Desenvolvimento pessoal

Convivendo com os espaços vazios

O silêncio das nossas falas nos convida a encontrar a voz do outro e praticarmos a escuta verdadeira
__Viviane Mansi__ é executiva, conselheira e professora. Está atualmente na Diageo e passou por empresas como Toyota, GE, Votorantim e MSD. É coautora de Emoção e Comunicação – Reflexão para humanização das relações de trabalho.
Viviane Mansi é executiva da Toyota e da Fundação Toyota do Brasil, conselheira e professora. Participou da COP27, em novembro de 2022.

Compartilhar:

Hoje em dia a gente convive com excesso de informação, a ponto de eventualmente nos sentirmos soterrados e angustiados com tanta coisa que ouvimos. Nesse sentido, nós não sequer conseguimos alcançar a profundidade necessária para emitir opiniões. Mas a gente emite mesmo assim, né? 

Lemos duas linhas de informação – normalmente escritas de forma proposital para gerar polêmica – mas acabamos mordendo a isca e damos nossa contribuição para criar mais e mais falatório em cima de coisa superficial. Dessa maneira, oferecemos a profundidade de uma poça d’água. Entretanto, nunca é tarde para mudar. Eis que essa é a intenção desse breve artigo: convidar para a escuta, em vez de convidar a falar. 

A gente tem carecido de escutar. Escuta verdadeira, sabe? Essa escuta que se conecta verdadeiramente com o outro, que se importa com o outro. O [ouvir que é capaz de criar um parêntese](https://www.revistahsm.com.br/post/manual-do-feedback-7-passos-para-nao-errar) na vida agitada para dar atenção de verdade a quem está perto de nós.

Pra que fazer isso? Acho que por várias razões, mas uma delas é porque a gente aprende mais quando escuta do que quando fala. Tem um mundo novo aí diante de nós pedindo encarecidamente para mudarmos os velhos hábitos (na verdade, o mundo está mandando mesmo, mas eu estou muito polida hoje) e em breve receberemos um ultimato. Seremos capazes de boas e grande decisões? 

## O mergulho no outro

Qual nosso aprendizado durante o ano passado que agora nos permite tomar melhores decisões? Eu engordo as estatísticas daqueles que tiveram um ano produtivo, estudei mais, produzi mais, descobri que eu conseguia fazer coisas que eu nunca tinha feito, mas pra que serve tudo isso? 

Está na hora de olhar pra frente, não se vangloriar pro espelho (na verdade, tenha sempre uma visão generosa consigo diante do espelho, só não considere isso a única coisa a fazer). 

Então, fica aqui o meu desejo de que a gente aproveite mais os espaços vazios de fala para mergulharmos um pouco mais no que as pessoas precisam, entendem, querem, buscam. 

Que a tentação de preencher esses vazios com falas que podem ser tão vazias quanto não nos vença. Que possamos ouvir a direção que o silêncio tenta nos dar. 

Ouvir (ou escutar, quando alguns preferem dizer) é uma forma de respeito e precisaremos muito disso [para que esse ano](https://www.revistahsm.com.br/post/para-alem-dos-desejos-de-ano-novo) possa ser melhor que o último.

Muita luz pra todos vocês em 2021!

Compartilhar:

__Viviane Mansi__ é executiva, conselheira e professora. Está atualmente na Diageo e passou por empresas como Toyota, GE, Votorantim e MSD. É coautora de Emoção e Comunicação – Reflexão para humanização das relações de trabalho.

Artigos relacionados

Passa conhecimento

Incluir intencionalmente ou excluir consequentemente?

A estreia da coluna “Papo Diverso”, este espaço que a Talento Incluir terá a partir de hoje na HSM Management, começa com um texto de sua CEO, Carolina Ignarra, neste dia 3/12, em que se trata do “Dia da Pessoa com Deficiência”, um marco necessário para continuarmos o enfrentamento das barreiras do capacitismo, que ainda existe cotidianamente em nossa sociedade.

Finanças
A recente vitória de Donald Trump nos EUA reaviva o debate sobre o protecionismo, colocando em risco o acesso do Brasil ao segundo maior destino de suas exportações. Porém, o país ainda não está preparado para enfrentar esse cenário. Sua grande vulnerabilidade está na dependência de um número restrito de mercados e produtos primários, com pouca diversificação e investimentos em inovação.

Rui Rocha

0 min de leitura
Finanças
O Revenue Operations (RevOps) está em franca expansão global, com estimativa de que 75% das empresas o adotarão até 2025. No Brasil, empresas líderes, como a 8D Hubify, já ultrapassaram as expectativas, mais que dobrando o faturamento e triplicando o lucro ao integrar marketing, vendas e sucesso do cliente. A Inteligência Artificial é peça-chave nessa transformação, automatizando interações para maior personalização e eficiência.

Fábio Duran

3 min de leitura
Empreendedorismo
Trazer os homens para a discussão, investir em ações mais intencionais e implementar a licença-paternidade estendida obrigatória são boas possibilidades.

Renata Baccarat

4 min de leitura
Uncategorized
Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Ivan Cruz

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Edmee Moreira

4 min de leitura
ESG
A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

Ana Carolina Peuker

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
Conheça o conceito de Inteligência Cultural e compreenda os três pilares que vão te ajudar a trazer clareza e compreensão para sua comunicação interpessoal (e talvez internacional)

Angelina Bejgrowicz

4 min de leitura
Liderança
Entenda como construir um ambiente organizacional que prioriza segurança psicológica, engajamento e o desenvolvimento genuíno das equipes.

Athila Machado

6 min de leitura
Empreendedorismo
Após a pandemia, a Geração Z que ingressa no mercado de trabalho aderiu ao movimento do "quiet quitting", realizando apenas o mínimo necessário em seus empregos por falta de satisfação. Pesquisa da Mckinsey mostra que 25% da Geração Z se sentiram mais ansiosos no trabalho, quase o dobro das gerações anteriores. Ambientes tóxicos, falta de reconhecimento e não se sentirem valorizados são alguns dos principais motivos.

Samir Iásbeck

4 min de leitura
Empreendedorismo
Otimizar processos para gerar empregos de melhor qualidade e remuneração, desenvolver produtos e serviços acessíveis para a população de baixa renda e investir em tecnologias disruptivas que possibilitem a criação de novos modelos de negócios inclusivos são peças-chave nessa remontagem da sociedade no mundo

Hilton Menezes

4 min de leitura