Diversidade, Gestão de pessoas, Estratégia e execução

ESG e os jovens: qual a relação entre eles?

ESG ganha ainda mais força quando integra ações estratégicas de inclusão de jovens nos processos seletivos de estagiários e trainees
Sabina Augras e Laura Fuks são sócias fundadoras da Cmov, edtech na área de carreira e empregabilidade.

Compartilhar:

Ao longo dos últimos anos, a parte “social” do ESG (sigla em inglês para Meio Ambiente, Social e Governança) está ganhando cada vez mais força dentro das organizações. Discussões sobre inclusão, impacto social e marca empregadora nunca antes estiveram tão à frente das decisões estratégicas e dos indicadores das bolsas de valores. O conceito do RH estratégico e humanizado está fazendo cada vez mais sentido para as organizações.

Esse novo movimento faz com os RHs das empresas comecem a repensar sobre seus processos seletivos e, principalmente, sobre qual nível de exigência é realmente necessário quando se descreve um perfil para uma vaga júnior ou de estágio dentro de uma organização. E o quanto essa empresa pode ajudar esse jovem no desenvolvimento que será necessário para atuar nessa empresa, preparando-o mesmo antes ou durante os processos seletivos. Por isso, cada vez mais, as áreas de RH das empresas vêm buscando soluções para essa questão.

Para se falar em soluções, é fundamental pensarmos antes em necessidades e alguns indicadores sociais podem contribuir nessa direção. Se falarmos em taxa de desemprego no Brasil, principalmente de jovens, perceberemos que inclusão e empregabilidade são, sem dúvida, grandes problemas sociais no nosso país. Neste sentido, a sustentabilidade social deixa de ser uma escolha para as empresas e passa a ser uma questão de sobrevivência.

Ter a área de Recursos Humanos envolvida no desenvolvimento de ações e projetos alinhados aos preconizados pelo ESG permitirá ao RH gerar indicadores realmente estratégicos e, aos jovens, contar com mais oportunidades de acessar o mercado de trabalho.

## Uma questão de sobrevivência para as empresas

Para corroborar com essa afirmativa, a maior gestora de recursos do mundo, a BlackRock, colocou a sustentabilidade no centro da estratégia de investimento e vai considerar o risco ESG no mesmo patamar das avaliações de crédito e liquidez. A gestora reforçou a intenção de aumentar a alocação de recursos em companhias que, além do lucro, gerem benefícios à sociedade. Não é à toa que indicadores como inclusão e empregabilidade começam a ganhar cada vez mais força nas empresas e em seus processos seletivos.

Estando o RH à frente dos principais programas de “porta de entrada” das empresas, ele deve ser um dos grandes catalisadores para esse processo de transformação, principalmente atuando no desenvolvimento de jovens que não teriam a chance de conseguir ser aprovados nos seus processos seletivos sem essa oportunidade.

A Eureca, empresa responsável pelo processo seletivo de estagiários e trainees de grandes organizações, a Eneva, empresa privada de geração de energia, a UISA, através do seu Instituto Florescer e a Vinci Partners, empresa de fundos de investimentos são alguns exemplos de organizações que já estão à frente nesse caminho. Apoiar o desenvolvimento dos jovens que ainda estão buscando oportunidades no mercado, para aumentar a sua empregabilidade, já é uma realidade nessas empresas.

## O papel dos jovens nessa jornada

Se por um lado as empresas têm um papel importantíssimo a desempenhar na questão da inclusão e empregabilidade dos jovens, por outro, os jovens passam a ter também um papel fundamental nesse caminho. Aproveitar essas oportunidades significa engajamento e dedicação. Identificar empresas e oportunidades que, de fato, estão propondo soluções de apoio ao desenvolvimento e empregabilidade dos jovens pode ser um caminho menos árduo na busca de uma oportunidade no mercado de trabalho.

Incluir passa a significar também desenvolver e oferecer ferramentas para permitir o aumento da empregabilidade dos jovens. É importante possibilitar que esse jovem esteja preparado para as possíveis vagas dentro da organização, mas também mostrar para eles que é possível trilhar diferentes caminhos de carreira. Nesse processo, todos ganham. A empresa passa a ter jovens mais preparados e engajados para suas vagas e os jovens passam a entender que têm um espaço muito maior dentro do mercado de trabalho.

Compartilhar:

Sabina Augras e Laura Fuks são sócias fundadoras da Cmov, edtech na área de carreira e empregabilidade.

Artigos relacionados

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Gestão de Pessoas
Conheça o conceito de Inteligência Cultural e compreenda os três pilares que vão te ajudar a trazer clareza e compreensão para sua comunicação interpessoal (e talvez internacional)

Angelina Bejgrowicz

4 min de leitura
Liderança
Entenda como construir um ambiente organizacional que prioriza segurança psicológica, engajamento e o desenvolvimento genuíno das equipes.

Athila Machado

6 min de leitura
Empreendedorismo
Após a pandemia, a Geração Z que ingressa no mercado de trabalho aderiu ao movimento do "quiet quitting", realizando apenas o mínimo necessário em seus empregos por falta de satisfação. Pesquisa da Mckinsey mostra que 25% da Geração Z se sentiram mais ansiosos no trabalho, quase o dobro das gerações anteriores. Ambientes tóxicos, falta de reconhecimento e não se sentirem valorizados são alguns dos principais motivos.

Samir Iásbeck

4 min de leitura
Empreendedorismo
Otimizar processos para gerar empregos de melhor qualidade e remuneração, desenvolver produtos e serviços acessíveis para a população de baixa renda e investir em tecnologias disruptivas que possibilitem a criação de novos modelos de negócios inclusivos são peças-chave nessa remontagem da sociedade no mundo

Hilton Menezes

4 min de leitura
Finanças
Em um mercado cada vez mais competitivo, a inovação se destaca como fator crucial para o crescimento empresarial. Porém, transformar ideias inovadoras em realidade requer compreender as principais fontes de fomento disponíveis no Brasil, como BNDES, FINEP e Embrapii, além de adotar uma abordagem estratégica na elaboração de projetos robustos.

Eline Casalosa

4 min de leitura
Empreendedorismo
A importância de uma cultura organizacional forte para atingir uma transformação de visão e valores reais dentro de uma empresa

Renata Baccarat

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Em meio aos mitos sobre IA no RH, empresas que proíbem seu uso enfrentam um paradoxo: funcionários já utilizam ferramentas como ChatGPT por conta própria. Casos práticos mostram que, quando bem implementada, a tecnologia revoluciona desde o onboarding até a gestão de performance.

Harold Schultz

3 min de leitura
Gestão de Pessoas
Diferente da avaliação anual tradicional, o modelo de feedback contínuo permite um fluxo constante de comunicação entre líderes e colaboradores, fortalecendo o aprendizado, o alinhamento de metas e a resposta rápida a mudanças.

Maria Augusta Orofino

3 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A Inteligência Artificial, impulsionada pelo uso massivo e acessível, avança exponencialmente, destacando-se como uma ferramenta inclusiva e transformadora para o futuro da gestão de pessoas e dos negócios

Marcelo Nóbrega

4 min de leitura
Liderança
Ao promover autonomia e resultados, líderes se fortalecem, reduzindo estresse e superando o paternalismo para desenvolver equipes mais alinhadas, realizadas e eficazes.

Rubens Pimentel

3 min de leitura