Uncategorized

Você já conversou com um robô hoje?

É editor da revista Mobile Time e jornalista com 18 anos de experiência na cobertura do mercado de serviços móveis. Paiva é também o organizador dos eventos Tela Viva Móvel, Super Bots Experience, Fórum de Operadoras Alternativas, MobiShop e Mobi-ID.

Compartilhar:

A interação entre marcas e pessoas no ambiente digital está passando por uma transformação profunda. Até há pouco tempo, essa interação acontecia predominantemente por meio de uma interface visual, composta de menus e botões desenhados e posicionados estrategicamente dentro do espaço retangular de uma tela – um site na internet, um aplicativo móvel, um videogame, um aplicativo para TV inteligente etc. A transformação em curso muda as coisas: consiste na migração dessa interface visual para uma interface conversacional. 

Em vez de apertarmos um botão para conseguir o que queremos, cada vez mais estamos conversando com máquinas, escrevendo ou falando. É uma quebra de paradigma, pois altera radicalmente tudo na área: o processo de desenvolvimento de novos serviços digitais; os profissionais envolvidos em sua produção, agora oriundos de áreas tão diversas quanto linguística e matemática; os canais de contato; e, claro, a relação entre marcas e consumidores.

Os representantes das marcas nessas conversas são os chatbots, ou robôs de conversação. São programas capazes de conversar com seres humanos, por texto ou voz, em interfaces como serviços e apps de bate-papo, ligações telefônicas ou assistentes pessoais virtuais. Eles podem ter um nome e um rosto. São mais “humanizados” ou mais “robóticos”. Mais formais ou mais informais no seu estilo de conversar. Alguns seguem um roteiro, outros permitem uma conversa mais aberta, graças à adoção de ferramentas de processamento de linguagem natural (PLN) e de machine learning (esses dois recursos não são essenciais: sua adoção depende do objetivo ao qual se propõe cada robô).

O que poucos sabem é que o Brasil é tido como um dos mercados em que a adoção de chatbots avança de modo mais acelerado. Diversas grandes empresas estão experimentando esse tipo de interação com seus consumidores, como Bradesco, Banco do Brasil, Sky, Oi, TIM e Casas Bahia. O atendimento ao consumidor encabeça os casos, uma vez que os robôs reduzem muito os custos e aumentam a produtividade, o que proporciona um rápido retorno sobre o investimento neles. Mas também estão surgindo bots de cobrança, vendas, captura de leads e entrega de conteúdo.

De acordo com o “Mapa do Ecossistema de Bots 2018”, publicado pela Mobile Time, existem pelo menos 66 empresas que desenvolvem chat­bots como produto no Brasil. Juntas elas criaram cerca de 17 mil bots até hoje e somam um tráfego aproximado de 800 milhões de mensagens por mês. Esse novo mercado tem atraído players oriundos dos setores de call center, integração de SMS e desenvolvimento de apps. O evento da área que nós organizamos, o Super Bots Experience, já terá sua quinta edição em 2019. Não estamos mais falando de algo experimental: é um mercado que realmente merece a sua atenção.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Há um fio entre Ada Lovelace e o CESAR

Fora do tempo e do espaço, talvez fosse improvável imaginar qualquer linha que me ligasse a Ada Lovelace. Mais improvável ainda seria incluir, nesse mesmo

Empreendedorismo
Embora talvez estejamos longe de ver essa habilidade presente nos currículos formais, é ela que faz líderes conscientes e empreendedores inquietos
3 min de leitura
Marketing Business Driven
Leia esta crônica e se conscientize do espaço cada vez maior que as big techs ocupam em nossas vidas
3 min de leitura
Empreendedorismo
Falta de governança, nepotismo e desvios: como as empresas familiares repetem os erros da vilã de 'Vale Tudo'

Sergio Simões

7 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Já notou que estamos tendo estas sensações, mesmo no aumento da produção?

Leandro Mattos

7 min de leitura
Empreendedorismo
Fragilidades de gestão às vezes ficam silenciosas durante crescimentos, mas acabam impedindo um potencial escondido.

Bruno Padredi

5 min de leitura
Empreendedorismo
51,5% da população, só 18% dos negócios. Como as mulheres periféricas estão virando esse jogo?

Ana Fontes

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A inteligência artificial está reconfigurando decisões empresariais e estruturas de poder. Sem governança estratégica, essa tecnologia pode colidir com os compromissos ambientais, sociais e éticos das organizações. Liderar com consciência é a nova fronteira da sustentabilidade corporativa.

Marcelo Murilo

7 min de leitura
ESG
Projeto de mentoria de inclusão tem colaborado com o desenvolvimento da carreira de pessoas com deficiência na Eurofarma

Carolina Ignarra

6 min de leitura
Saúde mental, Gestão de pessoas
Como as empresas podem usar inteligência artificial e dados para se enquadrar na NR-1, aproveitando o adiamento das punições para 2026
0 min de leitura
ESG
Construímos um universo de possibilidades. Mas a pergunta é: a vida humana está realmente melhor hoje do que 30 anos atrás? Enquanto brasileiros — e guardiões de um dos maiores biomas preservados do planeta — somos chamados a desafiar as retóricas de crescimento e consumo atuais. Se bem endereçados, tais desafios podem nos representar uma vantagem competitiva e um fôlego para o planeta

Filippe Moura

6 min de leitura