Marketing
4 min de leitura

Como os indicadores de trade marketing podem potencializar a inteligência competitiva

A integração entre indicadores de trade marketing e inteligência competitiva está redefinindo o jogo corporativo. Monitorar a execução no PDV, antecipar tendências e reagir com agilidade às mudanças do mercado não são mais diferenciais, mas exigências para a competitividade. Utilizar dados como fonte de insights estratégicos é o caminho para decisões mais rápidas, investimentos otimizados e resultados superiores.
Gerente de Customer Success da Involves

Compartilhar:

Dados análise

A coleta e o uso de dados estratégicos se tornaram pilares fundamentais na gestão empresarial nas últimas décadas, especialmente com o avanço da tecnologia e a digitalização dos processos de negócios – hoje, com o aperfeiçoamento de ferramentas de analytics e recursos de inteligência artificial, essas práticas deixaram de ser diferenciais competitivos para se tornarem praticamente obrigatórias. Dados como comportamento do consumidor, tendências de mercado e desempenho operacional são utilizados diariamente pelas empresas para prever demandas, ajustar preços, personalizar experiências, entre muitos outros processos.

Uma das combinações mais poderosas facilitadas hoje pela tecnologia é o uso de indicadores de trade marketing para potencializar a inteligência competitiva – ou seja, o processo de coleta, análise e aplicação de informações sobre concorrentes, mercado, clientes, tendências e ambiente externo para auxiliar na tomada de decisões sobre o negócio.

Entre os indicadores mais relevantes a serem analisados na gestão de trade marketing estão a disponibilidade de produtos (que mede o nível de ruptura no PDV, indicando se os produtos estão efetivamente acessíveis ao shopper), o preço praticado (que avalia se o valor no PDV está alinhado à estratégia da marca e competitivo em relação aos concorrentes), a participação de gôndola (ou share de gôndola, que mede a presença física da marca em relação à concorrência), a execução de promoções (que verifica a adesão às campanhas planejadas), e a positivação de pontos extras (que analisa se os espaços diferenciados para exposição estão sendo utilizados de forma eficaz).

Esses indicadores fornecem uma visão clara sobre a performance da marca no ponto de venda, mas também são uma fonte valiosa de dados para a inteligência competitiva. Quando integrados, esses dois elementos oferecem uma visão abrangente do mercado, permitindo a tomada de decisões mais rápidas e precisas.

O elo entre ambos é direto: ao monitorar a disponibilidade de produtos, por exemplo, uma empresa pode identificar falhas na cadeia de abastecimento de concorrentes e agir rapidamente para ocupar essa lacuna. Da mesma forma, ao acompanhar o preço praticado, é possível ajustar estratégias de precificação para maximizar a competitividade. Já a participação de gôndola pode revelar áreas onde há espaço para reposicionamento ou crescimento. Ao interpretar esses dados, a inteligência competitiva transforma informações do PDV em insights acionáveis, permitindo que as marcas estejam sempre à frente das mudanças do mercado.

Um diferencial importante é a capacidade de monitorar e analisar esses indicadores em tempo real: só o monitoramento contínuo permite reações rápidas a desvios ou oportunidades, como corrigir uma falha de execução antes que ela impacte negativamente as vendas – por exemplo, se um produto está em ruptura, a equipe responsável pode ser acionada para solucionar o problema imediatamente. Além disso, a observação constante do comportamento de concorrentes e consumidores permite ajustes ágeis no mix de produtos, estratégias promocionais e posição de mercado. Quanto maior o número de PDVs monitorados, maior o ganho nas vendas. Esse é um indicador que pode ser comprovado ao longo do tempo, principalmente se estiver vinculado a algum programa de loja perfeita – por isso, o tempo do promotor em loja é um fator muito importante, e a tecnologia é determinante na otimização desse tempo. Quanto menor o tempo em loja, mais lojas o promotor poderá visitar, o que, consequentemente, aumenta a capilaridade das informações.

A análise combinada de indicadores de trade marketing e inteligência competitiva representa uma importante ferramenta de gestão, e é uma necessidade para empresas que desejam permanecer competitivas. Essa abordagem permite monitorar a execução no PDV, mas também antecipar tendências e responder com agilidade a mudanças nas condições de mercado. Ao utilizar dados de forma estratégica, as empresas ganham uma maior capacidade de tomar decisões informadas, otimizando investimentos e aumentando a eficiência operacional, tudo isso com impacto direto nos resultados.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

A difícil arte de premiar sem capitular

Desde Alfred Nobel, o ato de reconhecer os feitos dos seres humanos não é uma tarefa trivial, mas quando bem-feita costuma resultar em ganho reputacional para que premia e para quem é premiado

Inovação
Depois de quatro dias de evento, Rafael Ferrari, colunista e correspondente nos trouxe suas reflexões sobre o evento. O que esperar dos próximos dias?

Rafael Ferrari

12 min de leitura
ESG
Este artigo convida os profissionais a reimaginarem a fofoca — não como um tabu, mas como uma estratégia de comunicação refinada que reflete a necessidade humana fundamental de se conectar, compreender e navegar em paisagens sociais complexas.

Rafael Ferrari

7 min de leitura
ESG
Prever o futuro vai além de dados: pesquisa revela que 42% dos brasileiros veem a diversidade de pensamento como chave para antecipar tendências, enquanto 57% comprovam que equipes plurais são mais produtivas. No SXSW 2025, Rohit Bhargava mostrou que o verdadeiro diferencial competitivo está em combinar tecnologia com o que é 'unicamente humano'.

Dilma Campos

7 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Para líderes e empreendedores, a mensagem é clara: invista em amplitude, não apenas em profundidade. Cultive a curiosidade, abrace a interdisciplinaridade e esteja sempre pronto para aprender. O futuro não pertence aos que sabem tudo, mas aos que estão dispostos a aprender tudo.

Rafael Ferrari e Marcel Nobre

5 min de leitura
ESG
A missão incessante de Brené Brown para tirar o melhor da vulnerabilidade e empatia humana continua a ecoar por aqueles que tentam entender seu caminho. Dessa vez, vergonha, culpa e narrativas são pontos cruciais para o entendimento de seu pensamento.

Rafael Ferrari

0 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A palestra de Amy Webb foi um chamado à ação. As tecnologias que moldarão o futuro – sistemas multiagentes, biologia generativa e inteligência viva – estão avançando rapidamente, e precisamos estar atentos para garantir que sejam usadas de forma ética e sustentável. Como Webb destacou, o futuro não é algo que simplesmente acontece; é algo que construímos coletivamente.

Glaucia Guarcello

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O avanço do AI emocional está revolucionando a interação humano-computador, trazendo desafios éticos e de design para cada vez mais intensificar a relação híbrida que veem se criando cotidianamente.

Glaucia Guarcello

7 min de leitura
Tecnologias exponenciais
No SXSW 2025, Meredith Whittaker alertou sobre o crescente controle de dados por grandes empresas e governos. A criptografia é a única proteção real, mas enfrenta desafios diante da vigilância em massa e da pressão por backdoors. Em um mundo onde IA e agentes digitais ampliam a exposição, entender o que está em jogo nunca foi tão urgente.

Marcel Nobre

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
As redes sociais prometeram revolucionar a forma como nos conectamos, mas, décadas depois, é justo perguntar: elas realmente nos aproximaram ou nos afastaram?

Marcel Nobre

7 min de leitura
ESG
Quanto menos entenderem que DEI não é cota e oportunidades de enriquecer a complexidade das demandas atuais, melhor seu negócio se sustentará nos desenhos de futuros que estão aparencendo.

Rafael Ferrari

0 min de leitura