Editorial

Uma jovem de 25 anos com sabedoria de 150

Compartilhar:

Este editorial vai ser excepcionalmente escrito na primeira pessoa do plural – somos nós dois a escrevê-lo. Entenda por “nós” o cofundador da HSM e grande idealizador da revista José Salibi Neto (o S de HSM) e o presidente da HSM, Reynaldo Gama. Ambos pagamos tributo a __HSM Management__ como thinkers e practioners da gestão e da liderança de empresas. E ambos sabemos que dificilmente há fonte de insights melhor.

Começamos compartilhando nossas memórias afetivas da revista. Eu, Reynaldo, lembro de ter me conectado com __HSM Management__ pela primeira vez no início dos anos 2000, o acesso a um conteúdo vanguardista naquela época era mais difícil e a revista era a queridinha daqueles que cursavam administração de empresas e economia. Lembro que economizava (vida de universitário não é fácil) para correr nas bancas e comprá-la! Eu estudava à noite e fazia estágio durante o dia, a revista me acompanhava nos trajetos de ônibus entre casa, trabalho, universidade e casa. Entre muitas coisas, lembro-me da primeira revista em 2003, em que li o alerta de Peter Senge sobre empresas totalitárias não poderem ser learning organizations, porque é preciso haver uma democracia de ideias para haver capacidade de aprender continuamente.

Eu, Salibi, lembro-me também dessa primeira edição de 2003, porque foi quando começamos a fazer uma cobertura sistêmica da HSM Expo na revista. Em vez de oferecer um pequeno resumo do que era dito em cada palestra – o que disse Senge, Tom Peters, Deepak Chopra, Michael Hammer etc. –, provoquei a equipe a relacionar entre si os conteúdos dos diversos participantes, internacionais e brasileiros, com uma abordagem multidisciplinar. Afinal, gestão das empresas é multidisciplinar, certo? (Ou algum líder pode se dar ao luxo de cuidar de uma única coisa de cada vez?) Quais eram os takeaways do evento inteiro? Pus à prova minha curadoria – e deu muito certo. Eu me recordo até hoje do título que a Adriana (Salles Gomes) deu: “O início da era da sabedoria”. O evento teve alto impacto – recebeu 24 mil pessoas – e a cobertura da revista foi igualmente um marco! Até quem tinha ido ao evento descobriu coisas novas!

Agora, queremos falar desta edição especial, que ganhou um projeto gráfico especial, sob a batuta da nossa nova editora, Maria Clara Lopes. Ela se organiza, como você vai perceber, em temas do passado (o que fica), do presente (que é ambidestro) e do futuro (em construção). Iniciamos com uma Contagem Regressiva resgatando trechos de uma entrevista passada que Peter Drucker, pai da administração moderna e padrinho de __HSM Management__, deu (ao Salibi) – reveladora de quão terrivelmente atual Drucker continua. Curiosidade: a última entrevista do mestre antes de morrer foi concedida a esta revista. Na mesma seção há uma entrevista exclusiva com Karl Schwab, o fundador do Fórum Econômico Mundial, que é a melhor encarnação possível do presente. E há outra com Arnav Kapur, do MIT Media Lab, um representante legítimo do futuro que nos espera. Nas páginas que se seguem, o Dossiê olha para o futuro; um infográfico especial seleciona, nas cinco gerações passadas de __HSM Management__, aquilo que segue valendo; e artigos de excelência, somados às notas de Direto ao Ponto e Assunto Pessoal, compõem o presente.

Por fim, queremos frisar quão simbólico é que __HSM Management__ faça 25 anos e chegue ao nº 150 ao mesmo tempo. Como cada edição equivale a um ano de conhecimento, ela tem a sabedoria dos 150 anos. Com a energia e o frescor dos 25. É o melhor dos mundos! Feliz 2022!

Compartilhar:

Artigos relacionados

Empreendedorismo
Pela primeira vez, o LinkedIn ultrapassa o Google e já é o segundo principal canal das empresas brasileiras. E o seu negócio, está pronto para essa nova era da comunicação?

