saúde, a convivência com os filhos, o cônjuge, os amigos, o prazer, a alegria e o sentimento de realização pelo que se é e pelo que se faz. 

“ATORMENTADOS PELO PODER E ATROPELADOS PELO URGENTE, ALGUNS LÍDERES DESCONSIDERAM O IMPORTANTE E ESTÃO A UM PASSO DE SE TORNAR EXECUTIVOS SEM ALMA”

Como inverter essa corrente? É preciso haver movimentos em duas direções. Um deles é para fora, de indignação, de não mais aceitar esses comportamentos de outros. O outro – o principal – é para dentro. Trata-se do autoconhecimento e do reconhecimento de que também você reproduz comportamentos tóxicos – esses são os catalisadores da mudança. 

Pergunte-se: “Quantos constrangimentos causo a meus liderados?”; “Antes de depreciar um colega por ele não saber algo, será que eu tentei ajudá-lo?”. É urgente mudar. E você não pode ser um espectador que se coloca fora da cena e espera que o outro mude. Você tem de mudar. A essência da mudança é comportamental, atitudinal. Aprimore seu autoconhecimento, reveja suas ações, protagonize sua mudança – ou nenhuma mudança acontecerá.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Gestão de Pessoas
Conheça o conceito de Inteligência Cultural e compreenda os três pilares que vão te ajudar a trazer clareza e compreensão para sua comunicação interpessoal (e talvez internacional)

Angelina Bejgrowicz

4 min de leitura
Liderança
Entenda como construir um ambiente organizacional que prioriza segurança psicológica, engajamento e o desenvolvimento genuíno das equipes.

Athila Machado

6 min de leitura
Empreendedorismo
Após a pandemia, a Geração Z que ingressa no mercado de trabalho aderiu ao movimento do "quiet quitting", realizando apenas o mínimo necessário em seus empregos por falta de satisfação. Pesquisa da Mckinsey mostra que 25% da Geração Z se sentiram mais ansiosos no trabalho, quase o dobro das gerações anteriores. Ambientes tóxicos, falta de reconhecimento e não se sentirem valorizados são alguns dos principais motivos.

Samir Iásbeck

4 min de leitura
Empreendedorismo
Otimizar processos para gerar empregos de melhor qualidade e remuneração, desenvolver produtos e serviços acessíveis para a população de baixa renda e investir em tecnologias disruptivas que possibilitem a criação de novos modelos de negócios inclusivos são peças-chave nessa remontagem da sociedade no mundo

Hilton Menezes

4 min de leitura
Finanças
Em um mercado cada vez mais competitivo, a inovação se destaca como fator crucial para o crescimento empresarial. Porém, transformar ideias inovadoras em realidade requer compreender as principais fontes de fomento disponíveis no Brasil, como BNDES, FINEP e Embrapii, além de adotar uma abordagem estratégica na elaboração de projetos robustos.

Eline Casalosa

4 min de leitura
Empreendedorismo
A importância de uma cultura organizacional forte para atingir uma transformação de visão e valores reais dentro de uma empresa

Renata Baccarat

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Em meio aos mitos sobre IA no RH, empresas que proíbem seu uso enfrentam um paradoxo: funcionários já utilizam ferramentas como ChatGPT por conta própria. Casos práticos mostram que, quando bem implementada, a tecnologia revoluciona desde o onboarding até a gestão de performance.

Harold Schultz

3 min de leitura
Gestão de Pessoas
Diferente da avaliação anual tradicional, o modelo de feedback contínuo permite um fluxo constante de comunicação entre líderes e colaboradores, fortalecendo o aprendizado, o alinhamento de metas e a resposta rápida a mudanças.

Maria Augusta Orofino

3 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A Inteligência Artificial, impulsionada pelo uso massivo e acessível, avança exponencialmente, destacando-se como uma ferramenta inclusiva e transformadora para o futuro da gestão de pessoas e dos negócios

Marcelo Nóbrega

4 min de leitura
Liderança
Ao promover autonomia e resultados, líderes se fortalecem, reduzindo estresse e superando o paternalismo para desenvolver equipes mais alinhadas, realizadas e eficazes.

Rubens Pimentel

3 min de leitura