ESG
0 min de leitura

Como vulnerabilidade, curiosidade e empatia podem transformar lideranças e conexões humanas”

A missão incessante de Brené Brown para tirar o melhor da vulnerabilidade e empatia humana continua a ecoar por aqueles que tentam entender seu caminho. Dessa vez, vergonha, culpa e narrativas são pontos cruciais para o entendimento de seu pensamento.
Rafael Ferrari é sócio-líder da Deloitte Ventures, especialista em inovação e transformação digital. No ano de 2024 foi eleito um dos 3 brasileiro na lista do top 100 OutStanding global LGBT Executive Role Model. Com mais de 15 anos de experiência realizou trabalhos na América Latina e Canada. Liderou de projetos com abrangência global e atualmente lidera os maiores programas de inovação e transformação digital do país. É professor titular da Fundação Dom Cabral no MBA Internacional. Na escola Conquer é professor de transformação digital e inovação. Nos últimos quatro anos se dedicou a criação e evolução do DE&I LGBT+ no Brasil fazendo parte do conselho global do tema em nossa empresa.

Compartilhar:

BreneBrownSXSW2025

No terceiro dia do SXSW 2025, Brené Brown, renomada pesquisadora e autora best-seller, liderou uma discussão profunda e transformadora no painel “Audible’s ‘The Unusual Suspects with Kenya Barris and Malcolm Gladwell’ Live with Brené Brown”.

Com uma abordagem interdisciplinar que misturou narrativas pessoais, pesquisa acadêmica e insights sociais, Brown continuou sua conduta missionária de explorar temas relevantes do nosso cotidiano, como vulnerabilidade, vergonha e empatia, destacando sua importância para o crescimento pessoal e profissional.

A mensagem central, como sempre, foi clara para quem a acompanha: abrace a vulnerabilidade, entenda a complexidade emocional e cultive a curiosidade genuína. Esses elementos, segundo Brown, são fundamentais para construir conexões humanas significativas e enfrentar os desafios de um mundo em constante mudança.

Um dos pontos trazidos foi a questão de lidar com as emoções: tanto a vergonha, quanto as complexidades emocionais que estamos reconhecendo nos outros. Brené destacou a vergonha como uma experiência universal: 95% dos seres humanos a experimentam em algum momento da vida.

No entanto, ela fez uma distinção crucial entre vergonha (focada no “eu sou ruim”) e culpa (focada no “eu fiz algo ruim”). Enquanto a culpa pode ser produtiva, a vergonha é uma “emoção mestre” que influencia negativamente nossas interações e autoestima.

Para desenvolver resiliência emocional, Brown enfatizou a importância de entender os mecanismos da vergonha. Isso inclui reconhecer seus gatilhos, praticar a autorreflexão e desenvolver um vocabulário emocional mais rico. Segundo ela, só enfrentando a vergonha podemos construir relacionamentos mais autênticos e saudáveis.

Outro tema central foi o papel da curiosidade genuína na construção de conexões humanas. Brown argumentou que a curiosidade exige vulnerabilidade, pois nos coloca em um estado de incerteza e abertura. Em uma cultura que valoriza respostas rápidas e certezas, cultivar a curiosidade é um ato de coragem.

Ela sugeriu estratégias práticas para praticar a curiosidade:

  • Escuta ativa: Ouvir sem julgamentos imediatos.
  • Suspender julgamentos: Abrir-se para novas perspectivas.
  • Abraçar a incerteza: Estar disposto a sair de uma conversa diferente de como se entrou.

Para Brown, a curiosidade não é apenas uma ferramenta para aprender, mas também para conectar-se profundamente com os outros.

A importância da narrativa para os próximos passos: está na empatia que temos uns com os outros

Brown também explorou o poder das narrativas autênticas. Construir histórias com empatia, segundo ela, exige vulnerabilidade e a capacidade de desafiar preconceitos. Narrativas bem construídas não apenas comunicam verdades pessoais, mas também expandem as perspectivas da audiência.

Ela destacou a importância de usar a vulnerabilidade como ferramenta narrativa, criando arcos que ressoam com as experiências humanas universais. Para Brown, histórias autênticas são pontes que conectam pessoas e ideias.

5 Estratégias para Praticar a Vulnerabilidade e Construir Conexões

Brown concluiu com sugestões práticas para abraçar a vulnerabilidade e fortalecer conexões:

  1. Desenvolvimento da Inteligência Emocional:
    • Pratique autorreflexão regularmente.
    • Reconheça e trabalhe os gatilhos de vergonha.
    • Amplie seu vocabulário emocional para expressar sentimentos com clareza.
  2. Aprimoramento da Comunicação:
    • Ouça ativamente, sem julgamentos.
    • Faça perguntas exploratórias para entender perspectivas diferentes.
    • Esteja aberto a mudar de opinião durante uma conversa.
  3. Estratégias de Crescimento Pessoal:
    • Desafie suas zonas de conforto regularmente.
    • Aceite a vulnerabilidade como parte do processo de aprendizado.
    • Cultive uma mentalidade de aprendizado contínuo.
  4. Desenvolvimento Profissional:
    • Integre experiências pessoais às suas percepções profissionais.
    • Desenvolva habilidades de liderança baseadas na empatia.
    • Crie ambientes de comunicação inclusivos e seguros.
  5. Pesquisa e Compreensão:
    • Aborde temas complexos com curiosidade e mente aberta.
    • Questione paradigmas existentes e explore novas perspectivas.
    • Mantenha uma abordagem interdisciplinar para resolver problemas.

