Espaço lifelong learning

E agora?

O que os meses dominados pelo medo vão nos trazer de ensinamento? este é o momento de traçar novos cenários e tomar decisões para o futuro
Jornalista com ampla experiência nas áreas de negócios, inovação e tecnologia. Especializado em produção de conteúdo para veículos de mídia, branded content e gestão de projetos multiplataforma (online, impresso e eventos). Vencedor dos prêmios Citi Journalistic Excellence Award e Editora Globo de Jornalismo. Também é gerente de conteúdo da HSM Management.

Compartilhar:

Medo de ficar doente, medo de perder o emprego, medo de perder dinheiro, medo de morrer, medo de perder alguém querido, medo de sentir medo. Ainda estamos para descobrir qual será o efeito de meses de escolhas orientadas pelo medo. Todos nós, em diferentes graus e condições de pressão e temperatura, passamos algumas noites em claro enquanto tentávamos encontrar um caminho seguro em meio à incerteza e ao distanciamento social. Agora que conseguimos enxergar alguma luz no fim do túnel, mesmo que fosca e oscilante, podemos nos dar ao luxo de perguntar: qual sentimento guiará nossas decisões daqui em diante?

Vou tentar evitar o clichê e a autoajuda da relação entre medo, coragem e superação. Porém, acho que não podemos desperdiçar a oportunidade de reflexão que bateu à nossa porta. Tivemos a chance de encarar alguns de nossos piores demônios. Entre eles, nossa própria finitude. E isso não é pouca coisa em um mundo cada vez mais sufocado pelo excesso de positivismo e pela tal ditadura da felicidade.

Foi na marra, da pior maneira possível. Mas aprendemos novamente a dialogar com nossos medos e a aceitar a sua existência. Acima de tudo, reajustamos nossas expectativas e fizemos um novo pacto de aceitação com nossas angústias e outros aspectos mais incontroláveis da vida. Olhar para o abismo não tem sido fácil. Mas nunca foi tão importante para lidar com o nosso caos interno e externo.

A pergunta que ainda não sabemos responder é: como estaremos quando chegarmos ao outro lado? Mais cautelosos? Mais ousados? Mais criativos? Agora é o momento certo de imaginar cenários de futuros possíveis e tomar decisões que nos levem a futuros desejáveis. Mas, pensando em uma coluna sobre lifelong learning (e a Gabi Teco, a sempre atenta editora-executiva da HSM Management, não me deixa fugir do tema), gosto de sonhar com a formação de uma mentalidade de aprendizado menos utilitarista. Mais conectada aos nossos medos, anseios e inseguranças – e, portanto, aos nossos desejos mais verdadeiros.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Há um fio entre Ada Lovelace e o CESAR

Fora do tempo e do espaço, talvez fosse improvável imaginar qualquer linha que me ligasse a Ada Lovelace. Mais improvável ainda seria incluir, nesse mesmo

Empreendedorismo
Embora talvez estejamos longe de ver essa habilidade presente nos currículos formais, é ela que faz líderes conscientes e empreendedores inquietos
3 min de leitura
Marketing Business Driven
Leia esta crônica e se conscientize do espaço cada vez maior que as big techs ocupam em nossas vidas
3 min de leitura
Empreendedorismo
Falta de governança, nepotismo e desvios: como as empresas familiares repetem os erros da vilã de 'Vale Tudo'

Sergio Simões

7 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Já notou que estamos tendo estas sensações, mesmo no aumento da produção?

Leandro Mattos

7 min de leitura
Empreendedorismo
Fragilidades de gestão às vezes ficam silenciosas durante crescimentos, mas acabam impedindo um potencial escondido.

Bruno Padredi

5 min de leitura
Empreendedorismo
51,5% da população, só 18% dos negócios. Como as mulheres periféricas estão virando esse jogo?

Ana Fontes

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A inteligência artificial está reconfigurando decisões empresariais e estruturas de poder. Sem governança estratégica, essa tecnologia pode colidir com os compromissos ambientais, sociais e éticos das organizações. Liderar com consciência é a nova fronteira da sustentabilidade corporativa.

Marcelo Murilo

7 min de leitura
ESG
Projeto de mentoria de inclusão tem colaborado com o desenvolvimento da carreira de pessoas com deficiência na Eurofarma

Carolina Ignarra

6 min de leitura
Saúde mental, Gestão de pessoas
Como as empresas podem usar inteligência artificial e dados para se enquadrar na NR-1, aproveitando o adiamento das punições para 2026
0 min de leitura
ESG
Construímos um universo de possibilidades. Mas a pergunta é: a vida humana está realmente melhor hoje do que 30 anos atrás? Enquanto brasileiros — e guardiões de um dos maiores biomas preservados do planeta — somos chamados a desafiar as retóricas de crescimento e consumo atuais. Se bem endereçados, tais desafios podem nos representar uma vantagem competitiva e um fôlego para o planeta

Filippe Moura

6 min de leitura