Bruna Lopes de Barros

5 min de leitura
ESG
O etarismo continua sendo um desafio silencioso no ambiente corporativo, afetando tanto profissionais experientes quanto jovens talentos. Mais do que uma questão de idade, essa barreira limita a inovação e prejudica a cultura organizacional. Pesquisas indicam que equipes intergeracionais são mais criativas e produtivas, tornando essencial que empresas invistam na diversidade etária como um ativo estratégico.

Cleide Cavalcante

4 min de leitura
Empreendedorismo
A automação e a inteligência artificial aumentam a eficiência e reduzem a sobrecarga, permitindo que advogados se concentrem em estratégias e no atendimento personalizado. No entanto, competências humanas como julgamento crítico, empatia e ética seguem insubstituíveis.

Cesar Orlando

5 min de leitura
ESG
Em um mundo onde múltiplas gerações coexistem no mercado, a chave para a inovação está na troca entre experiência e renovação. O desafio não é apenas entender as diferenças, mas transformá-las em oportunidades. Ao acolher novas perspectivas e desaprender o que for necessário, criamos ambientes mais criativos, resilientes e preparados para o futuro. Afinal, o sucesso não pertence a uma única geração, mas à soma de todas elas.

Alain S. Levi

6 min de leitura
Carreira
O medo pode paralisar e limitar, mas também pode ser um convite para a ação. No mundo do trabalho, ele se manifesta na insegurança profissional, no receio do fracasso e na resistência à mudança. A liderança tem papel fundamental nesse cenário, influenciando diretamente a motivação e o bem-estar dos profissionais. Encarar os desafios com autoconhecimento, preparação e movimento é a chave para transformar o medo em crescimento. Afinal, viver de verdade é aceitar riscos, aprender com os erros e seguir em frente, com confiança e propósito.

Viviane Ribeiro Gago

4 min de leitura
Liderança
A liderança eficaz exige a superação de modelos ultrapassados e a adoção de um estilo que valorize autonomia, diversidade e tomada de decisão compartilhada. Adaptar-se a essa nova realidade é essencial para impulsionar resultados e construir equipes de alta performance.

Rubens Pimentel

6 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O DeepSeek, modelo de inteligência artificial desenvolvido na China, emerge como força disruptiva que desafia o domínio das big techs ocidentais, propondo uma abordagem tecnológica mais acessível, descentralizada e eficiente. Desenvolvido com uma estratégia de baixo custo e alto desempenho, o modelo representa uma revolução que transcende aspectos meramente tecnológicos, impactando dinâmicas geopolíticas e econômicas globais.

Leandro Mattos

0 min de leitura
Empreendedorismo
País do sudeste asiático lidera o ranking educacional PISA, ao passo que o Brasil despencou da 51ª para a 65ª posição entre o início deste milênio e a segunda década, apostando em currículos focados em resolução de problemas, habilidades críticas e pensamento analítico, entre outros; resultado, desde então, tem sido um brutal impacto na produtividade das empresas

Marina Proença

5 min de leitura
Empreendedorismo
A proficiência amplia oportunidades, fortalece a liderança e impulsiona carreiras, como demonstram casos reais de ascensão corporativa. Empresas visionárias que investem no desenvolvimento linguístico de seus talentos garantem vantagem competitiva, pois comunicação eficaz e domínio do inglês são fatores decisivos para inovação, negociação e liderança no cenário global.

Gilberto de Paiva Dias

9 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Com o avanço da inteligência artificial, a produção de vídeos se tornou mais acessível e personalizada, permitindo locuções humanizadas, avatares realistas e edições automatizadas. No entanto, o uso dessas tecnologias exige responsabilidade ética para evitar abusos. Equilibrando inovação e transparência, empresas podem transformar a comunicação e o aprendizado, criando experiências imersivas que inspiram e engajam.

Luiz Alexandre Castanha

4 min de leitura