Como sempre, as palestras de Brené Brown são um chamado à ação para líderes, empreendedores e inovadores. Em um mundo cada vez mais complexo e incerto, a vulnerabilidade não é uma fraqueza, mas uma fonte de força e conexão. Ao abraçar a curiosidade, enfrentar a vergonha e construir narrativas autênticas, podemos criar ambientes mais humanos, inclusivos e inovadores.

Onde alguns percebem como fraqueza, ela enxerga um potencial enorme para o amanhã.

Compartilhar:

Rafael Ferrari é sócio-líder da Deloitte Ventures, especialista em inovação e transformação digital. No ano de 2024 foi eleito um dos 3 brasileiro na lista do top 100 OutStanding global LGBT Executive Role Model. Com mais de 15 anos de experiência realizou trabalhos na América Latina e Canada. Liderou de projetos com abrangência global e atualmente lidera os maiores programas de inovação e transformação digital do país. É professor titular da Fundação Dom Cabral no MBA Internacional. Na escola Conquer é professor de transformação digital e inovação. Nos últimos quatro anos se dedicou a criação e evolução do DE&I LGBT+ no Brasil fazendo parte do conselho global do tema em nossa empresa.

Artigos relacionados

Megatendências abrangentes no design: estrutura holística para 2025

Megatendências abrangentes no design: estrutura holística para 2025

O papel do design nem sempre recebe o mérito necessário. Há ainda quem pense que se trata de uma área do conhecimento que é complexa em termos estéticos, mas esse pensamento acaba perdendo a riqueza de detalhes que é compreender as capacidades cognoscíveis que nós possuímos.

Amy Webb SXSW 2025

O que são sistemas multiagentes, biologia generativa e o inteligência viva, destacados por Amy Webb no SXSW 2025

A palestra de Amy Webb foi um chamado à ação. As tecnologias que moldarão o futuro – sistemas multiagentes, biologia generativa e inteligência viva – estão avançando rapidamente, e precisamos estar atentos para garantir que sejam usadas de forma ética e sustentável. Como Webb destacou, o futuro não é algo que simplesmente acontece; é algo que construímos coletivamente.

Empreendedorismo
Um guia para a liderança se antecipar às consequências não intencionais de suas decisões

Lilian Cruz e Andréa Dietrich

4 min de leitura
ESG
Entre nós e o futuro desejado, está a habilidade de tecer cada nó de um intricado tapete que une regeneração, adaptação e compromisso climático — uma jornada que vai de Baku a Belém, com a Amazônia como palco central de um novo sistema econômico sustentável.

Bruna Rezende

5 min de leitura
ESG
Crescimento de reclamações à ANS reflete crise na saúde suplementar, impulsionada por reajustes abusivos e falta de transparência nos planos de saúde. Empresas enfrentam desafios para equilibrar custos e atender colaboradores. Soluções como auditorias, BI e humanização do atendimento surgem como alternativas para melhorar a experiência dos beneficiários e promover sustentabilidade no setor.
4 min de leitura
Finanças
Brasil enfrenta aumento de fraudes telefônicas, levando Anatel a adotar medidas rigorosas para proteger consumidores e empresas, enquanto organizações investem em tecnologia para garantir segurança, transparência e uma comunicação mais eficiente e personalizada.

Fábio Toledo

4 min de leitura
Finanças
A recente vitória de Donald Trump nos EUA reaviva o debate sobre o protecionismo, colocando em risco o acesso do Brasil ao segundo maior destino de suas exportações. Porém, o país ainda não está preparado para enfrentar esse cenário. Sua grande vulnerabilidade está na dependência de um número restrito de mercados e produtos primários, com pouca diversificação e investimentos em inovação.

Rui Rocha

0 min de leitura
Finanças
O Revenue Operations (RevOps) está em franca expansão global, com estimativa de que 75% das empresas o adotarão até 2025. No Brasil, empresas líderes, como a 8D Hubify, já ultrapassaram as expectativas, mais que dobrando o faturamento e triplicando o lucro ao integrar marketing, vendas e sucesso do cliente. A Inteligência Artificial é peça-chave nessa transformação, automatizando interações para maior personalização e eficiência.

Fábio Duran

3 min de leitura
Empreendedorismo
Trazer os homens para a discussão, investir em ações mais intencionais e implementar a licença-paternidade estendida obrigatória são boas possibilidades.

Renata Baccarat

4 min de leitura
Uncategorized
Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Ivan Cruz

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Edmee Moreira

4 min de leitura
ESG
A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

Ana Carolina Peuker

4 min de leitura