Repete-se à exaustão que a Europa adormece e não inova. Será verdade? Ao menos em Paris, parece estar havendo um grande movimento de inovação e empreendedorismo, com participação governamental, mas nem de longe restrito a esta –os jovens estão criando seus negócios. A medida de incentivo do governo é prática e poderosa: você pode receber até 70% de seu último salário durante dois anos quando funda uma empresa. Também se percebe o investimento maciço de dinheiro público, direto ou por meio de estatais, em companhias de venture capital. Se você for um investidor-anjo e colocar dinheiro em novas empresas, receberá benefícios fiscais. Se for empreendedor e contratar pessoas, poderá pagar menos impostos durante determinado número de anos. A França está montando um ecossistema para o empreendedorismo e a inovação. Ela já possuía boas universidades e uma mídia forte, na avaliação do site TechCrunch, e agora completa o tripé ecossistêmico estimulando ativamente investidores e empreendedores. Tanto que alguns cérebros franceses por muito tempo lotados no Vale do Silício andam voltando para a terra natal. Os resultados podem demorar um pouco para aparecer, mas ninguém duvida de que virão. Na verdade, a cena empreendedora de Paris já vem esquentando. Nomes cada vez mais citados são o da aceleradora TheFamily, o do evento de empreendedores digitais LeWeb, o da publicação TechBaguette, o do site Appgratis (um aplicativo gratuito por dia), o da Babble Planet (plataforma online de ensino de inglês para crianças) e o da Augment (de realidade aumentada), entre outros. Foi-se o tempo em que apenas os norte-americanos eram referência.