Estratégia
7 min de leitura

Você está se posicionando ou deixando que posicionem você?

Em um mercado onde a reputação é construída (ou desconstruída) em tempo real, não controlar sua própria narrativa é um risco que nenhum executivo pode se dar ao luxo de correr.
Uma das 50 principais criadoras de conteúdo de marca pessoal no LinkedIn no Brasil, Bruna tem 15 anos de experiência em Comunicação Digital e é responsável por desenvolver a estratégia de executivos de grandes empresas, founders e conselheiros.

Compartilhar:

Organização

Vivemos uma era em que o silêncio pode custar reputações. A ausência de narrativa própria não é neutralidade, mas um risco de que outros a escrevam por você.

Essa reflexão surgiu após uma conversa com uma executiva sênior, referência técnica no seu setor, que recentemente deixou uma sociedade de negócios. Ela saiu com ética, sem ruídos. Mas o sócio, talvez movido por ressentimento ou conveniência, tratou de espalhar que ela havia “saído do mercado”. E como ela nunca teve o hábito de se posicionar publicamente (“não gosto de aparecer”) não houve nenhuma voz para corrigir o rumo da história.

O resultado? Boatos ganharam corpo. Clientes ficaram inseguros. E a reputação que ela levou décadas para construir passou a ser moldada por percepções alheias e, o pior, erradas.

Esse é o tipo de situação que escancara um ponto cego comum entre grandes executivos: acreditar que reputação se sustenta sozinha.

Mas a reputação não é um prêmio vitalício. Ela é viva, dinâmica, e precisa de cuidado constante.

E hoje, cuidar da sua reputação passa, necessariamente, por assumir o comando da sua narrativa digital.

Quando não há contexto, qualquer imagem vira manchete

Outro caso: um executivo com trajetória brilhante, conhecido por sua competência e liderança em regulação e articulações público-privadas.

Não tinha nenhuma rede social ativa. “Meu nome já circula por si só”, dizia.

 Até que uma empresa internacional foi buscá-lo para uma vaga de conselho. O headhunter digitou o nome dele no Google, e a primeira imagem que apareceu foi ele, de regata, segurando uma latinha, em um bloco de carnaval.

Sem contexto, sem LinkedIn, sem nada que equilibrasse aquela imagem. Acontece que, com a ausência de presença digital estratégica, qualquer pedaço de vida pessoal vira retrato profissional.

Foi só ao criar um perfil no LinkedIn e começar a compartilhar, mesmo com simplicidade, suas visões e aprendizados, que veio a surpresa: em menos de três meses, ele foi de 0 a 5 mil seguidores. Uma demanda represada por referência, por liderança. Algo que estava ali, mas escondido.

Não é sobre ser influencer, é sobre ser fonte confiável

Não estamos falando de virar criador de conteúdo em tempo integral. Mas de reconhecer que hoje, posicionamento estratégico é um ativo essencial para quem ocupa ou busca ocupar espaços de liderança.

Você pode até não querer falar sobre si. Mas o mercado está falando. A pergunta que fica é: o que ele está dizendo?

O LinkedIn se tornou o espaço mais legítimo para construir autoridade com profundidade, sem apelação, com voz. E ele favorece quem entende uma regra básica da comunicação contemporânea: a narrativa que sobrevive é a que é contada com consistência.

A hora de preparar o telhado é antes da tempestade

Reputação não se constrói no meio da crise. Ela é um investimento contínuo que protege, antecipa e expande possibilidades.

Por isso, antes de você precisar “se explicar”, comece a se apresentar. Conte sua história. Compartilhe suas convicções. Reforce seus valores. E esteja presente.

Porque quando você não se posiciona, alguém faz isso por você. E nem sempre do jeito certo.

Compartilhar:

Uma das 50 principais criadoras de conteúdo de marca pessoal no LinkedIn no Brasil, Bruna tem 15 anos de experiência em Comunicação Digital e é responsável por desenvolver a estratégia de executivos de grandes empresas, founders e conselheiros.

Artigos relacionados

Superando os legados de negócio e de mindset

Lembra-se das Leis de Larman? As organizações tendem a se otimizar para não mudar; então, você precisa fazer esforços extras para escapar dessa armadilha. Os exemplos e as boas práticas deste artigo vão ajudar

O RH pode liderar o futuro do trabalho?

A área de gestão de pessoas é uma das mais capacitadas para isso, como mostram suas iniciativas de cuidado. Mas precisam levar em conta quatro tipos de necessidades e assumir ao menos três papéis

ESG
O bem-estar dos colaboradores é prioridade nas empresas pós-pandemia, com benefícios flexíveis e saúde mental no centro das estratégias para reter talentos, aumentar produtividade e reduzir turnover, enquanto o mercado de benefícios cresce globalmente.

Charles Schweitzer

5 min de leitura
Finanças
Com projeções de US$ 525 bilhões até 2030, a Creator Economy busca superar desafios como dependência de algoritmos e desigualdade na monetização, adotando ferramentas financeiras e estratégias inovadoras.

Paulo Robilloti

6 min de leitura
ESG
Adotar o 'Best Before' no Brasil pode reduzir o desperdício de alimentos, mas demanda conscientização e mudanças na cadeia logística para funcionar

Lucas Infante

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
No SXSW 2025, a robótica ganhou destaque como tecnologia transformadora, com aplicações que vão da saúde e criatividade à exploração espacial, mas ainda enfrenta desafios de escalabilidade e adaptação ao mundo real.

Renate Fuchs

6 min de leitura
Inovação
No SXSW 2025, Flavio Pripas, General Partner da Staged Ventures, reflete sobre IA como ferramenta para conexões humanas, inovação responsável e um futuro de abundância tecnológica.

Flávio Pripas

5 min de leitura
ESG
Home office + algoritmos = epidemia de solidão? Pesquisa Hibou revela que 57% dos brasileiros produzem mais em times multidisciplinares - no SXSW, Harvard e Deloitte apontam o caminho: reconexão intencional (5-3-1) e curiosidade vulnerável como antídotos para a atrofia social pós-Covid

Ligia Mello

6 min de leitura
Empreendedorismo
Em um mundo de incertezas, os conselhos de administração precisam ser estratégicos, transparentes e ágeis, atuando em parceria com CEOs para enfrentar desafios como ESG, governança de dados e dilemas éticos da IA

Sérgio Simões

6 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Os cuidados necessários para o uso de IA vão muito além de dados e cada vez mais iremos precisar entender o real uso destas ferramentas para nos ajudar, e não dificultar nossa vida.

Eduardo Freire

7 min de leitura
Liderança
A Inteligência Artificial está transformando o mercado de trabalho, mas em vez de substituir humanos, deve ser vista como uma aliada que amplia competências e libera tempo para atividades criativas e estratégicas, valorizando a inteligência única do ser humano.

Jussara Dutra

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
A história familiar molda silenciosamente as decisões dos líderes, influenciando desde a comunicação até a gestão de conflitos. Reconhecer esses padrões é essencial para criar lideranças mais conscientes e organizações mais saudáveis.

Vanda Lohn

5 min de leitura