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Quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?

Em um mundo em constante transformação, nunca é cedo ou tarde demais para aprender algo novo
Sócio diretor da Tailor | Headhunter & Estrategista de RH. É conselheiro de administração & advisory de startups e mentor de carreiras. Tem grande experiência em processos de identificação de talentos, transformação cultural e turnaround de modelos de negócio. É autor do livro *O acaso não existe*.

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Cada vez que reflito sobre o porquê de algumas pessoas conseguirem realizar seus sonhos e objetivos, chego às mesmas conclusões: elas são curiosas, caminham no campo da experimentação, estão dispostas a provar diferentes sabores, procuram pelo novo, vão em direção a situações fora da curva e têm a coragem de quebrar velhos paradigmas. São pessoas que possuem mindset de crescimento e elevado nível de consciência.

Em minha busca constante pelo novo e pela causa dos sucessos profissionais, proponho refletirmos sobre a frase “Quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?”.

Mantenho conversas semanais com profissionais em busca de recolocação. Observo que a maioria trabalhou anos ou décadas em uma única empresa e sempre na mesma área de conhecimento, sem necessariamente ter se preocupado em buscar novas experiências.

Muitos nem se recordam quando fizeram alguma coisa nova pela primeira vez. Foram dominados pela rotina do seu trabalho e deixaram passar um tempo precioso. Perderam vários momentos oportunos para viverem novas experiências, tanto profissionais quanto pessoais — momentos que envolveram desde mudanças na maneira de se relacionar e construir redes de contato até o uso de novas tecnologias. Era como se o mundo de fora não participasse do seu ecossistema. Se você assistiu o filme Os estagiários, qualquer semelhança, não é mera coincidência.

## Novos tempos demandam novas atitudes

Muitos profissionais e empresas viveram em um mundo cujas conquistas e mudanças eram lineares, um modelo que lhes garantiu boas histórias de sucesso. Porém, ao longo das últimas décadas, esse mundo deixou de existir e as transformações tornaram-se cada vez mais constantes, rápidas e disruptivas. O universo corporativo tornou-se circular, hiperconectado, e os impactos da inteligência artificial na vida das empresas e das pessoas já não garantem mais que o sucesso de hoje sustentará o de amanhã.

Esse contexto obriga a todos, principalmente nos momentos de crise, a reverem seus processos de inovação, pois algumas histórias de sucesso podem ter escondido a real necessidade e priorização do tema. As empresas, seus produtos e serviços, tornam-se a cada dia centros promotores de experiências dos consumidores, que passaram a ser considerados “colaboradores clientes”.

Os movimentos decorrentes desta maturidade de entendimento impactam diretamente as carreiras dos profissionais. Por isso, é hora de se mexer. O grande desafio das organizações é criar, fortalecer e perpetuar a cultura voltada para a inovação, tornando-se mais [adhocráticas](https://www.revistahsm.com.br/post/intervencoes-de-cultura-e-financas) e tomando as ações mercadológicas possíveis.

Este caminho abre espaço para:

– Desenvolver lideranças cujos papéis passam a ser os de estimular e gerir a colaboração e autonomia das equipes. Tudo em prol dos clientes.
– Fortalecer [ambientes saudáveis](https://www.revistahsm.com.br/post/como-medir-o-risco-psicologico-das-organizacoes), com profissionais engajados e apaixonados pelo que fazem.
– Construir estruturas menos hierárquicas e burocráticas, mais dinâmicas, fluidas e flexíveis. Os cargos perdem suas forças.
– Colocar o ser humano no centro da agenda organizacional. A visão do foco no foco do cliente torna-se fundamental.
– Garantir que todos os colaboradores entendam dos negócios da empresa, principalmente dos business prioritários e não apenas os das suas respectivas áreas técnicas.
– Incentivar os profissionais a terem múltiplas e simultâneas carreiras e serem [intraempreendedores](https://www.revistahsm.com.br/post/a-potencia-do-lider-vulneravel-na-ativacao-do-intraempreendedorismo).

Assim, acredito que o maior estímulo para que as pessoas experimentem algo novo pela primeira vez e de maneira constante é a clareza destes movimentos. Os estímulos devem fazer com que os profissionais busquem sempre por conhecimento, especialmente após sua graduação.

A escolha desta jornada de mudança e crescimento está em nossas mãos, ou melhor, em nossas mentes. Hoje tenho sempre em mente aquilo que eu vou fazer pela primeira vez. E você?

*Gostou do artigo do Gustavo Mançanares Leme? Saiba mais sobre carreira e gestão de pessoas nos conteúdos da comunidade [HR4T – HR for tomorrow](https://www.revistahsm.com.br/comunidade/hr4t-hr-for-tomorrow).

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