Estratégia e Execução

O varejo geral investe em saúde

knowledge@wharton analisa a criação do primeiro centro de saúde de baixo custo do walmart, em Atlanta, eua

Compartilhar:

Ao anunciar, em setembro, o lançamento do Walmart Health, o primeiro centro de saúde da maior varejista do mundo, o vice-presidente Sean Slovenski foi categórico: essa é uma iniciativa estratégica, não uma brincadeira. “O cliente está no centro de tudo o que fazemos e esse é o foco dessa iniciativa”, afirmou o executivo sênior, que lidera a área de saúde e bem-estar da empresa. 

Com mais de 3 mil metros quadrados, o Walmart Health, localizado na região de Atlanta (estado da Georgia), oferecerá uma ampla gama de serviços, incluindo atendimento médico básico, consultas odontológicas e oftalmológicas, serviços de laboratório, raio X, eletrocardiograma e acompanhamento nutricional. Um de seus diferenciais, segundo Slovenski, serão os custos baixos e “transparentes”. 

O Walmart já operava clínicas especializadas nos Estados Unidos, além de uma das maiores redes de farmácias do país. Em 2018, a área de saúde e bem-estar registrou um faturamento de US$ 36 bilhões, 9% das vendas totais da empresa. 

No entanto, na visão de especialistas ouvidos pela Knowledge@Wharton, o projeto-piloto dos centros de saúde revela um propósito maior de disputar uma fatia significativa dos cerca de US$ 1,3 trilhão do mercado norte-americano. 

Robert Field, professor de gestão e política de saúde da Drexel University, explica que há marcas bem conhecidas que desempenham um papel importante nos sistemas de assistência médica, mas a questão é saber se isso pode se aplicar a empresas de fora do setor, como uma grande rede varejista. “As pessoas serão capazes de confiar no Walmart do mesmo modo como confiam em clínicas tradicionais?”, pergunta. 

Mark Pauly, da Wharton, destaca, por sua vez, que o centro de saúde do Walmart busca atrair o público que precisa de atendimento básico, não os pacientes de doenças crônicas ou complexas. “Parece a estratégia certa”, afirma. “O cliente vai comprar algo de que precisa e aproveita para olhar aquela dor de garganta que está incomodando”, comenta.

Para os especialistas, a iniciativa do Walmart pode não ser brincadeira, como garantiu o vice-presidente da área, mas é, em grande parte, experimental. E a rede varejista conta com uma posição privilegiada para fazer essa aposta. 

“Eles têm dinheiro e muitas instalações que podem utilizar para oferecer serviços de saúde”, destaca Field. “Além disso, temos observado uma tendência de o setor de tornar mais ‘empresarial’ do que pessoal, o que pode abrir caminho para que o Walmart ‘comercialize’ o tipo de atendimento básico que está oferecendo”, acrescenta.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inglês e liderança empresarial: competência linguística como diferencial competitivo

A proficiência amplia oportunidades, fortalece a liderança e impulsiona carreiras, como demonstram casos reais de ascensão corporativa. Empresas visionárias que investem no desenvolvimento linguístico de seus talentos garantem vantagem competitiva, pois comunicação eficaz e domínio do inglês são fatores decisivos para inovação, negociação e liderança no cenário global.

Como o cinema e a inteligência artificial podem ser referência ao mundo corporativo

Com o avanço da inteligência artificial, a produção de vídeos se tornou mais acessível e personalizada, permitindo locuções humanizadas, avatares realistas e edições automatizadas. No entanto, o uso dessas tecnologias exige responsabilidade ética para evitar abusos. Equilibrando inovação e transparência, empresas podem transformar a comunicação e o aprendizado, criando experiências imersivas que inspiram e engajam.

Liderança

Posicionamento executivo: a base para o sucesso profissional

Construir e consolidar um posicionamento executivo é essencial para liderar com clareza, alinhar valores e princípios à gestão e impulsionar o desenvolvimento de carreira. Um posicionamento bem definido orienta decisões, fortalece relações profissionais e contribui para um ambiente de trabalho mais ético, produtivo e sustentável.

Uncategorized
Liderança em tempos de brain rot: como priorizar o que realmente importa para moldar um futuro sustentável e inspirador.

Anna Luísa Beserra

0 min de leitura
Gestão de Pessoas
Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Laís Macedo

4 min de leitura
Empreendedorismo
Liderar empresas que continuamente estão inovando é um desafio diário, mas cada questão se torna um aprendizado se feito com empatia e valorização.

Ana Carolina Gozzi

3 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A experiência varia do excepcional ao frustrante, e a Inteligência Artificial (IA) surge como uma aliada para padronizar e melhorar esses serviços em escala global.

Flavio Gonçalves

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
No cenário globalizado, a habilidade de negociar com pessoas de culturas distintas é mais do que desejável; é essencial. Desenvolver a inteligência cultural — combinando vontade, conhecimento, estratégia e ação — permite evitar armadilhas, criar confiança e construir parcerias sustentáveis.

Angelina Bejgrowicz

4 min de leitura
ESG
A resiliência vai além de suportar desafios; trata-se de atravessá-los com autenticidade, transformando adversidades em aprendizado e cultivando uma força que respeita nossas emoções e essência.

Heloísa Capelas

0 min de leitura
ESG
Uma pesquisa revela que ansiedade, estresse e burnout são desafios crescentes no ambiente de trabalho, evidenciando a necessidade urgente de ações para promover a saúde mental e o bem-estar nas empresas.

Fátima Macedo

3 min de leitura
Gestão de Pessoas
Enquanto a Inteligência Artificial transforma setores globais, sua adoção precipitada pode gerar mais riscos do que benefícios.

Emerson Tobar

3 min de leitura
Gestão de Pessoas
Entenda como fazer uso de estratégias de gameficação para garantir benefícios às suas equipes e quais exemplos nos ajudam a garantir uma melhor colaboração em ambientes corporativos.

Nara Iachan

6 min de leitura
Finanças
Com soluções como PIX, contas 100% digitais e um ecossistema de open banking avançado, o país lidera na experiência do usuário e na facilidade de transações. Em contrapartida, os EUA se sobressaem em estratégias de fidelização e pagamentos crossborder, mas ainda enfrentam desafios na modernização de processos e interfaces.

Renan Basso

5 min de leitura